terça-feira, 29 de maio de 2012

Camargo Corrêa quer trocar ativos com Votorantim por cimenteira

A oferta de aquisição da Cimpor pelo grupo Camargo Corrêa vai envolver uma troca de ativos com a Votorantim, que ficará com parte dos ativos internacionais da cimenteira portuguesa, informou o órgão regulador dos mercados de Portugal, CMVM, nesta terça-feira. A CMVM aprovou a oferta de 5,5 euros por ação sob os termos de troca e disse que os acionistas restantes da Cimpor terão entre esta quarta-feira e 19 de junho para decidir se venderão suas participações. A Camargo Corrêa, que atualmente já é o maior acionista da Cimpor, com uma participação de 33%, lançou em março uma oferta de 2,5 bilhões de euros (US$ 3,3 bilhões) pelo restante da Cimpor, em uma operação apoiada pelo governo português. A CMVM informou que a Camargo Corrêa e a Votorantim, que tem 21,2% da Cimpor, concordaram com uma operação envolvendo trocas de ativos. A Camargo Corrêa vai trocar seus negócios com cimento e concreto na América do sul e Angola por ativos internacionais da Cimpor, incluindo na China e Índia, mas excluindo o Brasil. O grupo também vai assumir uma parcela equivalente a 21,21% da dívida líquida da Cimpor. A partir disso, a Camargo vai trocar os ativos recebidos pela participação da Votorantim na Cimpor. A operação pode ajudar a competição no Brasil ao reduzir a concentração no mercado de cimento. Atualmente, a Votorantim é líder absoluta no mercado local, com perto de 40% das vendas totais no País. A Camargo Correa, por meio da subsidiária InterCement, possui cerca de 10%. Os percentuais não consideram a presença indireta dos dois grupos na Cimpor, que produziu em suas fábricas no Brasil em 2010 cerca de 5,5 milhões de toneladas, ou 10% da produção nacional. Se assumisse 100% da Cimpor, a Camargo dobraria seu "market share" (participação de mercado) no Brasil para cerca de 20% e reduziria, assim, a distância para a Votorantim.

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