segunda-feira, 23 de março de 2015

Juiz Sérgio Moro envia 12 presos da Lava Jato para presídio paranaense

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, autorizou nesta segunda-feira a transferência de doze presos da carceragem da Polícia Federal no Paraná para uma ala no Complexo Médico Penal em Curitiba. O pedido de transferência foi feito na sexta-feira pela Polícia Federal, sob a alegação de que a carceragem da Polícia Federal já estava sem espaço por abrigar tantos presos da Lava Jato. O superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, argumenta que “está ficando inviável” acomodá-los. “Com as novas prisões que ocorreram em 16 de março de 2015 e outras que por acaso possam ocorrem nos desdobramentos da Operação Lava Jato, já está ficando inviável ficarmos com todos os presos na nossa Custódia, tendo em vista que alguns presos não podem se comunicar entre si e fica difícil acomodá-los em apenas seis celas”, afirmou Franco na petição enviada à Justiça Federal do Paraná. Sérgio Moro liberou doze transferências sob o argumento de que a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná disponibilizou uma ala no Complexo Médico Penal especificamente para os presos na Lava Jato, onde os executivos não teriam contato próximo com outros presos. “De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de preso”, afirma o juiz em sua decisão. O contato com outros detentos em uma cadeia comum é um dos principais motivos pelos quais os executivos da Lava Jato não querem ser transferidos. “Não há que se presumir que os presos da Operação Lava Jato serão vítimas de alguma violência por parte de outros detentos. Entretanto, forçoso admitir que, pela notoriedade da investigação, há algum risco nesse sentido, o que justifica colocá-los, por cautela, em ala mais reservada”, avalia Sérgio Moro. Em inspeção do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal no Paraná, todos os executivos de empreiteiras disseram aos procuradores que preferiam permanecer detidos na carceragem da Polícia Federal. Sérgio Moro não autorizou a remoção do ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, apontado como chefe do clube do bilhão. Vão para o novo presídio Fernando Soares, o “Fernando Baiano”, apontado como operador do PMDB; o doleiro Adir Assad; Mario Goes e o petista Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. Entre os empresários, serão transferidos Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Galvão Engenharia; João Ricardo Auler (diretor da Camargo Corrêa); Sergio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior; Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix, e José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS. Dessa empresa, integram o grupo os diretores Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Ricardo Nogueira Breghirolli.

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