segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Apagão faz oposição falar em "barbeiragem' no setor elétrico

Diante da falta de energia que atingiu vários Estados do Centro-Sul, Sudeste e o Distrito Federal nesta segunda-feira, partidos de oposição cobraram explicações do governo federal e atribuíram ao que chamaram de "barbeiragem" do Executivo a atual situação do setor elétrico. Os oposicionistas afirmaram que pretendem convocar o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, para dar explicações na Câmara dos Deputados. “É mais um presentinho que a presidente Dilma nos dá, especialmente para os eleitores que votaram nela”, disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Na última semana, o ministro Eduardo Braga havia recomendado aos brasileiros a redução do consumo de energia elétrica, mas negou na época a possibilidade de racionamento, dizendo: “Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara". O apagão de energia foi registrado pouco antes das 15 horas e as distribuidoras nos Estados afirmaram que o ONS havia determinado a redução do fornecimento de energia. Houve falta de luz em Goias, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia. Duas estações do metrô em São Paulo foram fechadas por algumas horas. “Menos de um mês do segundo governo Dilma e já temos o primeiro apagão. Durante a campanha fomos alertando sobre o risco real e o governo desconversava. A desestruturação, o desmonte e aparelhamento no setor elétrico têm produzido efeitos nefastos. Péssimo para credibilidade do País”, disse o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE). “O ONS sequer tem o respeito com o cidadão de informar o real motivo. Isso afeta ainda mais a credibilidade do País. Quem vai investir em um país onde cortes de energia acontecem sem nenhuma satisfação ao consumidor?” - questionou. O senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO) cobrou da presidente Dilma Rousseff explicações públicas sobre a interrupção de energia: “Dilma começou sem qualquer aviso o racionamento de energia elétrica. O País vive uma crise hidroenergética e Dilma segue inerte. O setor energético não aguentou a barbeiragem de Dilma”. Caiado lembrou que, em 2012, a presidente usou cadeia de rádio e televisão para anunciar desconto médio de 18% na conta de luz dos brasileiros. Porém, com o fim dos subsídios na eletricidade, as tarifas subirão mais de 30%. “A presidente usou a rede de rádio e TV para anunciar um desconto fantasioso”, declarou. O deputado eleito Raul Jungmann (PPS-PE) disse que a presidente Dilma Rousseff postergou convenientemente o aumento da energia elétrica para depois do processo eleitoral e criticou a medida provisória que, em 2012, derrubou na marra o preço da energia elétrica. “O cenário para frente é ruim, pois os reservatórios do Sudeste, a caixa d'água do País, estão com apenas 19% da sua capacidade, quando o esperado era 40%. Se a presidente Dilma tivesse sido menos irresponsável, deveria ter alertado o País sobre nossa situação hidrológica desde 2012 e não cometido a famigerada MP, aquela que baixou a conta de luz, que esse ano vai subir”, criticou. “Mas pensando em sua reeleição, nada fez. Ganhou e agora todos vamos pagar a amarga conta do seu estelionato”, disse. Na avaliação do deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), “esse apagão era uma crônica anunciada há muito tempo”: “É mais um exemplo do que Dilma diz não se escreve. Ela desmente tudo que foi dito. É uma falta completa de planejamento. O setor elétrico brasileiro é um descalabro e não tem como não responsabilizar a Dilma".

Nenhum comentário: