segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Modelo lulo-dilmista – Indústria reduz participação nas exportações, perdendo US$ 14 bilhões


O ano de 2013 será crucial para o posicionamento dos países no xadrez do comércio mundial. Os emergentes devem tomar a liderança nas vendas, enquanto a crise assola as nações desenvolvidas. Nessa arrancada, o Brasil pode estar fadado a continuar um grande vendedor de commodities (produtos básicos com cotação global, como soja, minério de ferro e petróleo), já que a apatia da indústria faz País perder cada vez mais espaço em destinos prioritários. Desde o início das turbulências, em 2008, até 2011, a falta de agressividade do setor custou US$ 14 bilhões ao País. O montante equivale à fatia do mercado de exportações perdida nesse período nos principais destinos. O dado não leva em conta 2012, porque as estatísticas dos outros países ainda não foram fechadas. Por aqui, o total das vendas externas caiu, bem como as exportações do setor industrial. E o cenário tende a piorar neste momento decisivo já que, apesar de ser a sétima maior economia do mundo, o Brasil está em 112º lugar no ranking de investimentos feito pela Agência de Inteligência Americana (CIA). É o pior colocado dos Brics — grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Já entre os sul-americanos, só está à frente do Paraguai. O Brasil investe 18,9% do Produto Interno Bruto. Com falta de investimentos e, consequentemente, queda de competitividade, o Brasil tem diminuído sua participação no comércio mundial. Nos anos de 1950, chegou a absorver 2,2% dos gastos globais. Hoje, tem cerca de 1% na projeção dos especialistas para 2012. A participação da indústria despenca na pauta de exportações. Antes da crise, os produtos do setor representavam 71% do que o País vendia para fora. Agora está em 61%. O peso da indústria de transformação nos dez principais mercados passou de 54%, em 2008, para 52,5% no ano passado. Somente para os Estados Unidos, o grande parceiro comercial, o Brasil abriu mão de vendas que chegariam a US$ 3,6 bilhões. Esse seria o faturamento, se o País tivesse mantido a sua participação nesse mercado. Já na Argentina, que compra basicamente produto industrializado, a perda equivale a US$ 1,3 bilhão. Com a indústria paralisada, as exportações do setor caíram 3,6% só no ano passado. A China vem ocupando o espaço brasileiro. Na América Latina, as vendas brasileiras têm perdido terreno para produtos peruanos e colombianos. O Peru investe 25,4% do PIB e a Colômbia, 24,1% do PIB. Além de investir aquém do necessário para impulsionar as exportações, o Brasil vê o empresariado se voltar para o mercado interno. O País já teve 30 mil empresas exportadoras, e esse número caiu para 18 mil. Resultado: o embaraçoso 24º lugar na lista de economias que mais exportam.

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