segunda-feira, 10 de março de 2014

PARTE DA BANCADA DO PMDB PODE SE JUNTAR À OPOSIÇÃO PARA CONVOCAR MINISTROS

A bancada do PMDB da Câmara, ligada ao líder Eduardo Cunha (RJ) e outros partidos que compõem o “blocão”, prepara um contra-ataque à tentativa do PT e da presidente Dilma Rousseff de isolar o grupo. Dilma tem feito encontros com integrantes da cúpula do PMDB (recebeu líderes do partido no Senado), mas alijou o líder da Câmara. Nesta terça-feira, na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, o grupo pretende se juntar à oposição para aprovar cinco requerimentos de convocação dos ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Aldo Rebelo (Esportes) , Arthur Chioro (Saúde), da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Além disso, Eduardo Cunha vai reunir a bancada para discutir o posicionamento do partido contra o projeto do governo do Marco Civil da Internet e a manutenção da aliança nacional com o PT. Para a reunião, ele está convocando o presidente do partido, Valdir Raupp (PMDB-RO), que se reuniu na manhã desta segunda-feira com a presidente Dilma no Palácio do Planalto. "Dilma não quer discutir os problemas com o líder nacional do partido, Eduardo Cunha, que é quem fala pela bancada. Vamos votar cinco requerimentos da oposição de convocação de ministros. Dilma resolveu ouvir Temer e Raupp, mas eles não falam pela bancada. Quem vai impedir? Eles vão segurar? Estão empurrando com a barriga e isso não vai ter um bom desfecho", disse o deputado federal Lúcio Vieira Lima, presidente do diretório do PMDB na Bahia. Nesta terça-feira a Câmara volta a deliberar também sobre o requerimento do DEM e do PPS de criação de uma comissão externa para investigar denúncias de propina na Petrobras na Holanda. Na véspera do carnaval o requerimento começou a ser votado com apoio do “blocão”, e só não foi aprovado porque o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a pedido do vice-presidente Michel Temer e do Planalto, suspendeu a votação. Por meio de nota, o líder do PSDB na Câmara , Antonio Imbassahy (BA), afirmou que, ao exigir que o presidente da Câmara retire da pauta o requerimento para investigar denúncia de pagamento de suborno em contratos da Petrobras, a presidente Dilma quer humilhar o presidente da Casa e colocar o Congresso de joelhos. “A presidente Dilma está desrespeitando o Congresso Nacional e quebrando, de forma descarada, a independência entre os Poderes. É uma ação espúria, antirrepublicana, que só comprova o perfil arrogante e tirano da presidente. É inadmissível que ela queira colocar o Congresso de joelhos. Não estamos na Venezuela”, afirmou. Imbassahy destacou que Dilma quer impedir a investigação de uma denúncia “de extrema gravidade” envolvendo a estatal brasileira. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, voltou a reforçar no Twitter que defende a opinião da bancada do partido. “E está certo o Michel quando fala que é a convenção que decide apoio, aliás, falei isso aqui no Twitter, só que os deputados tem opinião e voto”, publicou no microblog: “É bom deixar claro que eu só expresso e só expressarei o que a bancada pensa e decide. Logo tentar me isolar é isolar a bancada do PMDB”. E mais: “A bancada já decidiu, nomeiem quem quiserem para os cargos, que não queremos”.

Nenhum comentário: