sexta-feira, 20 de março de 2015

Filho do petista Renato Duque trabalhou para firma que ganhou contratos sem licitação

Uma empresa na qual trabalhou o filho do ex-diretor de Serviços da Petrobras, o petista Renato Duque, firmou contratos sem licitação com a estatal, de acordo com o portal da transparência da própria Petrobras. A Technip, petrolífera francesa, foi contratada sem licitação para atuar na área de "serviços" da Petrobras, ao menos em duas ocasiões, em 2011. O maior dos contratos, para a instalação e recolhimento de dutos, foi assinado por R$ 194 milhões. O outro, no valor de R$ 8 milhões, referia-se a afretamento de embarcações. Os dados são da própria estatal. O vínculo do filho de Duque com a prestadora de serviço da Petrobras foi revelado nesta quinta-feira (19) pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA), durante a sessão da CPI que investiga a estatal. A comissão se reuniu para colher o depoimento do próprio Duque, que é acusado nas investigações da Operação Lava Jato de receber propina de empresas e repassá-las ao PT. Atualmente Duque está preso preventivamente. Essa, inclusive, foi uma das poucas perguntas respondidas por Duque, que passou a maior parte do tempo avocando o direito de permanecer em silêncio diante dos questionamentos. Ao lançar o tema, a deputada, porém, não informou o período em que o filho do ex-diretor trabalhou na empresa francesa.
Além das contratações diretas, a Technip venceu ao menos duas licitações para serviços da Petrobras, ambas na modalidade convite, em que as empresas são convidadas pela estatal a participarem do certame. O petita Renato Duque comandou justamente a diretoria de Serviços entre 2003 e 2012. Não está claro, no entanto, se os contratos da Technip foram assinados com a diretoria comandada por Duque, embora levem a rubrica "serviços". Questionado na CPI, o ex-diretor negou irregularidades na contratação do filho pela empresa e citou que é uma das maiores empresas da área de petróleo do mundo. Também não citou o período em que seu filho atuou na Technip. "O meu filho trabalhou nessa empresa, em Houston, e em um tempo no Brasil. Meu filho é economista formado, foi recrutado por um headhunter. Quando foi recrutado pra trabalhar nessa empresa, nos Estados Unidos, eu fiz uma consulta formal ao jurídico da Petrobras para saber se haveria algum empecilho. Falaram que não tinha problema. Ele retornou ao Brasil um ano e meio mais tarde com a família dele e, algum tempo depois, se retirou para montar seu próprio negócio", explicou.

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