sexta-feira, 10 de abril de 2015

Agência Fitch rebaixa nota da Schahin Óleo e Gás

A agência Fitch rebaixou nesta quinta-feira (9) a nota da Schahin Óleo e Gás, do Grupo Schahin, de "B-" para "C", indicando que a empresa tem risco alto de inadimplência. A agência também removeu a perspectiva negativa para a avaliação, sinalizando que não deverá rebaixá-la novamente. "O rebaixamento reflete a continuidade da deterioração da qualidade de crédito da Schahin e sua exposição às condições de mercado. A empresa não conseguiu reestruturar sua dívida de curto prazo", afirma em nota. A agência de risco também citou a "suspensão temporária" de cinco das seis unidades de perfuração a serviço da Petrobras como prova do cenário de crise. As dificuldades da companhia começaram com a investigação na Operação Lava Jato, que também foi crucial para o rebaixamento do rating, de acordo com a agência: "Alegações de que a unidade de engenharia do Grupo Schahin, a Schahin Engenharia, estaria envolvida na Operação Lava Jato contribuíram para o agravamento da situação". Na quarta-feira (8), outra agência de risco já havia rebaixado a nota da Schahin Óleo e Gás. A Standard & Poor's diminuiu a avaliação de 'B-' para 'CCC-' da companhia. "O rebaixamento reflete nossa visão de que, caso não ocorra um evento positivo inesperado nos próximos seis meses, a Schahin deverá entrar em default", informa a nota da agência S&P. No início de abril, a companhia preparava seu pedido de recuperação judicial, interrompendo a operação de cinco sondas que alugava para a petroleira. A decisão foi tomada porque o caixa da Schahin está praticamente no fim e poderia faltar dinheiro para desmobilizar os equipamentos com segurança. A Schahin é acusada, na Lava Jato, de participar do cartel que superfaturava obras para a Petrobras. Apesar de seus executivos não terem sido presos, a companhia teve seu nome citado nas delações premiadas e faz parte do grupo de 23 empresas que foram excluídas de novas licitações pela Petrobras. A Schahin se endividou pesadamente para fornecer sondas para a estatal, aproveitando a política de conteúdo nacional. Adquiriu três sondas e fez contratos de leasing para outras três. Todas estão alugadas para a Petrobras, mas só uma delas será mantida em funcionamento. Boa parte da dívida da companhia está no Exterior e os maiores credores são o banco chinês ICBC e o japonês Mizuho. Bancos nacionais também emprestaram dinheiro para a Schahin, mas por meio de um sindicato de bancos que comprou papéis da companhia no Exterior.

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