quarta-feira, 19 de junho de 2013

SÃO PAULO VAI DESEMBOLSAR R$ 8,6 BILHÕES ATÉ 2016 PRA BANCAR SUBSÍDIOS À TARIFA

O município de São Paulo desembolsará 8,6 bilhões de reais para subsidiar a tarifa de ônibus ao preço de 3 reais nos próximos quatro anos. O cálculo foi apresentado nesta quarta-feira pelo prefeito Fernando Haddad (PT-SP), antes do anúncio da revogação do aumento de 0,20 centavos no valor das passagens. Caso a tarifa permanecesse em 3,20 reais, o impacto fiscal acumulado até 2016 seria de 6 bilhões de reais, segundo a prefeitura. O cálculo é feito com base na hipótese de que os contratos com as empresas de transporte serão reajustados a partir de 2014. A prefeitura prevê reajuste de 201 milhões de reais no ano que vem, 508 milhões de reais em 2015 e 830 milhões de reais em 2016. Se, ao longo desse período, a prefeitura não conseguir repassar tal reajuste para o preço das passagens, deverá absorvê-los. Além disso, há o impacto anual da própria revogação do aumento. O município terá de arcar com 175 milhões de reais em 2013 e 300 milhões de reais em 2014, 2015 e 2016 para fechar a conta dos 0,20 centavos revogados - tendo em vista que tal despesa não será abatida do lucro das empresas de transporte. Os valores, somados aos subsídios já pagos pelo município, resultarão nos gastos de 8,6 bilhões de reais em quatro anos. O espaço fiscal do município de São Paulo para arcar com mais subsídios é inexistente. Para se ter uma idéia, os recursos gastos com juros, encargos e amortização da dívida totalizaram nada menos que 4,274 bilhões de reais apenas em 2012. O valor representa 72,2% do que foi previsto no orçamento do ano passado para investimentos: 5,918 bilhões de reais. Como, segundo o próprio Haddad, a verba usada para subsidiar as passagens será limada dos investimentos em áreas como educação e saúde, o impacto fiscal será sentido já em 2013.

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