quarta-feira, 23 de abril de 2014

PT AMPLIA PRESSÃO PELA RENÚNCIA DO DEMÓSTENES PETISTA, O DEPUTADO FEDERAL ANDRÉ VARGAS

Com pelo menos mais uma semana antes de o Conselho de Ética voltar a se reunir para discutir o destino do deputado André Vargas (PT-SP), o "Demóstenes do PT", a cúpula petista pretende ampliar a ofensiva para convencer o parlamentar a renunciar ao mandato e, com isso, evitar a contaminação do projeto petista nas eleições de outubro. Flagrado em negociatas com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, Vargas era cotado para ser o coordenador de campanha da senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Nas conversas interceptadas pela Polícia Federal, também há evidências de tráfico de influência do deputado no Ministério da Saúde, pasta que foi comandada pelo pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha. Na terça-feira, os caciques do partido tiveram uma conversa tensa com André Vargas, que ainda insiste em se manter no exercício do mandato de deputado federal e se blindar, por enquanto, com o direito ao chamado foro privilegiado. Diante da postura do deputado, a idéia é que até o dia 29 deste mês o presidente do partido, Rui Falcão, tente enquadrar os cerca de 30 parlamentares que ainda se mantém aliados a Vargas e que defendem que ele não abra mão do mandato. O próprio Vargas voltará a ser pressionado pela cúpula do PT a deixar o cargo eletivo. “Sou persistente e vou continuar insistindo para ver se o convenço. O principal argumento é a preservação do partido e da vida do André para ele ter melhores condições de defesa para ele mesmo”, disse Falcão nesta quarta-feira. “O André, em benefício dele e do PT, deveria renunciar, mas é uma decisão personalíssima e o partido ou a bancada não podem impor a renúncia. É um pedido que temos feito a ele e reiterado”, completou Falcão. Escanteado pela direção nacional do PT, o "Demóstenes petista" André Vargas é considerado por petistas como um potencial “homem bomba” por não ter recebido solidariedade dos principais expoentes da sigla. Na tentativa de manter o mandato, o deputado começou um processo de chantagem contra integrantes do próprio PT e elegeu como primeiros alvos o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a senadora e ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ambos com bases eleitorais no Paraná, além do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A interlocutores, André Vargas tem insinuado que Bernardo seria beneficiário do esquema ilegal de distribuição de recursos que envolve a Petrobras e atuaria como intermediário entre a estatal e o grupo Schahin, personagem recorrente em escândalos políticos. Em depoimento ao Ministério Público, por exemplo, o operador do Mensalão do PT, Marcos Valério, informou que a construtora Schahin simulou serviços prestados a Petrobras e, com os recursos pagos pelo contrato não executado, pagou pelo silêncio de um empresário que poderia comprometer o ex-presidente Lula com o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.

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