sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Oposição cobra imediata demissão da petista Graça Foster




Em meio à revelação de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi alertada sobre os desvios na estatal, a oposição intensifica a pressão pelo imediato afastamento da executiva à frente da companhia. Os líderes oposicionistas também defendem a substituição de toda a diretoria da Petrobras – medida também sugerida nesta semana pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.  “É inadmissível que não se promova uma mudança radical na Petrobras", afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Se não há participação direta (no esquema), há o crime de omissão, de conivência e de cumplicidade. Não há como tolerar essa passividade do governo com relação aos gestores da Petrobras”, continuou.  Reportagem do Valor Econômico publicada nesta sexta-feira revela que uma gerente da estatal alertou Graça e seu antecessor, José Sérgio Gabrielli, sobre as irregularidades em contratos firmados pela estatal com prestadoras de serviço. Em email a Graça, Venina Velosa da Fonseca relata que chegou a ser ameaçada com uma arma e que suas filhas também corriam perigo. Ela foi expatriada para a Ásia e, mais recentemente, afastada do cargo juntamente com os funcionários suspeitos de envolvimento na Operação Lava Jato.  “As denúncias são gravíssimas e provam, com os e-mails, que a Graça foi alertada sobre as irregularidades. Há muito tempo ela deixou de ter condições mínimas de dirigir a empresa", avaliou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE). "A oposição tem insistido que a presidente da República renove a diretoria da Petrobras, para que a empresa possa ter um comando sem histórico de relação com as denúncias", continuou. O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), endossou o coro. "É um enredo estarrecedor. Não há mais qualquer desculpa para a permanência de Graça Foster na Presidência da Petrobras. Se tiver o mínimo de juízo, a presidente Dilma tem a obrigação de demitir sua protegida e toda a diretoria da empresa. Se não o fizer, vai sinalizar que também faz parte da quadrilha que saqueou a Petrobras", afirmou em nota. "Estamos vivendo um dos momentos mais trágicos que eu me lembro de ter conhecido. Como é que a diretoria da Petrobras não foi demitida, ou pelo menos afastada?”, questionou o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Nesta semana, o governo fez uma força-tarefa para blindar Graça Foster. Após Rodrigo Janot ter feito um pedido público pela demissão da cúpula da Petrobras, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se apressou para sair em defesa da atual diretoria da estatal e disse que nem a presidente da companhia nem os atuais diretores da empresa deixarão seus cargos. De acordo com Cardozo, não há suspeitas nem indícios de qualquer envolvimento de Foster com o escândalo do Petrolão do PT. Agora, após a nova revelação, não houve manifestações do ministro.

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