segunda-feira, 16 de junho de 2014

BOLSA DE BUENOS AIRES DESPENCA 10% APÓS DECISÃO DA JUSTIÇA AMERICANA SOBRE A DÍVIDA ARGENTINA

O índice Merval da Bolsa de Buenos Aires desabou nesta segunda-feira e fechou o dia em queda de 10,09%, aos 7.235,11 pontos, em uma reação dos investidores a uma decisão negativa para a Argentina na Suprema Corte dos Estados Unidos. A Justiça recusou-se a ouvir o recurso da Argentina para tentar evitar o pagamento de 1,33 bilhão de dólares a credores de fundos de hedge que detém papéis da dívida argentina, também chamados de "fundos abutres". O tribunal manteve as decisões de instância inferior, da Justiça de Nova York, e ordenou que a Argentina comece a pagar a soma bilionária. O governo de peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner já havia advertido que daria o calote em sua dívida soberana se fosse obrigado a pagar o valor integral. O volume de ações negociadas totalizou 335,6 milhões de pesos (41,1 milhões de reais), com 73 baixas, quatro altas e quatro títulos estáveis. No mercado de câmbio, o preço do dólar se manteve estável e fechou a 8,03 pesos para a compra e a 8,13 pesos para a venda.  A briga do governo argentino com os fundos "abutres" tem origem no calote histórico da Argentina de sua dívida em 2001. Após o default, o governo argentino negociou a troca de títulos em 2005 e em 2010, o que permitiu que o país postergasse sua dívida. Com isso, em torno de 93% dos títulos da dívida foram trocados.  No entanto, credores do fundo NML Capital (os chamados "fundos abutres") não aceitaram a proposta do governo argentino e exigem o pagamento da dívida. Nesta segunda-feira, a Argentina argumentou ainda que o governo teria dificuldades para pagar os detentores de títulos na íntegra e, ao mesmo tempo, reestruturar sua dívida. Os detentores da dívida contestam essa avaliação, dizendo em sua própria ação judicial que há evidências apresentadas em instâncias inferiores de que a Argentina poderia pagar o montante. Todos os títulos somados aos juros poderiam resultar em uma soma de 18 bilhões de dólares para a Casa Rosada. Se a Argentina continuar a postergar o pagamento da dívida, autoridades dos Estados Unidos podem impedir o pagamento integral aos credores titulares de títulos reestruturados, mesmo que o país seja capaz de honrá-los. Isso poderia resultar em default antes de 30 de junho, quando os pagamentos são feitos. O risco-país argentino, medido pelo índice JP Morgan EMBI+, subiu cerca de 10 pontos básicos após a decisão da Corte. Os investidores não esperavam a decisão desfavorável do tribunal. "É um cenário muito prejudicial para a Argentina", disse Marco Lavagna, da consultoria Ecolatina, notando que a forma como os tribunais implementaram suas decisões foi fundamental. A Argentina está tentando evitar o pagamento integral a credores liderados pelos fundos de hedge Aurelius Capital Management e NML Capital Ltd, unidade do Elliott Management Corp, do bilionário Paul Singer.

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