segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

SUPERCOXINHA CONSEGUE SURPREENDER MESMO OS MAIS OTIMISTAS E RIVALIZA COM A IMPOPULARIDADE DE CELSO PITTA E KASSAB NO PRIMEIRO ANO DE GESTÃO


Haddad - avaliação
Que coisa, não? Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo, o “homem novo” que Lula inventou, aquele do “Arco do Futuro”, surpreende mesmo os mais otimistas — se é que me entendem — e consegue rivalizar em impopularidade com Celso Pitta, o prefeito que Maluf inventou e que, ao fim do primeiro ano, já tinha dito a que tinha vindo. Vejam o quadro acima. Segundo pesquisa Datafolha, publicada nesta segunda pela Folha só 18% consideram a gestão do petista ótima ou boa — ao fim do primeiro ano, Pitta e Gilberto Kassab cravam 15%. Nada menos de 39% avaliam que a gestão de Haddad é ruim ou péssima. Para 40%, é regular. Como se pode ver no gráfico publicado pela Folha, de março para o começo de junho, a reprovação da gestão Haddad já tinha dado um salto de 7 pontos, atingindo o pico no fim daquele mês. Cinco meses depois, segue estacionada, com uma variação de apenas 1 ponto percentual, dentro da margem de erro. A aprovação despencou da primeira para a última semana de junho e, cinco meses depois, segue no mesmo lugar. Para registro: Haddad disputou o segundo turno com José Serra. Ao fim do primeiro ano, em 2005, 41% consideravam a gestão tucano boa ou ótima. Só que, em 2012, o petista venceu. Eis aí.
Desastre
Haddad tem se revelado um desastre político. Durante a campanha eleitoral, acenou para a cidade com tantos amanhãs gloriosos que, tudo indica, não conseguirá corresponder às expectativas que gerou. Pior do que isso: para vencer a disputa em São Paulo, os petistas mobilizaram os tais movimentos sociais chegados, como direi?, a uma ação direta, sabem como é? 
Um dos parceiros dos petistas, é bom que a gente lembre, foi justamente o Movimento Passe Livre. Outro foi o ajuntamento de vários movimentos de sem-teto, que hoje ocupam áreas públicas destinadas a moradias, têm a ambição de determinar quem deve e quem não deve obter as casas e espalham barracas onde lhes der na telha — no vão do Masp, na Praça da Sé e nos baixos de viadutos — e fim de papo! Os petistas não têm resposta para a caixa de Pandora que eles mesmos abriram. Volta e meia, os aliados de Haddad metem fogo aqui e aqui, param avenidas, tornam a vida da cidade pior do que já é. Apesar das faixas exclusivas de ônibus, a população reclama do serviço — os ônibus andam com mais velocidade nesses lugares, sim, mas demoram mais para chegar, dizem os usuários, e estão ainda mais cheios. Algumas pessoas podem estar economizando um pouco de tempo, mas o aperto é maior. Já os motoristas de carro reclamam do estreitamento das pistas, os comerciantes reclamam da queda de faturamento, e os taxistas reclamam que não conseguem pegar passageiros, já que as faixas lhes são vetadas. A cidade é uma reclamação só. Os 18% de ótimo e bom devem ser atribuídos, creio, aos petistas fanáticos. O advogado e sociólogo Fernando Haddad é aquele tipo que gosta de fazer reengenharia social, compreendem? No papel, suas ideias são um espetáculo. Na vida real, ele consegue desagradar a todos ao mesmo tempo. E é também um homem ousado, como a gente sabe. Para cobrir o buraco do não reajuste das tarifas de ônibus, movimento deflagrado por aliados seus, teve uma iluminação: enfiar a faca no IPTU. Argumentou, o que, em parte, procede, que só uma parcela da cidade pagaria mais — só que é MUITO MAIS. O reajuste foi parar na Justiça. Nesse caso, ganhar a batalha judicial corresponde a perder a batalha política. E ele ganhou uma e perdeu outra. E olhem que a facada do imposto só vai chegar mesmo é no ano que vem.
Supercoxinha - Boopo
Aí Haddad teve outra iluminação: não se contentou em desbaratar uma quadrilha de fiscais que estava incrustada na Prefeitura — o que é, em si, positivo. Resolveu posar de xerife, apontando o dedo contra gestões passadas, atingindo o dilmista roxo Gilberto Kassab, que reagiu e chamou seu primeiro ano de gestão de “descalabro”. Haddad teve de engolir. Para arremate dos males, o escândalo dos larápios acabou caindo no colo do homem forte de sua gestão: Antonio Donato. O comando do PT tenta intervir na Prefeitura, mas não encontra a forma. Secretários seus com trânsito na cúpula nacional do PT reportam ao comando da sigla que ele é um caso perdido. Não existe milagre. O prefeito de São Paulo é aquele rapaz que, quando ministro da Educação, jamais conseguiu realizar um exame do Enem sem que a prova virasse caso de polícia; que permitiu a confecção de um absurdo kit gay para ser distribuído nas escolas que teve de ser vetado por Dilma (ele alegou, depois, que não sabia…) e em cuja gestão se deu uma das mais longas greves de professores das universidades federais. Com um bom marketing, um ministro incapaz até pode passar por competente. Na Prefeitura, as coisas se complicam um pouco. Estou entre aqueles que consideram o cargo de prefeito o mais cruel de todos. Boa parte das coisas que infernizam de verdade a nossa vida, se vocês notarem, pertence à esfera municipal. Afinal, a gente não mora nem num estado nem num país. A gente mora é numa cidade. Um presidente medíocre pode até passar por gênio da raça. Eu diria até que há o risco de um bom prefeito ser incompreendido, mas o contrário é muito difícil: é improvável, na cidade, que um embusteiro consiga fingir a competência que não tem. Para encerrar: Haddad gosta de brincar de arranca-rabo de classes, de dividir a cidade entre os ricos e os pobres, para os quais ele governaria. Pois é… A presidente Dilma, com efeito, é aprovada pela maioria dos que ganham até dois mínimos. Vejam, no entanto, o que se passa com o prefeito.
Haddad - renda
Concluo
Vai ser São Paulo precisa mudar de pobres, né? Por Reinaldo Azevedo

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