sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PÉRSIO ARIDA, UM DOS CRIADORES DO PLANO REAL, DIZ QUE ALTA DE 2% AO ANO PARA O PIB BRASILEIRO JÁ INDICA AQUECIMENTO

No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou um crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano, valor acima das expectativas do mercado mas ainda muito abaixo do que seria necessário para representar a retomada da aceleração econômica, o economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e atual sócio do banco BTG Pactual, afirmou que a economia do País segue superaquecida. Segundo Arida, sinais como inflação próxima do teto da meta do Banco Central (de 6,5%), situação de pleno emprego e taxa de juros em trajetória de alta indicam que o desempenho econômico está mais aquecido do que seu potencial. Pérsio Arida não acredita que o crescimento atual, mesmo que acima do potencial, seja satisfatório. Mas, segundo ele, considerando a política fiscal expansionista executada pelo governo, o peso do Estado na economia e o câmbio em patamar desvalorizado, uma alta de 2% ao ano para o PIB brasileiro é um porcentual que indica aquecimento. Para atingir um crescimento maior sem despertar o dragão inflacionário, o economista defende um expediente de ajuste monetário politicamente impopular, mas que, segundo ele, será a única forma de impulsionar um crescimento maior e sustentável. Segundo Arida, o País terá de conviver com um patamar mais alto de desemprego, entre 6% e 7% (o índice atual é de 5,6%), amargar uma subida mais acelerada dos juros e um ajuste fiscal para conseguir deter a inflação e supultar, mesmo que momentaneamente, o superaquecimento. "A única forma de se conseguir isso é reduzindo o tamanho do Estado na economia. É receita antiga", disse. A receita do economista vai contra a política expansionista aplicada pelo atual governo, sobretudo em período de corrida eleitoral, e também contraria a ideologia petista de transformar o Estado no maior indutor do crescimento.

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