quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Banco Votorantim diz que financiamento automotivo deve ter crescimento zero em 2015

O Banco Votorantim, líder do mercado de financiamento de automóveis usados no País, previu nesta quarta-feira que terá crescimento zero da sua carteira de crédito automotivo em 2015. "Nosso cenário base é de manutenção do atual nível dessa carteira no ano que vem", disse o presidente-executivo do banco, João Teixeira. A previsão vem num momento de retração do setor no Brasil. Na segunda-feira, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) informou que as vendas de veículos novos no Brasil em outubro caíram 7% no comparativo anual. A previsão da entidade é de queda de até 6% no acumulado do ano. Controlada pela família Ermírio de Moraes e pelo Banco do Brasil, com 50% cada, a instituição se recupera dos efeitos de uma safra ruim de crédito que a levaram um prejuízo líquido acima de 3 bilhões de reais de 2011 a 2013. Nesta quarta-feira, o Banco Votorantim anunciou lucro líquido de 135 milhões de reais entre julho e setembro, o quarto trimestre seguido no azul. Os resultados positivos têm sido acompanhados de contínua redução na carteira de crédito, em meio aos esforços do banco para se concentrar em operações mais seguras. No fim de setembro, a carteira ampliada do banco somava 67,7 bilhões de reais, queda de 7,4% em 12 meses. A linha de financiamento automotivo, a mais importante, recuou 1,7%, a 29,3 bilhões de reais. Segundo Teixeira, iniciativas adotadas pelo Banco Central em agosto, incluindo flexibilização nas exigências dos depósitos compulsórios dos bancos, para entre outras coisas incentivar o financiamento automotivo, não beneficiou o banco. "A regra ajudou nossos concorrentes", disse Teixeira. Para o Banco Votorantim, a cessão de carteiras, uma operação que poderia obter o benefício das medidas do Banco Central, não compensa. O Banco Votorantim também tem restringido sua atuação nos empréstimos para empresas, concentrando as operações naquelas com faturamento acima de 200 milhões de reais por ano. Isso levou o banco a reduzir o universo de clientes corporativos de 4,2 mil para 1,2 mil. O estoque de crédito para esse setor caiu 10,8%, a 32,2 bilhões de reais. "Nosso foco agora é elevar nossa rentabilidade", disse Teixeira. No trimestre, a rentabilidade sobre o patrimônio do banco foi de 8%. A de seu controlador, Banco do Brasil, foi de 15,5%. Segundo o executivo, a meta é elevar o índice do Banco Votorantim gradualmente para níveis semelhantes ao da média dos grandes bancos do País.

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