quinta-feira, 24 de outubro de 2013

NA BAHIA, JOSÉ SERRA ADMITE: "GOSTARIA DE SER PRESIDENTE"

Na segunda visita a Salvador no semestre - esteve na cidade em 6 de agosto -, o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), voltou a criticar a antecipação da campanha eleitoral, mas admitiu que "gostaria" de ser presidente do País. "Se você me pergunta: 'você gostaria de ser presidente da República?', eu diria: gostaria. Eu me acho preparado para isso, eu saberia como desempenhar", contou. "Mas isso não é uma escolha pessoal, é uma escolha da população, das circunstâncias. As circunstâncias estão dadas e teremos novas. Vamos aguardar, continuar trabalhando, discutindo, debatendo. Que é o que eu tenho feito". Serra cumpriu agenda de candidato na capital baiana. Logo após chegar à cidade, no fim da manhã, concedeu uma entrevista de 45 minutos à rádio Tudo FM. Em seguida, almoçou com colegas de partido e apoiadores, reuniu-se com o prefeito ACM Neto (DEM) e, no início da noite, proferiu uma palestra sobre desenvolvimento econômico para integrantes da Associação Baiana de Supermercados (Abase). Apesar de criticar a antecipação do processo eleitoral, o tucano não poupou o governo federal e o PT de críticas. "A questão eleitoral começou cedo demais no Brasil e isso não foi bom nem para o governo", avalia. "A Dilma passou dois anos perplexa com a herança que recebeu do governo do Lula, do qual ela participou, e passou dois anos mais, agora, fazendo campanha. Governar, que é bom, não aconteceu. Não foi bom para o País e nem para eles, porque botou todo mundo em evidência e aí tudo é julgado em função da eleição". O ex-governador também afirmou que o PT se transformou em um "partido tradicional". "O PT posa de esquerda, mas é só pose, é um partido tradicional", disse. "Sua diferença com os outros é que ele é corporativo. Não tem utopia nenhuma de sociedade, de desenvolvimento, de igualdade, de nada, mas tem a organização. É um partido que quer se apropriar do poder, tratar o governo como se fosse uma propriedade privada". Para Serra, "a oposição não deveria ter entrado" no jogo eleitoral. "É tudo muito prematuro - e uma das consequências foi essa surpresa do fenômeno de juntar a futura Rede, da Marina Silva, com o PSB, do governador Eduardo Campos", argumentou. "Começar tão antes o processo eleitoral prejudica o Brasil. E a própria oposição também fica desnorteada, porque fica na correria em todos os lugares para definir os candidatos." O tucano afirma que seu partido ainda não decidiu qual será o candidato e não esconde a esperança. "No PSDB, vamos tomar essa decisão a partir de março e qualquer especulação maior daqui até lá não leva a lugar nenhum", disse: "Ninguém se inscreveu como pré-candidato. O improvável acontece. O improvável não é impossível". Serra também comentou a pesquisa Ibope divulgada na tarde desta quinta-feira, na qual aparece com mais intenções de votos que seu colega de partido, o senador mineiro Aécio Neves, nos cenários apresentados: "A pesquisa segue as outras. Quando estão meu nome e o da Marina, estamos no mesmo nível. Quando entram os outros candidatos (Aécio e Campos), que nunca disputaram, estão abaixo, o que é normal. Ainda tem muita coisa para acontecer". Para o ex-governador paulista, o fato de ele ser conhecido no País é um capital político do PSDB. "Meu grau de conhecimento junto à população é o mais alto depois do Lula e da Dilma no País, minhas opiniões são ouvidas, levadas em conta", argumentou: "Tudo o que eu possa fazer só fortalece o PSDB, nossa posição do ponto de vista da presença junto à população e, futuramente, do ponto de vista do debate eleitoral". Ele negou, porém, que as viagens que vem fazendo possam ser interpretadas como campanha: "Estou fazendo a mesma coisa que fiz sempre, tenho feito palestras pelo País".

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