Em meio a debates sobre políticas monetárias "não
convencionais" praticadas por economias avançadas, o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, voltou na sexta-feira a criticar a guerra cambial. “Temos de
evitar a guerra cambial”, disse ele, em entrevista durante a reunião anual do
Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird), em Washington. Mantega
afirmou que o excesso de liquidez na economia mundial preocupa os países
emergentes. Sobre o recente estímulo monetário do Japão, que aumentou o
programa de compras de ativos para 7 trilhões de ienes, Mantega afirmou que é
preciso admitir esse tipo de expansão monetária em uma economia que está em
deflação há 12 anos. “Já países emergentes, como o Brasil, e outros países
exportadores de commodities, não podem fazer expansão monetária porque a
inflação é maior. Nós não temos deflação”, argumentou. Ele alertou que esperar
que não seja só isso que o Japão faça. Sobre a economia mundial, a avaliação
dos países-membros do FMI, segundo Mantega, é que a economia mundial apresentou
uma melhora frente à reunião do FMI em outubro, mas ainda há riscos financeiros
na União Européia. Conforme o ministro, a Europa está segurando o crescimento
da economia mundial e não mostra sinais de melhoria no curto prazo. Já os
países emergentes, como a China, a Índia e o Brasil, conseguiram fazer um pouso
suave do crescimento econômico para um patamar menor do que o observado
recentemente. A economia brasileira está numa trajetória de crescimento
gradual, afirmou Mantega. Indagado sobre a estimativa do FMI de 3% para o
crescimento da economia brasileira neste ano e de 4% em 2014, Mantega disse que
a projeção para este ano "pode ser realista".
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