segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Justiça argentina condena médicos por sequestro de bebês durante ditadura

Dois médicos foram condenados por terem trabalhado em uma maternidade clandestina dentro de um centro de detenção do Exército durante a última ditadura militar na Argentina, entre 1976 e 1983. A obstetra Yolanda Arroche de Sala Carcía foi sentenciada a sete anos de prisão -a Justiça comprovou sua participação com uma assinatura dela em um certificado de nascimento falso, usado para dar identidade falsificada a um filho de uma militante presa. O médico e militar Norberto Bianco recebeu uma pena de 13 anos. Ele gerenciava a maternidade que funcionava no centro de detenção de Campo de Maio. Um outro médico foi absolvido no caso. Três não foram a julgamento -um faleceu e outros dois estão muito velhos para um processo, explicou o advogado Alan Iud, que representa as Avós da Praça de Maio. Outros dois militares foram condenados no mesmo julgamento -o ex-general Santiago Omar Riveros e o último presidente do regime, Reynaldo Bignone, que já estava condenado à prisão perpétua. Na ação, foram considerados oito casos de expropriação ilegal de bebês, mas, segundo a associação das avós, passaram pelo centro clandestino cerca de 30 mulheres grávidas. Para o advogado que representou a associação, os médicos civis que atuaram na maternidade clandestina "tiveram oportunidade de sair sem correr risco de vida, apenas perdendo o trabalho", mas optaram por continuar no trabalho. "Ficou claro no julgamento que a obstetra atuava com plena liberdade", afirma. O Campo de Maio é uma das maiores bases do exército argentino, sua área se divide em mais de um município.

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