terça-feira, 5 de março de 2013

Presidente Dilma, chefe de governo e de Estado não pode falar como líder de facção. E mais algumas advertências à soberana


Do jornalista Reinaldo Azevedo - Uma presidente da República não pode falar como líder de facção nem permitir que seus auxiliares falem. O discurso de ontem da presidente Dilma, segundo quem, durante a eleição, “podemos fazer o diabo”, é grave. Reproduzo, mais uma vez, o trecho de sua fala. Estão tentando tirar do que ela disse o conteúdo obviamente nefasto: “Nós podemos disputar eleição, nós podemos brigar na eleição, nós podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição. Agora, quando a gente está no exercício do mandato, nós temos que nos respeitar, porque fomos eleitos pelo voto direto do povo brasileiro”. Não, presidente Dilma! A senhora está errada! Estupidamente errada! O processo eleitoral é parte da democracia. Portanto, não se pode “fazer o diabo” antes, durante ou depois. O pleito propriamente, dona Dilma (Gilberto Carvalho chama um senador de “seu”, e eu vou chamar a presidente de “dona”), é, a rigor, a parte mais nobre da democracia. Sabe por quê? Vou contar para a senhora. Governos instalados, Soberana, todos têm: as democracias e as ditaduras. Mas só as democracias os escolhem por meio de eleição, condição necessária, mas, obviamente, não suficiente do processo democrático. Ele tem outras exigências além dessa: uma delas, outro pilar fundamental do regime, é o respeito à minoria — aquela que foi atacada ontem, de forma absurda, por um ministro seu: Gilberto Carvalho. O ambiente do vale-tudo no processo eleitoral, presidente, macula o próprio resultado. Nunca se esqueça: OS MEIOS QUALIFICAM OS FINS.

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