quarta-feira, 27 de maio de 2015

Estados Unidos prometem acabar com corrupção no futebol


O Departamento de Justiça dos Estados Unidos convocou uma entrevista nesta quarta-feira para detalhar a operação surpresa que culminou com a prisão de sete dirigentes da Fifa - incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin - acusados de corrupção, em Zurique. De acordo com a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta E. Lynch, o país está "determinado a acabar com a corrupção no mundo do futebol". O FBI revelou irregularidades na organização da Copa de 2010 na África do Sul e da Copa América de 2016, comemorativa ao centenário da competição, nos Estados Unidos, e disse que os acusados podem cumprir até 20 anos de prisão. "Os detidos utilizaram suas posições de confiança para pedir subornos em troca dos direitos comerciais, e o fizeram várias vezes, ano após ano, torneio após torneio", afirmou Lynch em entrevista coletiva junto com o diretor do FBI, James B. Comey, e outras autoridades, em Nova York. A procuradora-geral citou, entre outros casos de corrupção, o processo de escolha da África do Sul como sede do Mundial de 2010, no qual os envolvidos "corromperam, através de subornos, para influir na decisão". A acusação também alega que houve corrupção e subornos na eleição do presidente da Fifa, Joseph Blatter, em 2011, e nos acordos relativos ao patrocínio da Nike com a seleção brasileira. Além disso, segundo a investigação, a Copa América Centenário, que será realizada pela primeira vez nos Estados Unidos em 2016, "foi usada como veículo em uma conspiração mais ampla para encher os bolsos dos dirigentes com subornos de um total de 110 milhões de dólares", que representam quase um terço dos custos legítimos dos direitos envolvidos nos torneios. "Em resumo, estes indivíduos e organizações incorreram em subornos para decidir quem televisionaria as partidas, onde elam seriam realizadas e quem controlaria a organização que supervisiona o futebol no mundo", acrescentou Lynch. Richard Weber, responsável da seção de investigações criminais da Direção do Imposto de Renda americano, chamou o escândalo de "Copa do Mundo da fraude" e disse que "a Fifa levou um cartão vermelho". Ele disse ainda que a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, também será alvo de investigações, mas não apresentou nenhuma irregularidade até o momento. Já a promotora federal do distrito de Brooklyn, Kelly Currie, avisou que a detenção de altos dirigentes "é apenas o início do nosso esforço para combater a corrupção no futebol". Apesar da crise, a Fifa manteve a eleição presidencial, entre o atual mandadário Joseph Blatter, e o príncipe da Jordânia, Ali Bin al-Hussein, para esta sexta-feira.

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