sábado, 11 de outubro de 2014

Paulo Roberto Costa era encarregado de arrecadar recursos junto a empreiteiras para o petista Lindberg Farias

Que coisa! Paulo Roberto Costa havia afirmado em seu depoimento à Justiça Federal, aquele cujo conteúdo foi tornado público, que havia atuado neste ano, em pleno 2014, para um candidato ao governo do Rio de Janeiro. Não dá para ter a certeza, não é?, mas parece ser um sinal evidente de que o esquema corrupto incrustrado na Petrobras ainda estava em operação. A Polícia Federal apreendeu em sua casa uma planilha que trazia o nome de empreiteiras. O buchicho nos corredores era um só: tratava-se do senador Lindberg Farias (RJ), aquele monumento à ética, que concorreu ao governo do Rio de Janeiro pelo PT e ficou em quarto lugar, empatado com o PSOL.

Reportagem de Leonardo Souza na Folha deste sábado informa: era mesmo Lindberg. O candidato derrotado confirma. Segundo ele, imaginem vocês!, Paulo Roberto Costa foi chamado para dar contribuições a seu programa de governo na área de energia. Deixem para gargalhar depois de terminar de ler o texto. Que coisa mais lindamente Lindberg! O rapaz pensou: “Pô, preciso de um especialista em energia…” Ele não foi buscar na UFRJ. Ele não foi buscar em empresas ligadas à área. Ele foi buscar logo Paulo Roberto Costa, especializado em empreiteiras e em arrecadar propinas para políticos.
No depoimento, o engenheiro disse o seguinte: “Eu participei, eu acho que de umas três reuniões com esse candidato lá do Rio de Janeiro, como outras pessoas também participaram. E foi listada uma série de empresas que podiam contribuir com a campanha para o cargo político que ele estava concorrendo. E essa planilha foi, então, encontrada na minha casa”.
A Folha informa que, na planilha apreendida da casa do engenheiro, havia anotações sobre seis empresas: Mendes Júnior, UTC/Constran, Engevix, Iesa, Hope RH e Toyo/Cetal. Em três casos (UTC/Constran, Engevix e Hope), há menção de que as empresas iriam colaborar ou aumentar a contribuição a pedido de “PR”, iniciais de Paulo Roberto Costa. No pé da planilha, há também a anotação do nome Garreta, precedido de um asterisco. A OAS aparece também precedida de um asterisco. O marqueteiro Valdemir Garreta, que há anos trabalha para campanhas de petistas, foi contratado por Lindberg para cuidar da produção de sua campanha na TV e para prestar assessoria de imprensa. Segundo a Folha apurou, a empresa de Garreta também presta assessoria à construtora OAS. Dizer o quê? Eles todos sabem muito bem por que estavam juntos, não é? Por Reinaldo Azevedo

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