sexta-feira, 10 de abril de 2015

Petrobras quer Sete Brasil como era, mas sócios têm plano B

A direção da Petrobras comunicou a um grupo de bancos credores da Sete Brasil que está disposta a manter a contratação de 29 sondas de exploração de petróleo assim que resolver o impasse da publicação de seu balanço. Mesmo com a sinalização positiva da Petrobras, no entanto, parte dos sócios da Sete já não acredita na viabilidade do projeto do jeito que foi idealizado. Principal parceira da estatal na exploração do pré-sal, a Sete foi criada para construir as sondas que, depois, seriam alugadas à petroleira. Com problemas de caixa desde o fim do ano passado, a empresa não consegue pagar fornecedores nem bancos. Na semana passada, credores e sócios começaram a discutir várias alternativas para resgatar a companhia. De três dos principais acionistas, cada um tem uma conta diferente na cabeça. Para um deles, o projeto não se sustenta com menos de 17 sondas. Outro diz que a Sete só é viável a partir de 21 unidades. O terceiro considera uma redução de 29 para algo entre 13 e 17 sondas. Mas, para que essa opção não se transforme em prejuízo, ele propõe uma compensação – um contrato mais longo de aluguel das sondas. Em vez de 15 anos, como é hoje, a Petrobras arrendaria os equipamentos por 25 anos. Desta forma, seria possível obter uma taxa de retorno em torno de 25% ao ano, um pouco menor do que estava previsto anteriormente. A reestruturação da Sete começou nesta semana, depois que a empresa conseguiu uma trégua de três meses com os bancos credores. Até lá, eles se comprometem a não executar as garantias dos empréstimos vencidos, que somam R$ 12 bilhões. Essa dívida foi contraída porque o BNDES não liberou um financiamento de US$ 9 bilhões que tinha prometido quando o projeto foi lançado, em 2011. No início, a demora foi atribuída à burocracia. Mas com o envolvimento da Sete no escândalo de corrupção da Petrobras, o banco mudou de ideia e decidiu financiar a empresa indiretamente, por meio dos bancos credores. Para analistas, o BNDES tenta manter distância da Sete porque duvida do projeto. A empresa foi criada para gerenciar a construção de 29 sondas para exploração do pré-sal numa fase em que o barril de petróleo estava acima de US$ 100,00. O preço despencou para US$ 50,00. Isso levou os acionistas a rever o projeto. Eles têm três meses da trégua dos credores para encontrar uma saída.

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