segunda-feira, 18 de março de 2013

Universidade recebe 38 milhões de dólares para pesquisa de mercúrio e garimpeiros, USP integra projeto canadense


Um centro de pesquisas e desenvolvimento de mineração com ênfase na educação e capacitação de garimpeiros e políticas públicas está sendo criado em Vancouver, no Canadá, e deve ser inaugurado até junho. O instituto é ligado ao governo federal canadense, tem orçamento de 38 milhões de dólares para pesquisas nos próximos cinco anos. Os recursos serão usados para o financiamento de trabalhos com governos de países em desenvolvimento e entidades de garimpeiros, além de estudos e orientação do uso do mercúrio nos garimpos.
“Vancouver é um centro mundial de mineração. Tem quase 800 empresas operando nesse mercado”, disse Marcello Veiga, professor do Departamento de Mineração da University of British Columbia (UBC), um dos líderes do projeto do novo instituto. Veiga afirmou que a nova instituição tem ainda apoio da Simon Fraser University, também de British Columbia, e da Universidade de São Paulo (USP). O projeto reúne um grupo de 64 especialistas de diversas áreas do conhecimento. No Brasil, o grupo da USP é liderado pelo professor Giorgio de Tomi, do Departamento de Engenharia de Minas de Petróleo da Escola Politécnica. O projeto recebeu 25 milhões de dólares do governo federal do Canadá e outros 13 milhões de dólares de empresas que apoiam a iniciativa. Para Veiga, ex-funcionário da Vale do Rio Doce, engenheiro que desde 1997 se dedica à vida acadêmica e à pesquisa em Vancouver, é preciso investir no conhecimento como forma de sustentabilidade. “Sustentabilidade não é uma questão legal, de legislação. Sustentabilidade é uma questão ética”, afirmou o professor. “Uma das nossas principais preocupações no instituto é com a governança, com o combate à corrupção, com a distribuição da renda. São problemas comuns em áreas remotas dos países em desenvolvimento nas quais se encontram os garimpos”, declarou o professor. Em documento da UBC sobre o instituto, Veiga cita estudo feito pela universidade mostrando que 66% dos entrevistados em Vancouver não acredita que a indústria mineradora use procedimentos éticos. Essa avaliação negativa reflete uma situação da mineração canadense também no Brasil, onde a presença do Canadá é ligada a um comportamento predador nas regiões de minas.

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