terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Airbus entrega o primeiro super jato do modelo A 350

A fabricante de jatos comerciais Airbus Group apresentou nesta segunda-feira, em Toulouse, na França, o primeiro exemplar de seu novo modelo, o A350-900, entregue à companhia aérea Qatar Airways. O avião, destinado a competir com os Boeing 777 e 787 Dreamliner, deve custar US$ 290 milhões, preço de catálogo, menos do que os US$ 400 milhões do maior modelo da empresa, o A380. O objetivo da Airbus é reforçar sua posição contra a ofensiva da fabricante americana, na luta acirrada pelo posto de maior construtor mundial da aviação civil. A entrega estava prevista para 13 de dezembro, mas foi adiada em nove dias em razão de acabamentos solicitados pela Qatar. O avião faz parte de uma nova família de aeronaves, XWB – “extra wide body” –, que será completada pelos Airbus A350-800 e A350-1000, com capacidades entre 300 e 369 passageiros. Lançado em dezembro de 2008, o projeto consumiu oito anos entre decisões administrativas, desenho, testes, certificações e entrega em Toulouse, onde está sendo fabricado.


A exemplo dos Boeing 777 e 787 Dreamliner, a Airbus investiu no uso de materiais compósitos – com componentes de propriedades físicas e químicas distintas – e na fibra de carbono com o objetivo de reduzir o peso total do aparelho e, com isso, o consumo de querosene de aviação. Segundo dados da fabricante, o avião tem mais de 50% dos materiais de novas tecnologias, o que teria permitido uma redução de 25% do consumo. Além disso, a aeronave seria mais silenciosa e moderna, com menor nível de pressurização, o que abriu espaço para escotilhas maiores. A entrega do avião em Toulouse foi realizada com pompa pela Airbus, que deposita no A350 a expectativa de manter a liderança mundial em vendas de aparelhos. Em 2013, a companhia europeia recebeu um total de 1,5 mil encomendas, contra 1,3 mil da americana Boeing, confirmando a liderança que já dura mais de 10 anos graças ao sucesso comercial da família A320. Porém a diferença entre as vendas de uma e outra vem caindo e, em 2014, o número de entregas da Boeing deve superar as de Airbus – 647 aviões contra 554 unidades. Agora a disputa entre as duas companhias se intensificará pelos aviões de grande porte, que dividem espaço nos maiores hubs aeroportuários do mundo. Esse mercado é considerado crucial nos próximos 20 anos já tem um protagonista da rival: o 787 Dreamliner. Após atrasos sucessivos, panes elétricas, incêndios nas baterias de íons de lítio e proibição de voar por três meses, a aeronave da Boeing vem ganhando espaço. Para evitar os mesmos problemas técnicos que brecaram a companhia americana, a Airbus decidiu apostar por ora em baterias de pilhas de níquel cádmio, que são mais pesadas, mas consideradas mais confiáveis. Tudo para não dar margem a atrasos que prejudicassem o desempenho comercial da aeronave. “Estamos falando de 5 mil aviões, o que é considerável, e cerca de US$ 1 trilhão”, avaliou à agência France Presse (AFP) Fabrice Brégier, diretor-executivo da Airbus, que ressaltou o “altíssimo nível de maturidade” de seu último lançamento: “Para o futuro da Airbus, é essencial". A lucratividade do projeto, porém, só deve acontecer a partir de 2019 ou 2020, quando Toulouse produzirá 120 aparelhos por ano. Segundo o grupo europeu, 800 encomendas do A350 já teriam sido assinadas. Destas, 80 foram feitas pela Qatar Airways, que colocará o primeiro avião na rota entre Doha, no Catar, e Frankfurt, na Alemanha, a partir de 15 de janeiro. Rival no Golfo Pérsico, a companhia Etihad Airways, dos Emirados Árabes Unidos, já assinou 71 pedidos de Dreamliners, com os quais vai realizar a rota Abu Dhabi-Frankfurt a partir de 1º de fevereiro.

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