quinta-feira, 16 de abril de 2015

Movimentos levam suas reivindicações aos Três Poderes e à Procuradoria-Geral da República e cobram firmeza das oposições

Representantes de grupos que integram a Aliança Nacional de Movimentos protocolaram nesta quarta-feira na Câmara e no Senado uma “Carta Aberta” com reivindicações dirigidas aos Três Poderes e à Procuradoria Geral da República. A leitura do texto foi feita por membros de seis desses movimentos, entre eles o “Vem Pra Rua”. Parlamentares de partidos de oposição e do PMDB acompanharam o evento. Para registro: embora esses grupos estejam articulados para ações comuns, como a desta quarta, eles não constituem o que as esquerdas costumam chamar de um “coletivo”. Vale dizer: cada um conserva a sua independência e pode realizar suas próprias ações. Parece um bom caminho. Os manifestantes se encontraram depois com lideranças do PSDB, do DEM, do PPS, do PV e do SD, os partidos que hoje se opõem ao governo Dilma, numa reunião comanda pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). Cobraram dos oposicionistas uma postura mais firme em favor da pauta que emerge de mobilizações que juntaram mais de três milhões de pessoas.
Rogério Chequer, do “Vem Pra Rua”, afirmou:
“Até a rua pode se organizar. Por que a oposição não pode se organizar? Chegamos ao nosso limite de organização, levamos três milhões de pessoas às ruas, e o impensável aconteceu: fizemos isso sem ter uma vitrine quebrada. O que queremos agora é a demonstração de que o impossível pode ser feito também no Congresso Nacional”.
Ao fim do encontro, afirmou Aécio:
“Quero deixar claro que viemos aqui para dizer um sonoro ‘sim’ para a pauta das ruas e queremos o apoio das redes sociais, dos movimentos, isso é o impulso que essa Casa precisa para fazer valer esse sentimento. Vocês têm o instrumento que nos faltava, que é o apoio popular. Então tenho a dizer, primeiro, que vamos atuar juntos, sem preconceitos. E, em segundo lugar, quero dizer que, nesse momento, começamos a fazer história”.
Entre as reivindicações da carta, estão a aprovação de penas mais duras para crimes de corrupção, a abertura de investigação contra a presidente Dilma no Supremo e transparência, na Câmara, na apreciação dos pedidos de impeachment da presidente Dilma. Vou publicar a carta com a íntegra das reivindicações. Há lá coisas com as quais concordo e outras das quais eu discordo. Nos dois casos, direi por quê. De toda sorte, um passo fundamental foi dado por esse grupo que foi nesta quarta a Brasília. É preciso convocar as instituições para a interlocução. Isso não é cooptação. É política maiúscula. Por Reinaldo Azevedo

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