sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Veículos de clientes inadimplentes enchem pátio de leilão em Guarulhos


Dezessete mil carros estão em um pátio em Guarulhos, na Grande São Paulo, para serem leiloados. Pelo menos um terço deles é de veículos financiados que os donos não conseguiram pagar. São o retrato da inadimplência sobre rodas. É um depósito de sonhos frustrados. No meio, tem muito carro bom, bem conservado. Como um Sedan, por exemplo, que está só um pouco sujo. Ou um utilitário esportivo seminovo, não tem um arranhão. E ainda está com o terço do motorista pendurado no retrovisor. Veículos que as pessoas desejaram, trataram com carinho, mas, no fim, não conseguiram pagar. Um calote no financiamento e os bancos entraram na Justiça para recuperar os carros. Vai tudo a leilão. “Você tem um aumento na situação de inadimplência. Isso reflete diretamente. O leilão é um termômetro”, explica o leiloeiro Moacir de Santi. Em 2011, já vinha aumentando o número de carros financiados que estavam com três ou mais prestações atrasadas. Em 2012, piorou. A inadimplência chegou a 6% em maio e, mesmo caindo depois, continuou alta. “É o comprador que comprou o carro em 2009, 2010, 2011, jovem, em geral, primeiro carro. Não tinha dinheiro, tinha oferta de crédito, 60 meses sem entrada. Isso era de fato uma grande chance de comprar o automóvel, mas só que ele não planejou os gastos”, avalia Nicolas Tingas, da Associação Nacional das Instituições de Crédito. Por isso, no ano passado, os bancos restringiram os financiamentos de veículos. O prazo máximo caiu de 60 para 48 meses. Se antes dava para comprar sem entrada, eles começaram a exigir até 30% no ato da compra. Os bancos cobram os atrasados e costumam esperar pelo menos três meses antes de entrar na Justiça para recuperar o veículo.

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