domingo, 31 de março de 2013

MAÇONARIA GAÚCHA ATOLADA NO PIP


A Maçonaria gaúcha está com um grave problema: tem a Maçonaria formal, cujas lojas têm dias e horários certos para reunir seus membros ("irmãos") e tem a Maçonaria do PIP (Partido do Interesse Próprio). Neste caso, são confrarias de maçons que se reúnem com dia, hora e local pré-agendados, para alguns de seus "irmãos" cuidarem de seus interesses. Quem quiser encontrar uma dessas lojas informais em plena atividade pode ir almoçar no restaurante localizado no terraço do prédio do Rua da Praia Shopping, em pleno centro de Porto Alegre. É um lugar discreto. Lá podem ser encontrados, às quintas-feiras, ao meio dia, alguns "irmãos" de proa da Loja Themis. Um deles é Mario Gomes de Lima, economista chefe da Força Sindical, braço direito do chefe dessa confederação sindical no Rio Grande do Sul, vereador Claudio Janta. Ele também atua no gabinete do vereador. Ambos são da Loja Themis. Na mesma loja e na mesma mesa das quintas-feiras, encontra-se o comensal irmão Edson Luis da Cunha. Trata-se do presidente do discreto mas poderosissimo SindCFC (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores). Esta é a entidade que reúne os cerca de 260 centros de formação de condutores do Rio Grande do Sul. Essas empresas têm um faturamento mensal em torno de 70 milhões de reais. São empresas que funcionam, até hoje, sob concessão do Estado do Rio Grande do Sul, sem licitação. Elas têm uma concessão em caráter precário. Mas, não se tem notícia de que o Tribunal de Contas ou o Ministério Público tenham se mexido para obrigar o governo gaúcho a regularizar esta situação. A Loja Themis tem ainda mais um vereador, Marcio Bins Ely. Este foi o responsável pela mais exuberante campanha eleitoral no último pleito. Vale lembrar: o Rio Grande do Sul é o Estado campeão em acidentes e mortes no trânsito. E a secretária de Administração do Estado é a deputada petista Stela Farias, que teve atuação furiosa na CPI do Detran, durante o governo de Yeda Crusius (PSDB). Condenada por improbidade administrativa em primeira instância por desmando financeiro na prefeitura de Alvorada, Stela Farias tem se mostrado uma administradora incompetente. Em sua gestão, até concurso do Detran foi paralisado pela Justiça estadual. Portanto, como esperar que ela viesse a regularizar o multibilionário negócios dos centros de formação de condutores, que formam os motoristas gaúchos?

Assassinatos de motoristas de taxi geram protesto na frente da casa do peremptório governador petista Tarso Genro

O assassinato de três motoristas de taxi em Porto Alegre, na noite de sexta-feira, resultou em manifestações de rua e até um protesto de taxistas em frente à casa do peremptório governador petista Tarso Genrto, no amanhecer de sábado. O clima de insegurança em todo o Rio Grande do Sul se tornou absolutamente visível e inegável. Na noite da última quinta-feira, em Santana do Livramento, foram assassinados outros três taxistas. Os assassinatos a faca ou revólver acontecem em todo lugar do Rio Grande do Suol, a todo momento. Isso promoveu a revolta dos motoristas que taxi que foram para a frente da casa do peremptório petista Tarso Genro. Eles também bloquearam a Avenida Ipiranga, nos dois sentidos, nas proximidades do Palácio da Polícia Civil. Eles reclamam que as blitze promovidas pela Brigada Militar são absolutamente burras, porque investigam os motoristas, e não os passageiros.

Marina Silva contrata equipe de vendedores para caçar assinaturas para seu novo partido


Marina Silva, a sonhática, poderia ser chamada de "espértica". Como não tem militância, vai contratar uma equipe de vendedores para pegar incautos na rua para assinar ficha de apoio ao seu partido. Com dificuldades para conseguir as mais de 500 mil assinaturas necessárias para criar um partido que possa disputar as eleições de 2014, o grupo capitaneado pela ex-senadora Marina Silva resolveu "profissionalizar" o processo e contratar pessoas para fazer esse trabalho. Até agora, as assinaturas estavam sendo recolhidas apenas por voluntários. "A idéia é colocar essas pessoas contratadas nas ruas já a partir da semana que vem. A combinação desses dois atores, com a preponderância do voluntariado, é que vai produzir o resultado que esperamos", afirmou Cassio Martinho, um dos porta-vozes da Rede Sustentabilidade. Para bancar esse custo extra com a contratação de pessoal, serão realizados eventos para arrecadar fundos. O primeiro deles vai ser um café da manhã, em São Paulo, na próxima quinta-feira. No dia seguinte, em Brasília, haverá um jantar. Os convites estão sendo vendidos a R$ 100,00. Sabem quando eles vão conseguir pagar os contratados com esses recursos? Nunca. Então o dinheiro vai sair de outra fonte. O local escolhido, um restaurante na asa norte da capital federal, tem capacidade para aproximadamente 300 pessoas. O sentimento entre os fundadores da sigla, que foi lançada no dia 16 de fevereiro, é o de ser necessário acelerar o processo de coleta para que a Rede saia do papel dentro dos prazos legais. A Justiça Eleitoral estabelece que todas as assinaturas sejam encaminhadas e analisadas pelo Tribunal Superior Eleitoral até um ano antes das eleições, o que, no calendário eleitoral, significa a data limite de 4 de outubro. Naturalmente, ninguém ouviu o Ministério Público Eleitoral dizer que vai investigar essa estranha iniciativa. "Os nossos mobilizadores e companheiros ativistas precisam ficar espertos, acordar, ter senso de urgência, dar um grau a mais no esforço de mobilização", afirmou Martinho. Então tá....

Assassinatos de motoristas de taxi geram protesto na frente da casa do peremptório governador petista Tarso Genro


O assassinato de três motoristas de taxi em Porto Alegre, na noite de sexta-feira, resultou em manifestações de rua e até um protesto de taxistas em frente à casa do peremptório governador petista Tarso Genrto, no amanhecer de sábado. O clima de insegurança em todo o Rio Grande do Sul se tornou absolutamente visível e inegável. Na noite da última quinta-feira, em Santana do Livramento, foram assassinados outros três taxistas. Os assassinatos a faca ou revólver acontecem em todo lugar do Rio Grande do Suol, a todo momento. Isso promoveu a revolta dos motoristas que taxi que foram para a frente da casa do peremptório petista Tarso Genro. Eles também bloquearam a Avenida Ipiranga, nos dois sentidos, nas proximidades do Palácio da Polícia Civil. Eles reclamam que as blitze promovidas pela Brigada Militar são absolutamente burras, porque investigam os motoristas, e não os passageiros.

Estarrecedora denúncia contra deputado federal Eduardo Cunha


Está para chegar às mãos do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, um documento de 35 páginas que traz à luz uma história estarrecedora. Trata-se de um relatório secreto da Polícia Civil do Rio de Janeiro escrito dias depois da súbita interrupção das investigações que apuravam o tráfico de influência do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do filho do ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), em prol de um esquema milionário de sonegação fiscal. Ele era operado, segundo a polícia, pelo empresário Ricardo Magro, dono da refinaria de Manguinhos, na Zona Norte carioca. O relatório mostra que, por oito meses, a polícia seguiu, filmou e grampeou essas e outras dez pessoas na órbita de Magro. Os investigadores flagraram conversas comprometedoras e até encontros em viagens e shows, que não deixam dúvida sobre o estreito elo entre os dois políticos e o empresário. O material subsidiou um inquérito contra o grupo que está agora sob análise do Supremo Tribunal Federal. Tal investigação seguiu de vento em popa até 2009, quando de repente paralisou. Não havia mais como avançar. De uma hora para outra, os suspeitos não se falaram mais ao telefone. A polícia já sabe o motivo: o grupo foi alertado sobre o grampo pelo então procurador-geral do Ministério Público do de Janeiro, Cláudio Lopes.

Acaba prazo da Argentina para ter plano a credores


Terminou no fim da sexta-feira o prazo para que a Argentina entregasse à Corte de Apelações dos Estados Unidos sua proposta de pagamento de um grupo de credores da dívida soberana após a moratória de 2001. Eles não participaram das operações de reestruturação da dívida do país em 2005 e 2010 e exigem o pagamento de US$ 1,3 bilhão, ou suas dívidas completas, sem descontos. Há especulações de que a Argentina fará uma oferta que inclua novos títulos, o que não deve ser aceito pelos chamados “fundos abutres”.

Documentos da ditadura serão disponibilizados na internet


A Associação dos Amigos do Arquivo Público de São Paulo em conjunto com o Ministério da Justiça anunciaram nesta sexta-feira que os arquivos e prontuários do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, órgão de repressão do período da ditadura militar, poderão ser acessados na internet a partir desta segunda-feira. São aproximadamente 1 milhão de páginas de documentação digitalizadas. A digitalização dos documentos começou a ser feita há dois anos e a expectativa é que continue até 2014. Para a realização do trabalho, a Comissão de Anistia repassou mais de R$ 400 mil à Associação de Amigos do Arquivo. Em dezembro de 2012, o Ministério da Justiça também autorizou repasse de mais de R$ 370 mil.

Dilma exige mais factóides e mais repercussão da Comissão da Verdade


Insatisfeita, Dilma quer Comissão da Verdade criando mais factóides midiáticos. Em resumo: quer botar o povo contra os militares. Vítima de tortura durante a ditadura militar, a presidente Dilma Rousseff não está satisfeita com os resultados alcançados até agora pela Comissão Nacional da Verdade, e cobrou uma mudança de rumos nos trabalhos do colegiado. Em conversas recentes com integrantes do grupo, Dilma exigiu mais resultados concretos e que sensibilizem a opinião pública, já que pouco do que está sendo feito vem sendo divulgado. A principal intervenção da presidente foi no sentido de pedir que a comissão investisse mais nos depoimentos públicos de familiares, como forma de promover uma “catarse nacional”, como mostrou na quinta-feira a coluna Panorama Político. Alguns focos de resistência na comissão a esse tipo de atuação desagradaram ao Palácio do Planalto, que acompanha de perto os trabalhos. Só este ano, Dilma já teve reuniões reservadas com Cláudio Fonteles e com Paulo Sérgio Pinheiro. O próximo passo da comissão, que deverá causar comoção nacional, será atuar junto à Justiça brasileira para que autorize a exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, deposto e exilado pelo golpe militar. A exumação já foi autorizada pelos familiares de Jango, que acusam os governos militares na América do Sul, no âmbito da Operação Condor, de terem assassinado o ex-presidente em 1976. Um juiz uruguaio requisitou a exumação, e o governo brasileiro concordou com o pedido. Em conversas com integrantes do colegiado, a presidente obteve a resposta de que a comissão já reuniu uma grande quantidade de informações inéditas, e que terá um material consistente para apresentar ao fim do período de funcionamento, em maio de 2014. Em relação ao ponto fundamental para Dilma — o de provocar maior comoção nacional —, ainda há resistências de alguns integrantes. A crítica da presidente é que, diferentemente das comissões mais exitosas pelo mundo, como as da Argentina e da África do Sul, no Brasil não se está promovendo uma catarse das feridas abertas pela ditadura. De acordo com pessoas próximas à presidente, ela acredita que somente a partir desse processo será possível promover uma verdadeira “cura”.
Dilma alertou que, nesses países, o sucesso das comissões deveu-se em grande parte às sessões em que eram ouvidos mães, esposas, filhos e demais familiares das vítimas, em depoimentos que eram tornados públicos, dando-lhes espaço para “exorcizar” seus fantasmas, chorar suas dores e espantar a tristeza. Dilma solicitou que, nos próximos meses, a comissão adote esse mecanismo. O alerta do Planalto foi reforçado devido a desavenças internas que a comissão está enfrentando por conta da condução dos trabalhos. Enquanto uma parte do grupo defende que haja mais envolvimento público, para comover a sociedade em relação aos fatos ocorridos durante a ditadura, outra parcela dos integrantes acredita que o melhor é esperar até o fim dos trabalhos para somente então tornar os resultados conhecidos. De acordo com interlocutores do Planalto, os integrantes chamados pela presidente Dilma sinalizaram que poderiam adotar as mudanças. No último encontro com integrantes do colegiado, Dilma afirmou que avaliaria o apelo do grupo para fazer mudanças na comissão. Alguns dos membros manifestaram preocupação com as constantes ausências de José Paulo Cavalcanti Filho, consideradas “injustificadas”, e também com a participação do ministro Gilson Dipp que, desde o ano passado, por questões de saúde, deixou de comparecer às reuniões. Há receio de que o desfalque prejudique o andamento dos trabalhos. "O José Paulo Cavalcanti não está envolvido fortemente com a comissão, e em relação ao Gilson Dipp, ele não se apresentou ainda, não sabemos como está seu estado de saúde. A situação está difícil e precisamos de uma deliberação sobre isso. Há tempo hábil para se promover uma substituição. A um ano e um mês do fim dos trabalhos, ainda é possível que uma pessoa se integre perfeitamente ao grupo. Estamos no limite para dar uma definição", afirmou um integrante do colegiado, que prefere não se identificar. A presidente teria demonstrado pouca disposição em realizar esse tipo de intervenção, mas prometeu analisar o caso. Dilma teria tentado convencer o grupo de que seria melhor trabalhar com cinco pessoas do que perder tempo e polemizar com eventuais mudanças, e pediu que os integrantes tocassem os trabalhos independentemente do problema, enquanto avalia a substituição.

Depois do desastre da Eletrobrás e do sinal vermelho na CEEE, chegou a hora da Chesf anunciar prejuízo de R$ 5,3 bilhões


A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) teve um prejuízo de R$ 5,3 bilhões em 2012 em decorrência de ajustes contábeis por conta da renovação das concessões com vencimento em 2015. Isso porque o Governo Federal criou no ano passado Medida Provisória n° 579, segundo a qual tem de haver a reposição dos ativos das concessões que não foram amortizados. “A diferença resultante entre o valor da indenização, calculado com base no critério estabelecido pela referida MP, e o valor registrado contabilmente, foram baixados como perda no resultado da companhia”, disse a Chesf, empresa do grupo Eletrobrás. O lançamento da redução prevista pela MP ocasionou um resultado negativo de R$ 8,2 bilhões, valor que foi aliviado em parte pelo bom resultado operacional registrado pela estatal. A gerência operacional da caixa medida pelo Ebitda - que diz respeito ao lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização - em paralelo aos ajustes da MP 579 implicou em um crescimento de 25% em 2012, atingindo os R$ 3,35 bilhões. Curiosamente, mesmo com um prejuízo de R$ 5,3 bilhões, a receita operacional da Chesf, fechou 2012 com R$ 7,68 bilhões, sendo a maior de história da companhia.

A GRANDE LIQUIDAÇÃO DA PETROBRÁS QUE ESTÁ SENDO PROMOVIDA PELO DESGOVERNO DA PETISTA DILMA ROUSSEFF


Da revista Época - pelos jornalistas Diego Escosteguy, Murilo Ramos, Leando Loyola, Marcelo Rocha e Flávia Tavares
Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22º andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do País. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no Exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio de Janeiro: a venda de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina. O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção. Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas. Mesmo que os valores do negócio pudessem ser considerados vantajosos para a Petrobras, nada provocou tanto desconforto dentro da estatal como o sócio escolhido. O executivo Fabián trabalha para o bilionário argentino Cristóbal López, dono do grupo Indalo. Ele é conhecido como “czar do jogo”, em virtude de seu vasto domínio no mundo dos cassinos (na Argentina, o jogo é legal). López é amigo e apoiador da presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Como o “czar do jogo” da Argentina virou sócio da Petrobras? No dia 5 de novembro do ano passado, López enviou uma carta, em espanhol, à presidente da Petrobras, Graça Foster. Na carta, a que ÉPOCA teve acesso, López revela ser um homem bem informado. Não se sabe como, mas ele descobrira que a Petrobras estava negociando a venda da Pesa com três de seus concorrentes. O assunto da carta, embora em economês, deixava claras as intenções do empresário López: “Ref. Pesa Proposta de aquisição e integração de ativos”. López, portanto, queria comprar um pedaço da Pesa. Na carta, ele manifestou a “firme intenção de chegar a um entendimento entre Pesa e Oíl Combustibles S.A.”, a empresa de petróleo de López, para que a operação viesse a ser fechada. No documento, López propôs comprar 25% das ações que a Petrobras detinha na Pesa. Queria também a opção de, se a parceria desse certo, comprar mais 23,52% das ações – uma proposta mais modesta do que o acordo que ele conseguiu depois. A resposta da Petrobras também veio por escrito, semanas depois. No dia 21 de novembro, Ubiratan Clair, executivo de confiança de Graça Foster, que toca o feirão da Petrobras e negociava a venda da Pesa aos concorrentes do “czar do jogo”, escreveu a López: “Nos sentimos honrados pelo interesse manifestado na compra de 25% (da Pesa). No entanto, devemos indicar que as ações da Pesa não fazem parte de nossa carteira de desinvestimentos, razão pela qual não podemos iniciar qualquer negociação relativa às mesmas”. Diante do que aconteceu em seguida, a carta do assessor de Graça Foster causa espanto. Não só ele escondeu que a Pesa estava, sim, à venda – como, semanas depois, fechou acordo com o próprio López. No dia 18 de dezembro, menos de um mês após a inequívoca negativa, o mesmo assessor de Graça Foster firmou um “convênio de confidencialidade” com López para lhe vender a Pesa. O que houve nesse espaço de um mês? Por que a Petrobras mudou de ideia e resolveu fechar negócio com López? A estatal não explica. Assessores envolvidos na operação dizem apenas que “veio a ordem” de fechar com o amigo de Cristina Kirchner. Procurada por ÉPOCA em três oportunidades, a assessoria da Petrobras limitou-se a responder que “não vai emitir comentários sobre assuntos relacionados com o seu Programa de Desinvestimento”. Graça Foster e o executivo Ubiratan não responderam às ligações. A assessoria de López confirmou apenas que o grupo Indalo fez uma proposta pela Pesa. López é o que a imprensa argentina chama de “empresário K”, como são conhecidos os empresários que têm proximidade com o governo Kirchner. Ele tem empresas de transporte, construção civil, petróleo, alimentação, concessionárias e meios de comunicação. É famoso por suas redes de cassino e caça-níquel. É sócio em pelo menos 14 cassinos, incluindo o Hipódromo de Palermo, para o qual ganhou de Néstor Kirchner, nos últimos dias como presidente da Argentina, uma extensão da concessão para os caça-níqueis – o prazo foi estendido de 2017 a 2032. A relação entre López e Néstor Kirchner, o marido de Cristina, que governou o país antes dela e morreu em 2010, começou em 1998. Néstor, quando governador de Santa Cruz, ajudou uma empresa de López a fechar negócios com petroleiras. Desde então, López nunca escondeu de ninguém: sentia que tinha uma “dívida eterna” com Néstor. Para pagar a “dívida eterna”, convidava Néstor, que sempre gostou de uma mesa de jogo, a se divertir num dos cassinos dele em Comodoro Rivadavia. A amizade era recíproca. Em 2006, López recebeu de Néstor concessão para explorar sete reservas de petróleo em Santa Cruz. Cristina, a sucessora, também o ajudou. Fez-lhe um favorzinho depois que ele gastou US$ 40 milhões na compra da concessão do canal de TV C5N, a fim de torná-lo governista. Para que fechasse o negócio, Cristina abriu exceções na lei de audiovisual, que proíbe negociar concessões. Depois que a Petrobras fechou o acordo de confidencialidade com López, o negócio andou rápido. Ele apresentou uma proposta em 7 de janeiro, aumentou o valor numa segunda proposta, um mês depois – e fechou a compra das ações por US$ 900 milhões em 22 de fevereiro. Com o acordo, López e a Petrobras discutem agora os detalhes do contrato a ser assinado. Se tudo correr como previsto, resta apenas a aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reunirá no final de abril. A Pesa, porém, enfrentará resistências na Argentina se assinar o contrato. O atual governador de Santa Cruz, Daniel Peralta, um desafeto de López, ameaçou tirar dele as concessões das sete reservas de petróleo que López tem na região. Peralta diz que ele não fez os investimentos previstos. Diz, ainda, que a situação em Santa Cruz pode “inviabilizar” o negócio com a Petrobras – mas não diz como. O maior problema do negócio da Petrobras com o “czar do jogo”, e com todas as operações do feirão, é a falta de transparência. Como demonstra o caso da Argentina, não há critérios claros para a escolha das empresas que farão negócio com a Petrobras. Esse modelo sigiloso e sem controle resultou em calamidades, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2004, a Astra Trading pagou US$ 42 milhões pela refinaria. Meses depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade do negócio. Tempos depois, um desentendimento entre as sócias levou a questão à Justiça. A Petrobras perdeu e foi condenada a comprar não só a parte da sócia, como a pagar multa, juros e indenização. Em junho, a Petrobras anunciou que pagaria mais US$ 820 milhões. ÉPOCA teve acesso a um documento interno da Petrobras, elaborado em 2009. Um trecho afirma que a então diretoria, comandada pelo petista José Sergio Gabrielli, decidiu manter o processo devido à “prepotência” com que a Astra se colocava no caso. Logo depois, o documento lista razões para fazer um acordo. Uma delas é que um representante da Astra procurara a Petrobras em busca de entendimento. A razão mais forte era clara: “Caso no litígio a Petrobras perca, o custo total irá para cima de US$ 1 bilhão (...). Vale lembrar que a Petrobras já perdeu na arbitragem, e a possibilidade de perder na corte é preocupante”. A opção do acordo era a menos pior. A Petrobras gastaria, no máximo, US$ 639 milhões. O documento afirma que a (então) “ministra (de Minas e Energia) Dilma Rousseff deverá ser procurada para ser informada de que a Astra está procurando entendimentos, inicialmente por canais informais”. O texto diz que Dilma Rousseff deveria comunicar isso na reunião do Conselho da Petrobras, marcada para 17 de julho de 2009. O Conselho daria então um prazo para um acordo com a Astra. O pior cenário sobreveio. A Petrobras não fez nenhum acordo com a Astra, perdeu na Justiça e gastou mais de US$ 1 bilhão (boa parte dele dinheiro público) – 24 vezes o que a Astra pagou pela refinaria. O Tribunal de Contas da União investiga como a Petrobras pôde fazer um negócio tão ruim – pelo menos para seu caixa e para os cofres públicos. A ausência de critério, segundo executivos da Petrobras, aparece também na parte mais valiosa do feirão: as operações da estatal na África. Cálculos do mercado e da Petrobras estimam o patrimônio no continente num patamar entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões. A Petrobras produz e explora petróleo em Angola, Benin, Gabão, Líbia, Namíbia, Nigéria e Tanzânia. De 2003 a 2010, investiu cerca de US$ 4 bilhões na África. ÉPOCA teve acesso a documentos internos da Petrobras que apresentam um diagnóstico sobre os negócios na África que devem ser vendidos, incluindo mapas com a localização dos poços e informações sobre seu potencial produtivo. O material mostra muitas possibilidades de lucro. A maior fatia de investimento está na Nigéria, responsável por 23% da produção atual de toda a área internacional da companhia – uma média equivalente a 55 mil barris de óleo por dia. São três poços na Nigéria: Agbami, Akpo e Engina. Os documentos da Petrobras mostram que os três poços têm “reservas provadas” de 150 milhões de barris de petróleo. Para quem a Petrobras planeja vender tamanho tesouro? A estatal, de novo, não explica os critérios. Até agora, a única negociação avançada é com o grupo BTG, do banqueiro André Esteves. Por meio do investidor Hamylton Padilha, uma das mais poderosas influências na Petrobras, Esteves, segundo executivos da estatal envolvidos com a transação, negocia a compra de parte das operações na Nigéria. Questionado por ÉPOCA, Padilha afirmou ter se reunido com representantes do banco para avaliar investimentos na Petrobras. “Conversei com o pessoal (BTG) sobre esse assunto (venda de ativos da Petrobras). A Petrobras convidou diversas empresas estrangeiras para poder fazer ofertas no Golfo do México, África e até na América Latina. Sei que na área de petróleo eles (BTG) estão olhando. Têm participação em duas empresas ligadas ao setor: Bravante e Sete Brasil”, disse. “Não trabalho para o BTG. Sou investidor. Investi algum dinheiro na Sete Brasil (ligada à construção de plataformas de petróleo).” Indagado sobre quem é a pessoa mais indicada para falar, pelo BTG, sobre investimentos na Petrobras, sobretudo na África, Padilha disse: “A pessoa que trata desse assunto diretamente é o André Esteves”. O BTG disse que não se manifestaria.

Ex-motorista de Brizola, Maneca chegou ao poder


Quando fazia visitas a Brasília, o engenheiro Leonel Brizola, fundador do PDT, utilizava os favores do motorista Maneca, também militante do partido. O caudilho sempre tratou Maneca com afabilidade, mas não lhe permitia intimidades, fazendo-o aguardar no carro o término de suas demoradas reuniões. Os anos passaram e Maneca virou ministro do Trabalho do governo Dilma Rousseff. Seu nome é Manoel Dias. O jornaleiro Carlos Lupi tinha Brizola como cliente, no Rio. Fez-se vice-presidente e desde a morte do caudilho controla o PDT cartorialmente. Sucessor de Brizola Neto no Ministério do Trabalho, Manoel Dias marcou para esta semana café da manhã com a bancada do PDT.

sábado, 30 de março de 2013

Lula continua a ouvir Palocci sobre rumos da economia


Atento aos rumos da economia brasileira, o ex-presidente Lula continua ouvindo as avaliações do ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda, Antonio Palocci. Longe da vida partidária e dos holofotes do Planalto, desde que foi defenestrado do governo Dilma Rousseff, em 2011 (após o escândalo envolvendo sua evolução patrimonial), Palocci faz parte do time de especialistas que discutem com frequência a conjuntura econômica do País com o ex-presidente. Palocci (que ainda circula entre os empresários) esteve com Lula na segunda-feira, participando como ouvinte de um seminário onde o palestrante convidado era o ex-secretário de Política Econômica, Luiz Gonzaga Belluzzo. Diante de uma plateia formada pelo líder do governo e do partido na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e José Guimarães (PT-CE), respectivamente, do líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio "Top Top" Garcia, e de assessores do Instituto Lula, o economista fez uma avaliação da atual conjuntura à cúpula do PT. O objetivo era ampliar a base de informações dos petistas sobre o assunto, que se tornou ponto central nas discussões do ano pré-eleitoral. Segundo relatos de participantes do encontro, Belluzzo disse que a economia enfrentava dificuldades para crescer, mas que tende a ter uma expansão "razoável" este ano. Denominados "reuniões de conjuntura", seminários como este são organizados pelo Instituto Lula periodicamente e visam discutir temas variados, como política externa, economia e América Latina. São convidados dirigentes partidários, governadores, cientistas políticos, economistas e até membros do governo. "Não é uma reunião secreta, mas também não é pública", disse um assessor próximo de Lula. Segundo o assessor, as reuniões não são divulgadas para não causar "ciumeira" nos aliados preteridos. Assim como Belluzzo, Palocci e outros economistas próximos de Lula, como Delfim Netto, participam "de vez em quando" da "troca de idéias", não necessariamente nesse modelo de encontro. "O Palocci às vezes aparece no Instituto, pois ele é amigo do Lula. O Lula tem sempre conversas como as que fez com o Belluzzo. Já teve com o Delfim Netto, por exemplo", revelou outro assessor. Os assessores próximos de Lula ficam desconfortáveis em falar dos encontros de Lula com Palocci. Mesmo com a economia na mira dos bombardeios da oposição, eles afirmam que o ex-presidente não tem nenhuma preocupação específica com o setor.

Argentinos recordam vôos da morte no delta do rio Paraná


"Mesmo após anos, a lembrança continua ali. Eu tento não me lembrar, porque não é algo bonito". A frase é de José Luis Pinazo, que vive no delta do rio Paraná, na Argentina. Há três décadas ele foi testemunha de cenas que marcaram um dos capítulos mais sombrios da ditadura argentina, o lançamento de corpos de prisioneiros políticos no rio a partir de aviões. Pinazo é piloto de uma lancha que transporta diariamente as crianças ribeirinhas para uma escola na cidade de Villa Paranacito. A paisagem repleta de riachos e pântanos, a 200 quilômetros ao norte de Buenos Aires, pode ter sido uma grande vala comum dos chamados vôos da morte, que também despejaram corpos no oceano Atlântico e no rio da Prata. O jornalista Fabián Magnotta investigou a questão dos desaparecidos durante a ditadura argentina (1976-1983) e ouviu vários ribeirinhos que relatam o lançamento de corpos no rio. Alguns prisioneiros já estariam mortos quando foram jogados, outros ainda estariam vivos. Agora, são todos considerados desaparecidos. O relatório oficial das vitimas da junta militar argentina fala de quase 20 mil desaparecidos. Organizações de direitos humanos mencionam 30 mil. Mas a Equipe Argentina de Antropologia Forense identificou apenas 500 corpos até o momento. Segundo o jornalista, em alguns lugares a água do Paraná chega a 60 metros de profundidade. Do céu é possível avistar uma imensa área de pântanos, capazes de fazer sumir um corpo em segundos. Marcos Queipo, mecânico aposentado, diz que se lembra de "ter visto cadáveres no rio Bravo (um braço do delta do Paraná) jogados de aviões". "Lembro de ter visto helicópteros e aviões jogando pacotes. Abriam a escotilha e caia um pacote do ar", conta. "A princípio, ninguém sabia o que tinha naqueles pacotes. Mas, depois de alguns dias, descobrimos", disse. Queipo conta que descobriu por conta própria. Abriu vários "pacotes" e em todos havia corpos sem vida, de jovens em sua maioria. Muitos tinham as mãos atadas. Testemunhas contam que em alguns momentos havia vôos diários, principalmente nos primeiros anos do governo militar, quando a repressão foi mais forte. Atualmente, a Justiça investiga os chamados voos da morte. Sete ex-funcionários do governo militar, incluindo ex-pilotos militares, são acusados de terem jogado no rio prisioneiros políticos que estavam detidos na Esma (Escola Superior da Armada), um dos centros da repressão. Magnotta lembra uma peculiaridade em seu livro. Emilio Massera, o almirante a cargo da Esma, era de Entre Ríos, província onde se encontra o delta do Paraná. Ele passava férias na região e conhecia bem o local. Mas, como o segredo pôde ser guardado por tanto tempo? "Os ribeirinhos são pessoas muito reservadas com o que vem de fora", conta o jornalista, que diz ter esperado anos para romper a reticência das testemunhas. Mas, o medo imposto pelos militares foi o elemento crucial. Queipo conta que assim que descobriu os corpos, tratou de avisar a polícia. "Fui e contei que havia muitos corpos boiando no rio. Eles me disseram: 'cala a boca, senão vai te acontecer o mesmo'', conta. Por anos, os ribeirinhos foram testemunhas silenciosas e amedrontadas das atrocidades. Alguns contam ter visto corpos pendurados nas árvores. Outros tiveram corpos caindo no próprio telhado. Muitos viram corpos boiando no encontro das águas do Paraná com o oceano. Além dos que pereceram nos vôos, as famílias que mais de 30 anos depois ainda buscam seus entes queridos também se tornaram vítimas. A família Dezorzi é uma das milhares. Eles vivem em Gualeguaychú, próximo ao delta. Santa Teresita Dezorzi sabe que seu filho Óscar pode ter sido lançado à morte muito próximo do local onde vivia. Acredita-se que tenha permanecido preso na Esma, a menos de meia hora de avião do delta. Óscar foi tirado de casa seminu, na madrugada de 10 de agosto de 1976. Ele era militante do grupo terrorista Montoneros, o grupo de extrema esquerda dos peronistas que a Junta Militar tratou logo de extirpar.

Israel reabre fronteira com Gaza


Israel reabriu na quinta-feira os entroncamentos na fronteira com a Faixa de Gaza que haviam sido fechados depois de milicianos palestinos terem disparado foguetes em direção ao sul israelense durante a visita, na semana passada, do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Os foguetes disparados na direção de Sderot causaram danos, mas não deixaram vítimas. Os disparos levaram Israel a fechar o único entroncamento comercial do território palestino litorâneo e a restringir o fluxo de civis. Israel também diminuiu o trecho do litoral que pode ser usado por pescadores palestinos. Na quinta-feira, Israel reabriu o entroncamento comercial e voltou a permitir que palestinos com autorização para atravessar a fronteira entrassem em seu território. As restrições à pesca, no entanto, foram mantidas. Também na quinta-feira o exército informou a detenção, na véspera, de cinco chefes da organização terrorista Hamas na Cisjordânia, entre eles o deputado Mohammed Jamal Natshe.

Banco Central diz que aumento do juro é o melhor remédio contra inflação


O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que o aumento da taxa básica de juros é o melhor remédio para combater a inflação, no momento em que a escalada dos preços levou a autoridade monetária a piorar suas projeções de inflação para este e o próximo ano. Em entrevista após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, na quinta-feira, o diretor disse que há possibilidade de haver convergência para o centro da meta de 4,5 % no fim de 2014, desde que medidas sejam tomadas, apesar das previsões do Banco Central apontarem em direção diversa. No relatório, que contempla como hipótese de trabalho a Selic inalterada em 7,25 %, a inflação ficará em 5,7 % neste ano pelo cenário de referência, caindo para 5,3 %, em 2014, e avançando para 5,4 % no primeiro trimestre de 2015. "É irrealista o cenário de convergência para a meta em 2013. Mas, em 2014, muita coisa pode ser feita para garantir que a convergência ocorra ao final do ano", disse o diretor. Ao ser questionado especificamente sobre o que poderia ser feito para garantir que esse processo culmine na convergência no fim do ano que vem, Carlos Hamilton escorou-se no ex-premiê britânico Winston Churchill:  "Para combater a inflação, o juro é o pior remédio, à exclusão dos demais. Mas, sobre o que vai ser feito, o Copom vai definir".

Pela primeira vez, Papa Francisco incluiu mulheres na celebração da 5ª Feira Santa


Duas moças estavam entre as 12 pessoas que tiveram os pés lavados e beijados pelo Papa Francisco na tradicional cerimônia da Quinta-Feira Santa, realizada em um centro de detenção de menores infratores nos arredores de Roma. É a primeira vez que um Papa inclui mulheres no rito. A Missa de Lava-Pés evoca um gesto de humildade de Jesus com seus apóstolos na véspera da crucificação. Um porta-voz do Vaticano disse ainda que, das 12 pessoas que tiveram os pés lavados, duas eram internos muçulmanos do centro de detenção, chamado Casal del Marmo. O local da celebração também marca outro ineditismo por parte do novo Papa. Desde que há registros, a Missa de Lava-Pés sempre foi celebrada pelos Papas nas basílicas de São Pedro ou São João de Latrão. Francisco disse que escolheu o reformatório juvenil porque desejava estar perto dos sofredores. Na época em que era arcebispo de Buenos Aires, o cardeal argentino Jorge Bergoglio já havia incluído mulheres na celebração do Lava-Pés. Numa homilia breve e improvisada, o Papa disse aos jovens internos que todos, inclusive ele, precisavam estar a serviços dos outros. "É o exemplo do Senhor. Ele era o mais importante, mas lavou os pés dos outros. O mais importante deve estar a serviço dos outros", disse ele. Em uma missa na manhã da quinta-feira, no Vaticano, o Papa Francisco pediu aos padres católicos que se dedicassem aos pobres e sofredores, em vez de se preocuparem em fazer carreira como "administradores" da Igreja. Sua homilia na primeira cerimônia da Quinta-Feira Santa foi mais um sinal desde sua surpreendente eleição, há duas semanas, da sua determinação de colocar a Igreja mais perto dos pobres. "Precisamos sair, então, a fim de experimentar nossa própria unção (como padres) ... até as periferias, onde há sofrimento, derramamento de sangue, a cegueira que anseia por visão, e prisioneiros servos de muitos senhores maus", disse ele em missa na Basílica de São Pedro. O argentino de 76 anos assumiu a Igreja Católica após o escândalo resultante do vazamento de documentos que mostravam supostos casos de corrupção e disputas internas na Cúria Romana. Na missa, que marca o início de quatro dias de intensa atividade até a Páscoa, Francisco disse que os padres não devem se acomodar na "introspecção". "Aqueles que não saem por si mesmos, em vez de serem mediadores, gradualmente se tornam intermediários, gestores. Sabemos a diferença: o intermediário, o gestor ... não põe sua própria pele e seu próprio coração na linha de frente, nunca escuta uma palavra calorosa e compungida de agradecimento", disse. Dirigindo-se aos cerca de 1.600 padres de Roma presentes à missa, o Papa disse que os que não vivem em humildade, perto do povo, correm o risco de se tornar "colecionadores de antiguidades ou novidades - ao invés de serem pastores vivendo com ‘o cheiro das ovelhas'".

Dilma negocia cargo para manter PTB na base aliada


Disposta a afastar o PTB do palanque dos adversários em 2014, a presidente Dilma Rousseff quer manter o partido na base aliada do governo, mas sem ceder ministério. Os líderes do partido querem a pasta de Ciência e Tecnologia ou a recém-criada Secretaria da Micro Empresa. Dilma só aceita entregar o comando de uma estatal ou autarquia. Nas últimas semanas, os dirigentes do partido foram sondados pelo governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB). Para conter o assédio de Eduardo Campos, Dilma deve receber nos próximos dias lideranças da legenda. O partido de Roberto Jefferson, o denunciante do Mensalão do PT, integra a base aliada do governo, mas não ocupa nenhum ministério. Tem, no entanto, a presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para complicar as negociações, Dilma tem reclamado, nos bastidores, da direção da Conab e pode trocar sua diretoria. O PTB se distanciou do governo Lula em 2005 ,quando o seu então presidente, Roberto Jefferson, denunciou o esquema do Mensalão do PT. Na eleição presidencial de 2010, o partido subiu no palanque do tucano José Serra. Com a vitória de Dilma, o partido aderiu à presidente eleita e voltou à base do Planalto no Congresso, mas sem cargos no primeiro escalão. O presidente do PTB, Benito Gama, disse que seu partido ainda não foi procurado pela presidente Dilma para tratar da ocupação de uma vaga na Esplanada dos Ministérios. "Ela não nos procurou para falar sobre nada e nem nós a procuramos para pedir qualquer coisa", afirmou. "Estamos aguardando o chamado da presidente", completou.

Banco Central diz que aumento do juro é o melhor remédio contra inflação


O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que o aumento da taxa básica de juros é o melhor remédio para combater a inflação, no momento em que a escalada dos preços levou a autoridade monetária a piorar suas projeções de inflação para este e o próximo ano. Em entrevista após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, na quinta-feira, o diretor disse que há possibilidade de haver convergência para o centro da meta de 4,5 % no fim de 2014, desde que medidas sejam tomadas, apesar das previsões do Banco Central apontarem em direção diversa. No relatório, que contempla como hipótese de trabalho a Selic inalterada em 7,25 %, a inflação ficará em 5,7 % neste ano pelo cenário de referência, caindo para 5,3 %, em 2014, e avançando para 5,4 % no primeiro trimestre de 2015. "É irrealista o cenário de convergência para a meta em 2013. Mas, em 2014, muita coisa pode ser feita para garantir que a convergência ocorra ao final do ano", disse o diretor. Ao ser questionado especificamente sobre o que poderia ser feito para garantir que esse processo culmine na convergência no fim do ano que vem, Carlos Hamilton escorou-se no ex-premiê britânico Winston Churchill:  "Para combater a inflação, o juro é o pior remédio, à exclusão dos demais. Mas, sobre o que vai ser feito, o Copom vai definir".

Debandada de servidores esvazia Comissão de Direitos Humanos da Câmara após eleição do deputado pastor Marco Feliciano


A permanência do deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias provocou uma debandada de servidores. Dos 19 funcionários que trabalhavam na comissão, somente dois ficaram. Alguns foram dispensados, outros pediram para sair. É o efeito do chamado "patrulhismo petralha". Ocorre que funcionário que permanecer ali será perseguido, não terá oportunidades na Câmara dos Deputados. Com a debandada, acredita-se que pode ocorrer um prejuízo de perda de "memória" do trabalho na comissão, já que há risco de se perder o que vinha sendo feito pelos servidores. Isso é mentira, completa inverdade. A assessoria do deputado do PSC afirmou que o processo de substituições é "natural". Diz que alguns dos servidores pediram desligamento ao longo do mês e outros foram dispensados para que o deputado pudesse formar sua própria equipe. Dos dezessete funcionários que saíram, doze são efetivos da Casa e estão sendo realocados em outras atividades. Naturalmente, devem ser petistas, no mínimo filopetistas. Os dois servidores que ficaram pediram ao parlamentar para continuar. Servidores que atuaram na comissão contam que sete deles deixaram os cargos por diferenças ideológicas assim que Feliciano foi eleito. O que explica tudo. Imagina..... funcionários com "diferenças ideológicas"!!!!! Outros continuaram na expectativa de uma renúncia do pastor, o que teria levado alguns aliados de Marco Feliciano a tomá-los por "espiões".

sexta-feira, 29 de março de 2013

Militares criticam Comissão da Verdade e homenageiam movimento contra-revolucionários de 1964


Associações formadas por integrantes das Forças Armadas divulgaram um manifesto que presta "homenagem" ao aniversário de 49 anos do golpe militar de 31 de março de 1964, quando o presidente João Goulart foi deposto. Uma carta assinada pelos presidentes do Clube Militar, do Clube Naval e do Clube da Aeronáutica critica os trabalhos da Comissão da Verdade, e chama seus integrantes de "totalitários" e de "democratas arrivistas". "Não venham, agora, os democratas arrivistas, arautos da mentira, pretender dar lições de democracia. Disfarçados de democratas, continuam a ser os totalitários de sempre. Ao arrepio do que consta da Lei que criou a chamada 'Comissão da Verdade', os titulares designados para compô-la, por meio de uma resolução administrativa interna, alteraram a Lei em questão limitando sua atividade à investigação apenas de atos praticados pelos Agentes do Estado, varrendo 'para debaixo do tapete' os  crimes hediondos praticados pelos militantes da sua própria ideologia", escreveram o general Renato Cesar Tibau da Costa, o vice-almitante Ricardo Antônio da Veiga Cabral e o tenente brigadeiro-do-ar Ivan Moacyr da Frota, todos da reserva. O manifesto, publicado na página do Clube Militar do Rio de Janeiro, afirma que agentes da esquerda praticaram crimes contra militares e civis que estavam "no cumprimento do dever ou em situação de total inocência". Os autores do texto criticam a Comissão da Verdade por se debruçar apenas a violação de direitos humanos por agentes de Estado. O documento, no entanto, não faz referência a episódios de tortura ou outros crimes praticados por militares no período da ditadura (1964-1985). "As minorias envolvidas na liderança da baderna que pretendiam instalar no Brasil tentaram se reorganizar e, com capital estrangeiro, treinamento no Exterior e apoio de grupos nacionais que almejavam empalmar o poder para fins escusos, iniciaram ações de terrorismo, com atentados à vida de inocentes que, por acaso ou por simples dever de ofício, estivessem no caminho dos atos delituosos que levaram a cabo", anotaram os militares. Segundo os presidentes das instituições, a ação das Forças Armadas na "intervenção" de 1964 tinha o objetivo de proteger a nação e restabelecer a ordem, "colocada em risco por propostas contrárias à índole ou ao modo de vida do Brasileiro". "O povo brasileiro, no início da década de 1960, em movimento crescente, apelou e levou as Forças Armadas Brasileiras à intervenção, em março de 1964, num governo que, minado por teorias marxistas-leninistas, instalava e incentivava a desordem administrativa, a quebra da hierarquia e disciplina no meio militar e a cizânia entre os Poderes da República", afirma o manifesto. O texto afirma ainda que os governos militares beneficiaram o Brasil "em todos os setores: econômico, comunicações, transportes, social, político, além de outros". Para que a versão dos militares pudesse ser examinada, em fevereiro, o brigadeiro Ivan Frota, presidente do Clube da Aeronáutica, procurou o então presidente da Comissão da Verdade, Cláudio Fonteles, para, em nome da Academia Brasileira de Defesa, encaminhar ao órgão documentos, livros e revistas como “subsídios para a apreciação isenta dos fatos”, para que o grupo possa ter outras fontes de informações, e assim, “conseguir preservar a verdade” em relação ao que ocorreu durante a revolução de 1964. Na conversa, que durou mais de uma hora, Frota aproveitou para falar “sobre a inconveniência dessa iniciativa de reviver dissensões do passado e da tentativa de apreciar novamente fatos já transitados em julgado, no Supremo Tribunal Federal. Frota disse que fez questão de levar os documentos a Fonteles para "ajudá-lo a ver o outro lado da história, já que a comissão tem trabalhado em uma direção única". Além do livro Orvil (que representa a palavra livro ao contrário) - Tentativas de Tomada do Poder - e de documentos produzidos pelo grupo Verdade Sufocada, foi entregue a Fonteles uma separata de número antigo das Seleções do Reader's Digest sob o título "a Nação que salvou-se a si mesma", que "relata o sentimento da população brasileira à época, sobre a revolução, e dando graças a Deus que não caminhamos para o comunismo". Frota contou ainda que apresentou a Fonteles o descontentamento de militares e civis com o fato de que "está sendo promovido um novo julgamento patrocinado pelo governo em que um dos lados não têm direito à defesa". Para o brigadeiro, "isso é um desrespeito à Suprema Corte", ainda mais que estavam sendo considerados agora fatos sem provas e a parcialidade do grupo. Ao justificar a necessidade de a comissão ouvir o outro lado, a carta entregue a Fonteles por Frota informa que, na época, "o Estado Brasileiro, no uso de impostergável e intransferível dever, foi obrigado a enfrentar e debelar a cruenta ameaça representada pela ação armada de facções internas, que, sob inspiração externa, tentavam substituir a ordem democrática, entre nós, por um sistema totalitário, estranho à História Pátria e aos desejos mais profundos do nosso povo, além de negador da dignidade intrínseca do ser humano, criado à imagem e à semelhança de Deus". Na carta, o brigadeiro Ivan Frota lembra que houve "anistia ampla, geral e irrestrita a ambos os lados opostos pela guerra revolucionária vivida no Brasil". E, em seguida, acrescenta: "Por isso, dentro da situação criada pela pressão para revolver o passado, queremos contribuir para que o ódio não volte a ter primazia em razão da supremacia de visão unilateral, necessariamente partidária e/ou ideológica, sobre os eventos vividos em nossa dolorosa experiência no contexto da Guerra Fria".

Brasil extradita torturador argentino preso em Santa Catarina


O argentino Claudio Vallejo, procurado pela Interpol por crimes praticados na época da ditadura, na Argentina, foi extraditado na madrugada de quinta-feira para Buenos Aires e entregue às autoridades. Segundo a Polícia Federal, ele viajou para a Argentina em um vôo comercial, acompanhado por dois policiais da Interpol de Buenos Aires. Vallejo teria sido um dos torturadores do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Júnior, o Tenorinho. Tenório era um dos pianistas favoritos de Vinicius de Moraes e participava de um show em Buenos Aires, em companhia de Vinicius, quando desapareceu em 1976. Aos 54 anos, Vallejo estava foragido e se escondia em várias cidades do sul do Brasil nos últimos dez anos. Ele cumpria pena por estelionato desde o ano passado. Em Buenos Aires, ficará em presídio especial. Ao saber da prisão no Brasil, o governo argentino pediu ao Supremo Tribunal Federal a extradição para cumprimento de pena no país de origem. A concessão foi dada pelo Supremo no dia 13 de março. A mesma coisa precisava ser feita com o terrorista italiano Cesare Battisti, que matou quatro pessoas inocentes e indefesas, de maneira absolutamente torpe. Ele é um protegido do peremptório petista Tarso Genro.

Governo dá mais prazo para cafeicultor pagar financiamentos


O governo Dilma Rousseff ampliou o prazo para os produtores de café pagarem financiamentos que venceriam agora, de acordo com resolução aprovada na quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A partir de junho, eles terão 12 meses para pagar os financiamentos, que incluem operações relativas a estocagem de café. A medida é uma das reivindicações do setor produtivo que lida com preços baixos. As cotações internacionais do café arábica caíram cerca de um terço em um ano. Os produtores, no entanto, não tiveram uma importante reivindicação atendida pelo governo. Eles queriam a elevação do preço mínimo de garantia do arábica para 340 reais por saca, ante 261 reais atualmente, o que viabilizaria a implantação de ferramentas de mercado como os leilões de opções e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), instrumentos utilizados para dar sustentação aos valores globais. A nova safra de café do Brasil, com colheita iniciando em meados deste ano, tem tudo para ser grande, já que o clima tem colaborado. Esse cenário tem pressionado as cotações na bolsa de Nova York. O Brasil deverá colher neste ano a maior safra de café para um ano de baixa do ciclo bianual, que alterna colheitas maiores e menores a cada ano, segundo o governo. O País deverá produzir 48,57 milhões de sacas de 60 kg, estimou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Lucro da CSN recua no quarto trimestre


A Companhia Siderúrgica Nacional teve queda superior a 60% no lucro líquido do quarto trimestre, mas superou a previsão de analistas, diante de maiores vendas no período. Entre outubro e dezembro, a fabricante de aço apurou lucro de 316,1 milhões de reais, queda de 61,3% ante mesma etapa de 2011. O resultado, no entanto, veio bem acima da previsão de analistas, apontava para lucro de 165,75 milhões de reais. O resultado operacional da CSN, medido pelo lucro ajustado antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês), foi de 1,22 bilhão de reais, queda de 16,4% na comparação anual. A margem Ebitda caiu de 35 para 27%, também na comparação anual. Ambos os números vieram residualmente acima das expectativas. Sua receita líquida de vendas somou 4,596 bilhões de reais no último quarto de 2012, alta de 10,3%, impulsionada por um avanço de 13% no mercado interno. A despeito da queda no comparativo ano a ano, a empresa viu melhora no Ebitda e na margem na base sequencial, sobretudo devido ao melhor desempenho nos negócios de mineração, que tiveram aumento de preços. Apesar da queda nas vendas de aço, a companhia também se beneficiou de melhora nos preços. Por outro lado, a CSN viu uma piora na composição da dívida, com seu endividamento líquido subindo de 1,93 para 3,47 por cento do Ebitda ajustado no ano a ano, para 15,7 bilhões de reais.

Produção de petróleo e gás natural da Petrobras registra queda em fevereiro

A produção total de petróleo e gás natural no Brasil atingiu, em fevereiro, a média de 2,316 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Incluída a parcela operada pela Petrobras para seus parceiros, o volume total produzido foi 2,414 milhões de boe/d, indicando um decréscimo de 1,7%, na comparação com janeiro. O volume total produzido pela estatal no país, somado à produção da empresa no exterior, atingiu a média de 2,557 milhões de boe/d, apresentando uma redução de 2,1% em relação ao mês anterior. A produção exclusiva de petróleo (óleo mais Líquido de Gás Natural - LGN) da Petrobras no Brasil em fevereiro foi 1,920 milhão de barris por dia (bpd), resultado 2,3% inferior ao alcançado em janeiro. Somado à parcela operada pela empresa por seus parceiros no País, esse volume chega a 1,974 milhão bpd. De acordo com a Petrobras, a queda do volume produzido decorreu, principalmente, de paradas programadas em plataformas da Bacia de Campos, P-37 (Marlim), P-53 (Marlim Leste) e P-54 (Roncador), além de ter sido mantida a parada programada da P-33 (Marlim), iniciada em janeiro, cujo maior impacto na produção refletiu-se em fevereiro. A queda da produção foi parcialmente compensada pela entrada em operação de três novas plataformas: o FPSO Cidade de São Paulo, em 5 de janeiro, que opera o projeto-piloto de Sapinhoá, na Bacia de Santos; o TLD de Sapinhoá Norte, nessa mesma bacia, em 12 de fevereiro; e o FPSO Cidade de Itajaí, instalado no pós-sal da porção sul da Bacia de Santos, em 16 de fevereiro.

Morre em Goiânia o ex-governador Mauro Borges


O ex-governador de Goiás, Mauro Borges Teixeira, morreu nesta sexta-feira, em Goiânia. Ele tinha 93 anos e era filho do fundador da capital, Pedro Ludovico Teixeira. O político estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Anis Rassi desde o último dia 16, diagnosticado com pneumonia. O ex-governador sofria de mal de Alzheimer há cinco anos e, na última internação, estava respirando com a ajuda de aparelhos.

Documentos da ditadura serão disponibilizados na internet


A Associação dos Amigos do Arquivo Público de São Paulo em conjunto com o Ministério da Justiça anunciaram nesta sexta-feira que os arquivos e prontuários do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, órgão de repressão do período da ditadura militar, poderão ser acessados na internet a partir desta segunda-feira. São aproximadamente 1 milhão de páginas de documentação digitalizadas. A digitalização dos documentos começou a ser feita há dois anos e a expectativa é que continue até 2014. Para a realização do trabalho, a Comissão de Anistia repassou mais de R$ 400 mil à Associação de Amigos do Arquivo. Em dezembro de 2012, o Ministério da Justiça também autorizou repasse de mais de R$ 370 mil.

Dilma exige mais factóides e mais repercussão da Comissão da Verdade


Insatisfeita, Dilma quer Comissão da Verdade criando mais factóides midiáticos. Em resumo: quer botar o povo contra os militares. Vítima de tortura durante a ditadura militar, a presidente Dilma Rousseff não está satisfeita com os resultados alcançados até agora pela Comissão Nacional da Verdade, e cobrou uma mudança de rumos nos trabalhos do colegiado. Em conversas recentes com integrantes do grupo, Dilma exigiu mais resultados concretos e que sensibilizem a opinião pública, já que pouco do que está sendo feito vem sendo divulgado. A principal intervenção da presidente foi no sentido de pedir que a comissão investisse mais nos depoimentos públicos de familiares, como forma de promover uma “catarse nacional”, como mostrou na quinta-feira a coluna Panorama Político. Alguns focos de resistência na comissão a esse tipo de atuação desagradaram ao Palácio do Planalto, que acompanha de perto os trabalhos. Só este ano, Dilma já teve reuniões reservadas com Cláudio Fonteles e com Paulo Sérgio Pinheiro. O próximo passo da comissão, que deverá causar comoção nacional, será atuar junto à Justiça brasileira para que autorize a exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, deposto e exilado pelo golpe militar. A exumação já foi autorizada pelos familiares de Jango, que acusam os governos militares na América do Sul, no âmbito da Operação Condor, de terem assassinado o ex-presidente em 1976. Um juiz uruguaio requisitou a exumação, e o governo brasileiro concordou com o pedido. Em conversas com integrantes do colegiado, a presidente obteve a resposta de que a comissão já reuniu uma grande quantidade de informações inéditas, e que terá um material consistente para apresentar ao fim do período de funcionamento, em maio de 2014. Em relação ao ponto fundamental para Dilma — o de provocar maior comoção nacional —, ainda há resistências de alguns integrantes. A crítica da presidente é que, diferentemente das comissões mais exitosas pelo mundo, como as da Argentina e da África do Sul, no Brasil não se está promovendo uma catarse das feridas abertas pela ditadura. De acordo com pessoas próximas à presidente, ela acredita que somente a partir desse processo será possível promover uma verdadeira “cura”. Dilma alertou que, nesses países, o sucesso das comissões deveu-se em grande parte às sessões em que eram ouvidos mães, esposas, filhos e demais familiares das vítimas, em depoimentos que eram tornados públicos, dando-lhes espaço para “exorcizar” seus fantasmas, chorar suas dores e espantar a tristeza. Dilma solicitou que, nos próximos meses, a comissão adote esse mecanismo. O alerta do Planalto foi reforçado devido a desavenças internas que a comissão está enfrentando por conta da condução dos trabalhos. Enquanto uma parte do grupo defende que haja mais envolvimento público, para comover a sociedade em relação aos fatos ocorridos durante a ditadura, outra parcela dos integrantes acredita que o melhor é esperar até o fim dos trabalhos para somente então tornar os resultados conhecidos. De acordo com interlocutores do Planalto, os integrantes chamados pela presidente Dilma sinalizaram que poderiam adotar as mudanças. No último encontro com integrantes do colegiado, Dilma afirmou que avaliaria o apelo do grupo para fazer mudanças na comissão. Alguns dos membros manifestaram preocupação com as constantes ausências de José Paulo Cavalcanti Filho, consideradas “injustificadas”, e também com a participação do ministro Gilson Dipp que, desde o ano passado, por questões de saúde, deixou de comparecer às reuniões. Há receio de que o desfalque prejudique o andamento dos trabalhos. "O José Paulo Cavalcanti não está envolvido fortemente com a comissão, e em relação ao Gilson Dipp, ele não se apresentou ainda, não sabemos como está seu estado de saúde. A situação está difícil e precisamos de uma deliberação sobre isso. Há tempo hábil para se promover uma substituição. A um ano e um mês do fim dos trabalhos, ainda é possível que uma pessoa se integre perfeitamente ao grupo. Estamos no limite para dar uma definição", afirmou um integrante do colegiado, que prefere não se identificar. A presidente teria demonstrado pouca disposição em realizar esse tipo de intervenção, mas prometeu analisar o caso. Dilma teria tentado convencer o grupo de que seria melhor trabalhar com cinco pessoas do que perder tempo e polemizar com eventuais mudanças, e pediu que os integrantes tocassem os trabalhos independentemente do problema, enquanto avalia a substituição.

Depois do desastre da Eletrobrás e do sinal vermelho na CEEE, chegou a hora da Chesf anunciar prejuízo de R$ 5,3 bilhões


A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) teve um prejuízo de R$ 5,3 bilhões em 2012 em decorrência de ajustes contábeis por conta da renovação das concessões com vencimento em 2015. Isso porque o Governo Federal criou no ano passado Medida Provisória n° 579, segundo a qual tem de haver a reposição dos ativos das concessões que não foram amortizados. “A diferença resultante entre o valor da indenização, calculado com base no critério estabelecido pela referida MP, e o valor registrado contabilmente, foram baixados como perda no resultado da companhia”, disse a Chesf, empresa do grupo Eletrobrás. O lançamento da redução prevista pela MP ocasionou um resultado negativo de R$ 8,2 bilhões, valor que foi aliviado em parte pelo bom resultado operacional registrado pela estatal. A gerência operacional da caixa medida pelo Ebitda - que diz respeito ao lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização - em paralelo aos ajustes da MP 579 implicou em um crescimento de 25% em 2012, atingindo os R$ 3,35 bilhões. Curiosamente, mesmo com um prejuízo de R$ 5,3 bilhões, a receita operacional da Chesf, fechou 2012 com R$ 7,68 bilhões, sendo a maior de história da companhia.

A GRANDE LIQUIDAÇÃO DA PETROBRÁS QUE ESTÁ SENDO PROMOVIDA PELO DESGOVERNO DA PETISTA DILMA ROUSSEFF


Da revista Época - pelos jornalistas Diego Escosteguy, Murilo Ramos, Leando Loyola, Marcelo Rocha e Flávia Tavares
Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22º andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do País. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no Exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio de Janeiro: a venda de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina. O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção. Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas. Mesmo que os valores do negócio pudessem ser considerados vantajosos para a Petrobras, nada provocou tanto desconforto dentro da estatal como o sócio escolhido. O executivo Fabián trabalha para o bilionário argentino Cristóbal López, dono do grupo Indalo. Ele é conhecido como “czar do jogo”, em virtude de seu vasto domínio no mundo dos cassinos (na Argentina, o jogo é legal). López é amigo e apoiador da presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Como o “czar do jogo” da Argentina virou sócio da Petrobras? No dia 5 de novembro do ano passado, López enviou uma carta, em espanhol, à presidente da Petrobras, Graça Foster. Na carta, a que ÉPOCA teve acesso, López revela ser um homem bem informado. Não se sabe como, mas ele descobrira que a Petrobras estava negociando a venda da Pesa com três de seus concorrentes. O assunto da carta, embora em economês, deixava claras as intenções do empresário López: “Ref. Pesa Proposta de aquisição e integração de ativos”. López, portanto, queria comprar um pedaço da Pesa. Na carta, ele manifestou a “firme intenção de chegar a um entendimento entre Pesa e Oíl Combustibles S.A.”, a empresa de petróleo de López, para que a operação viesse a ser fechada. No documento, López propôs comprar 25% das ações que a Petrobras detinha na Pesa. Queria também a opção de, se a parceria desse certo, comprar mais 23,52% das ações – uma proposta mais modesta do que o acordo que ele conseguiu depois. A resposta da Petrobras também veio por escrito, semanas depois. No dia 21 de novembro, Ubiratan Clair, executivo de confiança de Graça Foster, que toca o feirão da Petrobras e negociava a venda da Pesa aos concorrentes do “czar do jogo”, escreveu a López: “Nos sentimos honrados pelo interesse manifestado na compra de 25% (da Pesa). No entanto, devemos indicar que as ações da Pesa não fazem parte de nossa carteira de desinvestimentos, razão pela qual não podemos iniciar qualquer negociação relativa às mesmas”. Diante do que aconteceu em seguida, a carta do assessor de Graça Foster causa espanto. Não só ele escondeu que a Pesa estava, sim, à venda – como, semanas depois, fechou acordo com o próprio López. No dia 18 de dezembro, menos de um mês após a inequívoca negativa, o mesmo assessor de Graça Foster firmou um “convênio de confidencialidade” com López para lhe vender a Pesa. O que houve nesse espaço de um mês? Por que a Petrobras mudou de ideia e resolveu fechar negócio com López? A estatal não explica. Assessores envolvidos na operação dizem apenas que “veio a ordem” de fechar com o amigo de Cristina Kirchner. Procurada por ÉPOCA em três oportunidades, a assessoria da Petrobras limitou-se a responder que “não vai emitir comentários sobre assuntos relacionados com o seu Programa de Desinvestimento”. Graça Foster e o executivo Ubiratan não responderam às ligações. A assessoria de López confirmou apenas que o grupo Indalo fez uma proposta pela Pesa. López é o que a imprensa argentina chama de “empresário K”, como são conhecidos os empresários que têm proximidade com o governo Kirchner. Ele tem empresas de transporte, construção civil, petróleo, alimentação, concessionárias e meios de comunicação. É famoso por suas redes de cassino e caça-níquel. É sócio em pelo menos 14 cassinos, incluindo o Hipódromo de Palermo, para o qual ganhou de Néstor Kirchner, nos últimos dias como presidente da Argentina, uma extensão da concessão para os caça-níqueis – o prazo foi estendido de 2017 a 2032. A relação entre López e Néstor Kirchner, o marido de Cristina, que governou o país antes dela e morreu em 2010, começou em 1998. Néstor, quando governador de Santa Cruz, ajudou uma empresa de López a fechar negócios com petroleiras. Desde então, López nunca escondeu de ninguém: sentia que tinha uma “dívida eterna” com Néstor. Para pagar a “dívida eterna”, convidava Néstor, que sempre gostou de uma mesa de jogo, a se divertir num dos cassinos dele em Comodoro Rivadavia. A amizade era recíproca. Em 2006, López recebeu de Néstor concessão para explorar sete reservas de petróleo em Santa Cruz. Cristina, a sucessora, também o ajudou. Fez-lhe um favorzinho depois que ele gastou US$ 40 milhões na compra da concessão do canal de TV C5N, a fim de torná-lo governista. Para que fechasse o negócio, Cristina abriu exceções na lei de audiovisual, que proíbe negociar concessões. Depois que a Petrobras fechou o acordo de confidencialidade com López, o negócio andou rápido. Ele apresentou uma proposta em 7 de janeiro, aumentou o valor numa segunda proposta, um mês depois – e fechou a compra das ações por US$ 900 milhões em 22 de fevereiro. Com o acordo, López e a Petrobras discutem agora os detalhes do contrato a ser assinado. Se tudo correr como previsto, resta apenas a aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reunirá no final de abril. A Pesa, porém, enfrentará resistências na Argentina se assinar o contrato. O atual governador de Santa Cruz, Daniel Peralta, um desafeto de López, ameaçou tirar dele as concessões das sete reservas de petróleo que López tem na região. Peralta diz que ele não fez os investimentos previstos. Diz, ainda, que a situação em Santa Cruz pode “inviabilizar” o negócio com a Petrobras – mas não diz como. O maior problema do negócio da Petrobras com o “czar do jogo”, e com todas as operações do feirão, é a falta de transparência. Como demonstra o caso da Argentina, não há critérios claros para a escolha das empresas que farão negócio com a Petrobras. Esse modelo sigiloso e sem controle resultou em calamidades, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2004, a Astra Trading pagou US$ 42 milhões pela refinaria. Meses depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade do negócio. Tempos depois, um desentendimento entre as sócias levou a questão à Justiça. A Petrobras perdeu e foi condenada a comprar não só a parte da sócia, como a pagar multa, juros e indenização. Em junho, a Petrobras anunciou que pagaria mais US$ 820 milhões. ÉPOCA teve acesso a um documento interno da Petrobras, elaborado em 2009. Um trecho afirma que a então diretoria, comandada pelo petista José Sergio Gabrielli, decidiu manter o processo devido à “prepotência” com que a Astra se colocava no caso. Logo depois, o documento lista razões para fazer um acordo. Uma delas é que um representante da Astra procurara a Petrobras em busca de entendimento. A razão mais forte era clara: “Caso no litígio a Petrobras perca, o custo total irá para cima de US$ 1 bilhão (...). Vale lembrar que a Petrobras já perdeu na arbitragem, e a possibilidade de perder na corte é preocupante”. A opção do acordo era a menos pior. A Petrobras gastaria, no máximo, US$ 639 milhões. O documento afirma que a (então) “ministra (de Minas e Energia) Dilma Rousseff deverá ser procurada para ser informada de que a Astra está procurando entendimentos, inicialmente por canais informais”. O texto diz que Dilma Rousseff deveria comunicar isso na reunião do Conselho da Petrobras, marcada para 17 de julho de 2009. O Conselho daria então um prazo para um acordo com a Astra. O pior cenário sobreveio. A Petrobras não fez nenhum acordo com a Astra, perdeu na Justiça e gastou mais de US$ 1 bilhão (boa parte dele dinheiro público) – 24 vezes o que a Astra pagou pela refinaria. O Tribunal de Contas da União investiga como a Petrobras pôde fazer um negócio tão ruim – pelo menos para seu caixa e para os cofres públicos. A ausência de critério, segundo executivos da Petrobras, aparece também na parte mais valiosa do feirão: as operações da estatal na África. Cálculos do mercado e da Petrobras estimam o patrimônio no continente num patamar entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões. A Petrobras produz e explora petróleo em Angola, Benin, Gabão, Líbia, Namíbia, Nigéria e Tanzânia. De 2003 a 2010, investiu cerca de US$ 4 bilhões na África. ÉPOCA teve acesso a documentos internos da Petrobras que apresentam um diagnóstico sobre os negócios na África que devem ser vendidos, incluindo mapas com a localização dos poços e informações sobre seu potencial produtivo. O material mostra muitas possibilidades de lucro. A maior fatia de investimento está na Nigéria, responsável por 23% da produção atual de toda a área internacional da companhia – uma média equivalente a 55 mil barris de óleo por dia. São três poços na Nigéria: Agbami, Akpo e Engina. Os documentos da Petrobras mostram que os três poços têm “reservas provadas” de 150 milhões de barris de petróleo. Para quem a Petrobras planeja vender tamanho tesouro? A estatal, de novo, não explica os critérios. Até agora, a única negociação avançada é com o grupo BTG, do banqueiro André Esteves. Por meio do investidor Hamylton Padilha, uma das mais poderosas influências na Petrobras, Esteves, segundo executivos da estatal envolvidos com a transação, negocia a compra de parte das operações na Nigéria. Questionado por ÉPOCA, Padilha afirmou ter se reunido com representantes do banco para avaliar investimentos na Petrobras. “Conversei com o pessoal (BTG) sobre esse assunto (venda de ativos da Petrobras). A Petrobras convidou diversas empresas estrangeiras para poder fazer ofertas no Golfo do México, África e até na América Latina. Sei que na área de petróleo eles (BTG) estão olhando. Têm participação em duas empresas ligadas ao setor: Bravante e Sete Brasil”, disse. “Não trabalho para o BTG. Sou investidor. Investi algum dinheiro na Sete Brasil (ligada à construção de plataformas de petróleo).” Indagado sobre quem é a pessoa mais indicada para falar, pelo BTG, sobre investimentos na Petrobras, sobretudo na África, Padilha disse: “A pessoa que trata desse assunto diretamente é o André Esteves”. O BTG disse que não se manifestaria.

Juiz Lalau é transferido para a penitenciária de Tremembé


O juiz Nicolau dos Santos Neto foi transferido nesta quinta-feira da carceragem da Polícia Federal, em São Paulo, para a Penitenciária Dr. José Augusto Salgado, em Tremembé, no interior do Estado. Lalau, como ficou conhecido, estava na cadeia desde segunda-feira após uma decisão judicial que revogou sua prisão domiciliar. O juiz tentou na quarta-feira obter de volta o benefício, mas seu recurso ao Superior Tribunal de Justiça não teve sucesso. Ele foi condenado em 2006 por participar de um esquema de desvio de verbas durante a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo nos anos 1990.

quinta-feira, 28 de março de 2013

BRIGADA MILITAR JÁ ESTÁ AVISADA, O COMANDANTE GERAL, ARAPONGA PETISTA CORONEL FABIO DUARTE FERNANDES VAI COMEÇAR A PUNIR DESCONTENTES E CRÍTICOS


Já corre célere dentro da Brigada Militar a informação de que o seu comandante geral, o coronel araponga petista Fabio Duarte Fernandes, começará a distribuir PADs para todo lado. PAD quer dizer "processo administrativo disciplinar". Vários comandos já foram avisados. Essa onda de perseguição seria uma tentativa de conter o grau de indignação que toma conta de boa parte da tropa, por vários motivos. Um deles foi a própria maneira como o coronel araponga petista chegou ao último posto da carreira e foi nomeado comandante geral da corporação; a última é a forma como membros da Brigada Militar estão sendo apontados como responsáveis pela tragédia do incêndio da boate assassina Kiss, de Santa Maria, e como saiu livre do incidente, até agora, o governo petista, o peremptório Tarso Genro. A arapongagem petista nos altos postos da Brigada Militar ficou particularmente incomodada com a manifestação do soldado Marcos Fernando de Pádua, que está recebendo uma enorme acolhida no Facebook. Leia o que ele escreve: "Sabe governador, somos contemporâneos, quase da mesma idade, mas vivemos em mundos bem diferentes. Sou classe média, bem média quase baixa, BOMBEIRO, SOCORRISTA, deprimido e indignado com as canalhices que estão acontecendo. Não conheço bem a sua história pessoal e certamente o Senhor não sabe nada da minha também. Fiz um vestibular bastante disputado de Enfermagem; tive a oportunidade de freqüentar a Universidade URI de Erechim, neste Estado, por algum tempo, mas na época não tínhamos estas opções de bolsas. Fiz o que pude mas meu dinheiro não foi suficiente para pagar a mensalidade. Fiz treinamento no Hospital de Pronto Socorro, Hospital Femina, Hospital Conceição, em Porto Alegre; Pompéia, em Caxias do Sul; Caridade e Santa Therezinha, em Erechim; hoje vivendo de esmolas de um salário de fome, orando que apareça um bico, para complementar a renda de casa. Parece-me que o Senhor desconhece esta realidade. O seu terceiro grau não foi tão suado assim, em universidade sem muito prestígio, curso na época pouco disputado, turma de meninos mais abastados, pois era filho de político conhecido da cidade de São Borja, Aprendi minha profissão vendo meu pai, que era Bombeiro em Erechim; ficava com ele no quartel por que sabia que lá teria um almoço bom, Depois de me formar Bombeiro trabalhei muito com pouca remuneração em troca de aprendizado. Ao final do curso, nova seleção, agora, para socorristas . Mais trabalho com pouco dinheiro e vítimas, a grande maioria das vezes, pobres, o povo... Sempre fui doutrinado a fazer o máximo com o mínimo. Muitas noites sem dormir, e lhe garanto que não foram em salinhas refrigeradas costurando coligações e acordos para o povo que o Senhor nem conhece o cheiro ou choro em momento de dor. Dói assistir a morte por falta de recursos. Dói, como pai de quatro filhos, ver outros filhos de outras mães não serem salvos por falta de condições de trabalho. Fingir que trabalha, fingir que é Bombeiro, estar cara-a-cara com o paciente como representante de um sistema que deveria dar segurança, ridículo, ter a possibilidade de se contaminar e se acostumar com uma pseudo-segurança, é doloroso, aviltante e uma enorme frustração. Aprendi em muitas daquelas noites insones tudo o que sei fazer e gosto muito do que eu faço. Sou bombeiro por que gosto. Sou socorrista por opção e com convicção. Não me arrependo. Prometi a mim mesmo fazer o melhor de mim. É um deboche numa cidade como Passo Fundo, Erechim , num Estado como o nosso, assistir políticos como o Senhor discursarem com a cara mais lavada que este é o momento de deixar de lenga-lenga para salvar vidas. Que vidas, Senhor Governador? Nas UPAS? tudo de fachada para engabelar o povão!!!! Por amor ao povo o Senhor trabalharia pelo que o Senhor paga ao Bombeiro? Os Bombeiros não criaram as Kiss (Boates), danceterias, prédios de 20, 30 andares. Eles não estão com problemas somente agora. Não faltam especialistas. O que falta é quem queira se sujeitar a triste realidade do Bombeiro para tentar resolver emergencialmente a omissão de anos. A mídia planta terrorismo no coração de donos de bares, botecos, prédios que, desesperados correm aos quartéis querendo seus Alvarás inespecífico, sem saber direito de quem é sua responsabilidade, pois talvez lhe deva ter faltado tempo para aprovar leis mais especificas ... Não há bombeiro hoje que não esteja sobrecarregado. Há uma grande dificuldade em administrar uma demanda absurda de atendimentos, socorro, urgências, emergências, treinamento, entregas de alvarás, notificações, inspeções,atendimento ao público telefones (inclusive trotes). Todos em pânico. E aí vem o Senhor com historinhas. Acorde Governador! Hoje o Senhor é Poder Executivo. Esqueça um pouco das fotos com o presidente e com a mãe do PAC, esqueça a escolha do prefeito, esqueça a carinha de bom moço consternado na televisão. Faça a mudança. Execute. "Historinhas" é não mudar os quartéis e os salários. Quem sabe o Senhor poderia trabalhar como voluntário também. Chame a sua família. Venha sentir o stress de uma mãe, não daquelas de pracinha com babá, que o Senhor bem conhece, mas venha preparado porque as pessoas estão armadas, com pouca tolerância, em pânico. Quem sabe entra no seu nariz o cheiro do pobre, do povo e o Senhor tenta virar o jogo. A responsabilidade é sua, governador. Afinal, quem é, ou são, os vagabundos, Governador?" Marcos Fernando de Pádua

Petista Dilma sanciona criação de seu 39º ministério


Um dia após afetar os mercados com uma controversa fala sobre inflação, a presidente Dilma Rousseff sancionou a criação do 39º ministério do seu governo, o da Micro e Pequena Empresa. A Secretaria, que terá status de ministério, deverá auxiliar na elaboração de políticas de estímulo ao microempreendedorismo. As competências do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior referentes à microempresa, à empresa de pequeno porte e ao artesanato serão transferidas para a recém-criada secretaria. Nas contas do Palácio do Planalto, o 39º ministério representará um gasto anual de R$ 7,9 milhões aos cofres públicos. O projeto de lei aprovado no Congresso Nacional previa a criação dos cargos de ministro, secretário-executivo e outros 66 em comissão.

Área atingida por incêndio dobra de tamanho na reserva do banhado do Taim


O incêndio que atinge a Estação Ecológica do Taim, no sul do Estado, pode ter afetado pelo menos 1,4 mil hectares de terra. A estimativa é do chefe da estação, Henrique Ilha. Um fator favorável à extinção das chamas nesta quinta-feira foi o vento, que soprou em direção a um canal localizado no meio do banhado. Com isso seria possível combater o fogo com equipe de brigada anti-incêndio. Como não é época de reprodução das aves, os mais atingidos são os pequenos animais como cobras, sapos e ratos, que não têm tanta agilidade para a fuga. Apesar dos 1,4 mil hectares estarem queimados, nem todos seguem em chamas, já em alguns locais a água e a umidade do ambiente apagaram o fogo. A vegetação típica do banhado, formada em grande parte por um tipo de palha, seria capaz de se recuperar em poucas semanas. O fogo não mata o caule subterrâneo da vegetação. Ele logo emite novas folhas, com um crescimento fantástico. Em um mês, é possível ver o verde de novo. Compreendendo partes dos municípios de Rio Grande e de Santa Vitória do Palmar, entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, o Taim tem uma área total de 32.038 hectares. A reserva é casa de pelo menos 30 espécies diferentes de mamíferos e 250 aves, onde destacam-se  animais como biguá, tarrã, maçarico-do-banhado, garça-moura, cabeça-seca, socozinho, gavião-chimango, martim-pescador, cisne-de-pescoço-preto, coscoroba, marrecão-da-Patagônia, marreco-piadeira. Entre os bichos de maior porte estão: capivara, ratão-do-banhado, cachorro do mato, lontra, tuco-tuco, jacaré-de-papo-amarelo.

Major do Corpo de Bombeiros de Santa Maria publica segunda carta aberta à população


Na manhã desta quinta-feira, o major Gerson da Rosa Pereira, do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar de Santa Maria, e que atua como chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros (4º CRB), publicou nova carta aberta à população. Mais uma vez, o major critica a ação da Polícia Civil na investigação do incêndio na boate assassina Kiss, critica a imprensa, e sugere que a Polícia Civil foi pautada pela mídia no decorrer do inquérito. Ainda segundo o texto da carta, a investigação teria sido concluída muito rapidamente. Pereira questiona diversos pontos do inquérito, entre eles a não inclusão de questões como a presença de menores de idade na boate e o suposto uso de identidades falsas para ingresso na casa noturna. O oficial foi indiciado criminalmente por fraude processual referente ao alvará da boate Kiss. Leia, abaixo, a íntegra da carta escrita pelo major: "CARTA ABERTA A POPULAÇÃO II -    Peço a Deus e os Espíritos de Luz nesta hora conduzam minha fala com serenidade, equilíbrio e razão usando como espelho a postura do Presidente da Associação das vítimas que desta forma tem se mostrado até então, mesmo com todas as especulações. Faço minha saudação de pesar sobre o que aconteceu com aquelas crianças e suas famílias. Não tivemos a oportunidade de chorar após dois meses daquela tragédia nos ombros das famílias dos sobreviventes. Choramos sozinhos desde o dia 27 de janeiro de 2013, dia e noite, com inverdades, acusações levianas, com ações midiáticas e policiais, sofremos por cada criança perdida naquela madrugada, queríamos salvar todas, mas nossas limitações não permitiram. Somos culpados desde o primeiro dia após o evento, seguimos culpados até o dia do relatório final, senão, melhor dizendo, juízo final. Nunca ninguém veio à tona além do Corpo de Bombeiros, surgindo outros atores, com a leitura da "sentença" daquela sexta-feira. A imprensa desde seu primeiro momento formou sua opinião e a da sociedade. Em alguns momentos nos afigurou estar a Policia Civil seguindo a pauta jornalística. Somos culpados? Nestes tantos dias tenho insistentemente me perguntado para não ter nenhum peso de consciência. Eu pergunto: Por que razão a pressa de uma investigação que neste afogadilho pode cometer erros e repercutir na vida das pessoas e suas famílias. Bombeiros Militares que fraudam processo, que matam dolosa e culposamente e praticam improbidades administrativas. Creio que nem procurando dentro de um presídio de segurança máxima se encontre um ser com tamanha falta de escrúpulos. Um Inquérito em que o relatório não apresentou as pessoas que tiveram contato inicial com a operação: integrantes do SAMU, UNIMED e tantos outros profissionais que acompanharam os primeiros momentos do desespero. Não me recordo de constar no relatório os depoimentos de tantas outras instituições. Seria uma forma de colher a prova testemunhal com isenção, já que prova importante além da técnica. Através do IGP listaram todas as normas que estavam desatendidas, pois bem, estes peritos tinham a qualificação exigida para este fim? Eram engenheiros com especialização na área? Porque razão não indiciaram Engenheiros e Arquitetos que tem seus projetos aprovados na prefeitura em cada modificação feita? Porque razões se restringiram em indiciar por homicídio doloso dois Bombeiros Militares que a rigor, reiteradas vezes dizem os Engenheiros, não terem a capacidade técnica e esquecermos os profissionais habilitados? Seguindo o raciocínio do inquérito falam sobre o SIGPI (SISTEMA DE GERENCIAMENO DE PREVENÇÃO DE INCENDIO) e sua incapacidade de administrar a prevenção de incêndio ferramenta difundida e empregada em todo o solo gaúcho, então quem mais devemos indiciar? Ademais, a assessoria jurídica da Policia Civil diz que a lei 10.987 não foi cumprida pois era possível interditar, eu pergunto: qual o fundamento? Falar genericamente é fácil, nem os Promotores Públicos vislumbraram esta possibilidade. Vamos além, muitas condutas tipificadas no Código Penal  Brasileiro também diziam respeito a Boate Kiss, afinal, são tantas condutas reprováveis, certamente dependeriam de investigações. Não vou muito longe, por acaso não havia menores naquele ambiente? Alguns não foram vítimas? Não raras vezes se ouviu falar de uso de identidades falsas, entre outras coisas, a exemplo de consumo de bebidas alcóolicas para não listar mais coisas. Creio que mais alguém poderia figurar no rol de indiciados. E o legislativo, municipal e estadual, que cria uma lei frágil, frouxa sob o ponto de vista de atribuir poderes ao Corpo de Bombeiros de intervir de forma mais efetiva e contundente. O próprio Ministério Público reconhece a fragilidade legal e requer o necessário processo judicial de intervenção. Portanto, também temos um legislativo no banco dos réus. Parece-me que há uma mobilização nacional para discutir o tema, estadual e municipal também. E as Universidades de Engenharia que não preveem em sua graduação tema de tamanha relevância? Portanto, CREA, MEC e tantos outros deveriam integrar este rol de criminosos, pois contribuíram, direta ou indiretamente, para esta tragédia. A propósito e o Conselho Tutelar? Onde estava senão fiscalizando locais sabidamente frequentados por crianças e adolescentes. E a Delegacia da criança e do Adolescente? Pois é, creio haver mais culpados a serem apreciados. Critiquem-me, mas nós mesmos, enquanto sociedade e cidadãos, só nos lembramos de cobrar dos Poderes Públicos mais rigor quando as tragédias acontecem e, mesmo assim, queremos um Poder Público mais leniente quando nos interessa. Muito ouvi do penalista Aury Lopes Júnior em suas palestras: " Para os outros tolerância zero, para mim tolerância mil". Imaginem se formos indiciar integrantes da Policia Civil por cada homicídio, roubo, latrocínio, furto, estupro, fraude, tráfico de drogas e tantos dispositivos do Código Penal que não foram identificadas a autoria e a materialidade? Haveria alguém para abrir as Delegacias? Reitero meu lamento pela forma de divulgação feita pela Policia Civil, vemos as pessoas elogiando seu trabalho, contudo, ao meu ver, faltou profissionalismo, ética e respeito com aqueles que dedicam sua vida para salvar, salvar, sempre salvar! Com tristeza vejo uma foto do Delegado Arigony liderando uma passeata das vítimas o que contamina sua impessoalidade na condução das investigações, mesmo assim permaneceu à frente das investigações. Da mesma forma me preocupou sua reunião com as famílias das vítimas na manhã que antecedeu a leitura do Relatório "Inquisitorial". As famílias merecem todo o respeito, assim como nós enquanto profissionais e pessoas de bem. Não acredito em vingança, mas sim em justiça! Creio que deveria preservar as pessoas e suas vidas, divulgar termos não autorizados e expor suas vidas na divulgação ampla e irrestrita publicizando condutas criminosas não acredito que esteja contribuindo com a democracia, representa mais um ato desmedido e fascista. Lamento tudo isto, mas coloco nas mãos da justiça a seriedade que o caso requer e confio na sua capacidade de discernir o melhor a ser feito, acredito em Deus. Sei que minha instituição hoje é fraca para o tamanho das necessidades do povo do Rio Grande do Sul, sei que estamos dilacerando mais de um século de bravura construída por nossos antepassados com covardia pelo interesse dos governantes. Já tenho a certeza de que não serei executado por fuzilamento como prevê o Código Penal Militar em tempo de guerra, pois estamos em paz, mas já me sinto morto moralmente e sem forças para continuar lutando. Perdi toda minha tropa do 4º Comando Regional de Bombeiros, resta-me sucumbir também e acreditar, assim como aquelas crianças iluminadas que vi dia 27 de janeiro, que nada do que eu e aqueles Bombeiros Militares fizemos e fazemos até o dia de hoje foi em vão! Hoje morri e calo deixando para Deus o que de melhor possa reservar para mim e minha família.
GERSON DA ROSA PEREIRA
Major do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar

Banda larga atinge 93,6 milhões de acessos em fevereiro


Os acessos à internet por meio dos serviços de banda larga fixa e móvel no Brasil somaram 93,6 milhões em fevereiro, o que representou uma alta de 43% ante igual mês do ano passado, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). Apenas no primeiro bimestre deste ano, foram acrescidos 28 milhões de novos acessos à base em comparação ao final de 2012. Os acessos móveis puxaram esse crescimento com um aumento de 54% em fevereiro sobre igual do ano passado, atingindo 72,7 milhões de acessos. Eles estão divididos entre 58,9 milhões de conexões via celulares 3G e 13,8 milhões por terminais de dados, como modems de acesso à internet e chips de conexão máquina a máquina (M2M). A cobertura de municípios com redes de 3G chegou a 3.315 em fevereiro, significando um acréscimo de 546 novas cidades em 12 meses. Assim, a cobertura 3G está presente em cidades que concentram 88% da população brasileira. A banda larga fixa registrou um crescimento de 13,6% no período, atingindo 20,9 milhões de conexões.

Agropecuária e indústria vão contribuir para expansão da economia, diz diretor do Banco Central


O melhor desempenho da agropecuária e da indústria deve ajudar a economia a apresentar maior expansão este ano. A avaliação é do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo. De acordo com a projeção do Banco Central, o PIB deve ter expansão de 3,1% este ano. Em 2012, a economia cresceu 0,9%. "Com a nossa capacidade de análise, esse é o melhor número a que chegamos. Se otimista ou pessimista, fica a critério de cada um definir. Evidentemente, à medida que novas informações chegarem, esse número pode ser atualizado", disse o diretor. Para a produção agropecuária, a estimativa de expansão é 6%, depois do recuo de 2,3% em 2012. No caso da indústria, a perspectiva de crescimento é 2,3%, ante retração de 0,8%, no ano passado. Para o setor de serviços, a projeção de expansão é 3,1%, 1,4 ponto percentual superior ao resultado de 2012. De acordo com o diretor, a indústria e a agropecuária foram os setores “que mais sofreram” no ano passado.

Eletrobras estima diminuir até 30% no custeio nos próximos três anos


A Eletrobras estima reduzir até 30% no custeio nos próximos três anos para combater o gigantesco prejuízo que ela registrou em seu balanço. Para isso, a empresa vai contingenciar 20% do orçamento de materiais, serviços e outras despesas para todas as empresas do grupo em 2013, disse nesta quinta-feira o presidente da estatal, José da Costa. A idéia é traçar “conexão direta com os resultados anunciados e ter resposta ao desafio de melhoria de eficiência operacional”, declarou. A Eletrobras teve prejuízo de R$ 6,8 bilhões, em 2012. A companhia anunciou ainda plano de investimentos de R$ 52,4 bilhões, entre 2013 e 2017, para expansão e melhoria dos sistemas elétricos. Do total, R$ 32 bilhões já estão contratados e comprometidos com empreendimentos. Segundo o presidente da Eletrobras, os R$ 20 bilhões restantes, destinados a novos projetos, poderão ser obtidos em forma de financiamento, capital próprio ou venda de ativos (quer dizer, privatização de parcelas de seu patrimônio). “Estamos otimizando nossa estrutura para verificar qual a melhor forma de conseguir recursos, fazendo isso junto com [os ministérios da] Fazenda e Minas e Energia. Acho que grande parte vai ser por financimamentoo, mas pode haver aporte de capital”, disse. A estatal deve concluir, em 90 dias, um estudo sobre alternativas para reestruturação de seus negócios na área de distribuição de energia. Além disso, uma consultoria especializada será contratada para apoiar o novo modelo de negócios para o grupo. De acordo com o Plano Diretor de Negócios e Gestão para o período de 2013 a 2017, nos negócios de geração e transmissão, para o horizonte do plano, a participação da Eletrobras aumentará cerca 23.700 megawatts de potência e 12 mil quilômetros de linhas de transmissão. O aumento será incorporado ao Sistema Interligado Nacional. A gestão no governo da petista Dilma Rousseff é um desastre total. Que o diga a Petrobras, que já perdeu quase metade de seu valor.

Indústria da construção completa dez meses consecutivos de desaquecimento, diz CNI


A indústria da construção manteve em fevereiro atividade abaixo do usual e completou dez meses consecutivos em desaquecimento. De acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de atividade em relação ao usual ficou em 46,2 pontos em fevereiro, considerado estável em relação ao de janeiro, que foi 46,4 pontos. O índice vai de 0 a 100 e, abaixo de 50, indica atividade desaquecida. A pesquisa mostra que a atividade ficou abaixo do normal em empresas de todos os portes, mas foi mais acentuado nas pequenas empresas, que registraram índice de 40,9 pontos. Nas maiores, o índice ficou em 48,9 pontos. Apesar do índice do número de empregados ter aumentado de 45,8 pontos em janeiro para 46,8 pontos em fevereiro, ele ainda reflete queda no emprego, situando abaixo de 50 pontos. A utilização da capacidade de operação subiu de 68% para 70%, mas está abaixo da registrada em fevereiro de 2012, quando marcou 71%. Embora o desempenho seja considerado fraco, o estudo mostra que os empresários esperam crescimento para os próximos seis meses. O índice de expectativa sobre o nível de atividade ficou em 59,2 pontos e o de novos empreendimentos e serviços, em 59 pontos, ambos estáveis em relação ao mês anterior. Os empresários também demonstraram expectativa em aumentar compras de insumos e matéria-prima e a contratação de empregados. A intenção foi refletida nos índices: 58,1 pontos, para as compras, e 58,5 pontos, para as contratações. A pesquisa foi feita entre 1º e 13 de março em 439 empresas, sendo 150 de pequeno porte, 195 médias e 94 grandes.