terça-feira, 16 de abril de 2013

No julgamento do Massacre do Carandiru, começa leitura das peças do processo


Depois dos depoimentos de seis testemunhas de defesa e de um breve intervalo, o juiz José Augusto Nardy Marzagão prosseguiu o julgamento do Massacre do Carandiru dando início à leitura de peças sobre o caso. Sete jurados ouviram nesta terça-feira a leitura de um laudo do Instituto de Criminalística. Também foram lidos, nessa fase do julgamento, antigos depoimentos sobre o caso, de pessoas que já morreram, além de laudos periciais. A leitura de peças deve prosseguir até o amanhecer desta quarta-feira. As testemunhas de defesa foram arroladas pela advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 26 policiais acusados pelas mortes de 15 detentos que ocupavam o segundo pavimento do Pavilhão 9, na antiga Casa de Detenção do Carandiru. A tese da defesa considera que a conduta dos policiais no episódio não pode ser individualizada, ou seja, não é possível dizer quais policiais atiraram ou foram responsáveis e por quais mortes. Foram ouvidos nesta terça-feira os desembargadores Ivo de Almeida, Fernando Antonio Torres Garcia e Luis Antonio San Juan França. Também prestaram depoimentos o então governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho; Pedro Franco de Campos, secretário de Segurança Pública à época do episódio; e a juiza Sueli Veraik Armani de Menezes. Durante o seu depoimento, Fleury disse que não estava em São Paulo no dia em que o massacre ocorreu, 2 de outubro de 1992, quando 111 presos foram mortos. Ressaltou que não deu a ordem para a entrada dos policiais no Pavilhão 9, onde ocorria uma rebelião de presos. Mas que, se estivesse em São Paulo naquele dia, teria autorizado a invasão policial. “Não dei ordem para a entrada. Mas a entrada foi absolutamente necessária e legítima. Se estivesse no meu gabinete, teria dado a autorização para a invasão da polícia. A polícia não pode se omitir”, disse ele.

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