terça-feira, 10 de junho de 2014

GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN DIZ QUE NÃO VOLTA ATRÁS E QUE DEMISSÕES NO METRÔ DE SÃO PAULO ESTÃO MANTIDAS

Em um País país viciado no desrespeito à lei; em que se está consolidando a tática do berro; em que o Poder Público, cada vez mais, cede a ameaças e chantagens, exalte-se a coragem do governante que decide fazer o contrário — vale dizer: que não tem receio de fazer valer o que está escrito. Sim, há algo de exótico em aplaudir uma autoridade por cumprir a sua função, mas assim são os tempos, é esse o espírito do tempo.

Por que faço essa introdução? O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse na manhã desta terça-feira que não pretende rever as 42 demissões de metroviários anunciadas na segunda, depois de cinco dias de greve da categoria.
Afirmou Alckmin: “As demissões ocorridas não foram em razão de greve. Nenhum grevista foi demitido. Elas foram em razão de outros fatos, e fatos graves, como invasão de estação, de depredação, vandalismo”.
Segundo o governador, desde que os metroviários voltem ao trabalho, não haverá novas demissões. Disse ainda: “O governo não quer demitir ninguém. Agora, o governo tem o dever de garantir o Metrô às cinco milhões de pessoas que querem trabalhar”.
É assim que se faz! Lamentável, aí sim, é o comportamento da CUT, a central sindical ligada ao PT — à qual, diga-se, o sindicato dos metroviários nem é filiado. A entidade emitiu uma nota dando apoio integral à greve, como se a bomba não fosse estourar no colo da própria presidente Dilma. Mas e daí? Essa gente está obcecada pelo Palácio dos Bandeirantes e acha que, se provocar o caos em São Paulo, vai obter dividendos eleitorais. Mais: se Dilma cair fora, e Lula voltar a ser o candidato, tudo bem para a turma.
Agiu bem também o Tribunal Regional do Trabalho, que pediu o bloqueio de R$ 900 mil dos R$ 3 milhões que o sindicato dos metroviários tem no banco. O dinheiro serve para garantir o pagamento da multa imposta pela Justiça — R$ 100 mil por dia parado antes da decretação da ilegalidade da greve e R$ 500 mil depois dela.
Eis aí outro expediente que precisa ser regulamentado para ser moralizado. As multas impostas pela Justiça costumam ser derrubadas pelo TST por falta de regulamentação, o que, obviamente, estimula a irresponsabilidade dos dirigentes. Por Reinaldo Azevedo

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