sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

GOVERNO PETISTA DE DILMA ROUSSEFF NEGOCIA VENDA DA ALL PARA A COSAN

O governo petista de Dilma Rousseff articula nos bastidores para mudar os atuais controladores da ALL (América Latina Logística). A entrada de novos investidores na companhia férrea é vista com bons olhos pelo governo, uma vez que esses investidores poderiam fazer uma injeção de capital no grupo, necessária para investimentos na malha ferroviária da companhia, que responde por cerca de 60% do escoamento de grãos do País. Nesta sexta-feira o BNDES reuniu-se com dirigentes da Cosan. O banco, que tem participação acionária na ALL, quer saber até onde há disposição do grupo em retomar as conversas para entrar no bloco de controle da ferrovia. O grupo, comandado pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello, fez em fevereiro de 2012 proposta a para entrar no bloco de controle da ALL. Mas, após um ano e meio de conversações, não houve acordo. Em outubro passado, a ALL entrou na Justiça contra a Rumo (controlada pela Cosan), questionando contrato firmado com a ex-parceira no transporte de açúcar. "O governo não pode simplesmente tirar a concessão da companhia porque sabe que provocaria um verdadeiro caos logístico em pleno ano eleitoral", afirma uma fonte do governo. "Mas entende que, se houvesse mudança na gestão e governança da companhia, seria o melhor dos cenários", diz uma fonte. A Cosan é considerada a solução mais palpável, mas outros investidores também estão sendo avaliados, como tradings (empresas que exportam e importam commodities). Ometto foi sondado na quarta-feira em Brasília, quando foi discutir concessões de ferrovias com a presidente Dilma Rousseff. A preocupação do governo é com o escoamento da safra. O acidente ocorrido em novembro, quando houve um descarrilamento de vagões de trem da ALL deixando oito pessoas mortas em São José do Rio Preto (interior de SP), acendeu a luz amarela. O ministro dos Transportes, César Borges, afirmou que a ALL não tinha feito os investimentos necessários para a manutenção da ferrovia e pediu para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) intensificar a fiscalização. Na época, a ALL divulgou nota negando problemas com a manutenção da ferrovia. Um acordo entre ALL e Cosan ainda está longe de ser feito, mas a própria ALL está tentando estender a bandeira branca. A companhia contratou Pérsio de Souza, da Estáter (empresa especializada em fusões e aquisições), para encontrar uma solução para a companhia. Souza, que representa os acionistas do bloco de controle, procurou várias vezes a Cosan para acenar um acordo, ainda sem sucesso. "É muito mais vantajoso para a Cosan selar um acordo de paz do que levar a briga adiante", disse uma fonte: "A disputa duraria muito tempo e a companhia não conseguiria repor eventuais prejuízos". Em contrato fechado em 2009 entre as duas companhias, a Rumo se comprometeu a investir cerca de 1,2 bilhão de reais em infraestrutura de vagões e locomotivas para escoamento de açúcar - cerca de 90% desses aportes já foram feitos. "No entanto, a ALL não realizou os investimentos necessários. E está utilizando parte dessa estrutura para açúcar no escoamento de soja", diz a fonte do governo.

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