domingo, 16 de junho de 2013

CANAL INTEROCEÂNICO DA NICARÁGUA DEVE FORTALECER A CHINA

A construção na Nicarágua de um novo canal como o do Panamá, entre os oceanos Pacífico e Atlântico, deve fortalecer economica e geopoliticamente a China. Estima-se que o projeto, o maior da história da Nicarágua e um dos maiores da América Latina, terá um custo de US$ 40 bilhões (cerca de R$ 85 bilhões), aproximadamente quatro vezes o PIB nicaraguense. Antes mesmo da inauguração do Canal do Panamá, em 1914, já se discutia a possibilidade de se construir uma via marítima para ligar os dois oceanos que banham suas costas. O projeto, porém, vinha enfrentando críticas de deputados da oposição nicaraguense, que temem os efeitos que ele terá sobre a população indígena do país e também sobre o Lago Nicarágua. A empresa HK Nicaragua Canal Development Investment Co. Limited (HKND Group), com sede em Hong Kong e dirigida pelo magnata das comunicações chinês Wang Jing, ganhou uma concessão de 50 anos para construir e operar o canal, e espera finalizar a obra em dez anos. Embora o governo chinês não esteja participando oficialmente da obra, a expectativa é de que não só o país seja beneficiado por ela como também seus parceiros comerciais. Analistas acreditam que um canal deste tipo poderia beneficiar a China da mesma forma que o Canal do Panamá beneficiou os Estados Unidos no início do século 20, em um momento em que a potência asiática lança uma agressiva expansão comercial e política a nível global. Atualmente, 5% do comércio mundial circula pelo canal panamenho. Se for construído, o canal nicaraguense vai cortar o Lago da Nicarágua e terá três vezes a extensão do Canal do Panamá, que mede cerca de 80 quilômetros. A perspectiva é que, economicamente, o canal possa ampliar a competitividade dos produtos chineses na América devido à diminuição dos custos de transporte. Isso é especialmente atraente dado o tamanho do mercado consumidor nos Estados Unidos.

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