quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Ex-chefe da Força Aérea chilena depõe sobre morte do pai de Michelle Bachelet

O ex-chefe da Força Aérea do Chile e membro da junta militar liderada por Augusto Pinochet, Fernando Matthei, depôs ao juiz Mario Carroza, durante investigação sobre a morte do pai da ex-presidente Michelle Bachelet. O ex-comandante foi interrogado "durante duas horas no cassino de oficiais da Força Aérea" sobre a investigação da morte do general Alberto Bachelet na prisão pública de Santiago em 12 de março de 1974. Alberto foi torturado na Academia Aérea de Guerra, da qual Matthei foi diretor, explicou Carroza. O ex-líder militar deu detalhes sobre seu depoimento em entrevista à televisão, na qual se disse envergonhado pelas violações dos direitos humanos cometidas na ditadura de Pinochet (1973-1990), alegando que não conseguiu evitá-las. "Hoje Matthei não só depôs sobre o caso do general Bachelet, mas também fez declarações à CNN-Chile. Deu todas as informações, as contradições foram superadas e é preciso ver, com a leitura de suas declarações, o que é que pode ser relacionado com o processo", disse Carroza, após o interrogatório. Matthei, que integrou a junta militar até o fim da ditadura de Pinochet, em 11 de março de 1990, já depôs sobre o caso na Polícia Civil, em março passado. O general Bachelet foi preso após o golpe de Estado liderado por Pinochet, em 11 de setembro de 1973, e submetido a um Conselho de Guerra, acusado de traição à pátria por integrar o gabinete do deposto presidente socialista Salvador Allende. Os coronéis Ramón Cáceres e Edgar Ceballos foram detidos em 17 de julho, acusados pelo juiz Carroza de terem sido os torturadores de Bachelet. Os tribunais chilenos mantêm abertos 350 processos referentes a 700 militares e agentes civis que participaram da ditadura de Pinochet, que deixou mais de 3.000 mortos.

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