terça-feira, 28 de maio de 2013

DEPUTADOS FEDERAIS PRESSIONAM PELA SUSPENSÃO DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS SUPOSTAMENTE INDÍGENAS

Um grupo de deputados federais integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) foi recebido nesta quarta-feira no gabinete do vice-presidente da República, Michel Temer. No segundo encontro com Temer em menos de duas semanas, a Frente Parlamentar da Agropecuária saiu com o sentimento de que o governo vai suspender os processos de demarcação de supostas terras indígenas no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, a exemplo do já havia sido anunciado pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em relação ao estado do Paraná. Na avaliação do presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), a mudança de postura do Palácio do Planalto em relação à polêmica sobre os processos conduzidos pela Funai demonstra que a pressão do setor produtivo surtiu efeito. “A gente espera que isso realmente se confirme. No entanto, o nosso pedido foi para que a decisão valha para todo o Brasil”, acrescentou. Jerônimo Goergen ainda relatou a Michel Temer o risco iminente de conflito entre índios e os operários que trabalham na Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Jerônimo Goergen garante que o setor agropecuário vai continuar mobilizado e já prepara uma série de ações. A expectativa é de que no dia 14 de junho haja uma grande mobilização nacional de produtores rurais contra a desapropriação de terras produtivas para fins de demarcação. Já no dia 20 de junho, a Comissão de Integração Nacional vai ao Rio Grande do Sul discutir os polêmicos processos de demarcação das reservas de Mato Preto e Mato Castelhano. Ainda há a previsão de uma missão parlamentar ao canteiro de obras de Belo Monte, esta sem data definida. A disputa fundiária envolvendo supostas terras indígenas ganhou repercussão nacional após as denúncias de fraudes sobre os laudos antropológicos produzidos pela Funai para justificar as demarcações. “E o avanço do órgão sobre propriedades altamente produtivas, terras dos mais variados tamanhos, cujos proprietários detêm títulos de posse seculares, só aumentou o sentimento de revolta no campo. É essa injustiça que pretendemos reverter”, explicou Jerônimo Goergen.

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