segunda-feira, 19 de maio de 2014

LÍDERES RELIGIOSOS CRITICAM JUIZ QUE NÃO CONSIDERA RELIGIÕES OS CULTOS AFRO-BRASILEIROS

Líderes religiosos, durante evento ecumênico realizado na manhã desta segunda-feira, no Estádio do Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, criticaram o juiz federal Eugenio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que disse não considerar religiões as manifestações afro-brasileiras. O encontro Copa da Paz foi realizado pela Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio de Janeiro, com o objetivo de promover o tema social da Copa do Mundo 2014 ("Por um mundo sem armas, drogas, violência e racismo") e a campanha da fraternidade 2014 ("Fraternidade e Tráfico Humano"). O babalaô Ivanir dos Santos, representante do candomblé, mostrou-se indignado com o caso. "Vocês sabem do momento difícil que passamos. Um juiz, de maneira preconceituosa, não considera religião a umbanda e o candomblé. O que leva ao racismo e ódio é a ignorância". O pastor evangélico José Cavalcante, da Igreja Presbiteriana Unida, disse considerar importante a interação e o respeito entre as religiões. "Qualquer evento inter-religioso é importante para ensinar que não somos inimigos. Você pode não concordar com determinadas doutrinas de uma religião, mas tem de defender o direito dela de existir e pregar. Uma das grandes causas de guerra tem questões religiosas envolvidas", afirmou. "Nós vemos o resultado disso numa parte do mundo com guerras, massacres. Tivemos agora o sequestro de meninas na Nigéria, fruto desta intolerância. É uma contradição, porque o que caracteriza cada religião é o amor ao próximo", opinou o sociólogo Rangel Bandeira, da rede Desarma Brasil.

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