quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Mesmo com recuperação econômica, renda recua no país, diz Ipea

Apesar da recuperação econômica que o Brasil vem experimentando (resultado de 14 anos de estabilidade monetária, de 1995 a 2009), a renda tem evoluído pouco. Essa é a conclusão da análise "Evolução da parcela do rendimento do trabalho durante a recente estabilidade monetária", divulgada nesta quarta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado à Presidência da República. Segundo o levantamento, entre 1995 e 2002, o rendimento do trabalho na renda nacional recuou 11,8%, enquanto entre 2002 e 2009 houve acréscimo de 2,5%. No ano de 2009, a parcela do rendimento do trabalho foi 9,6% inferior à verificada em 1995. O rendimento do trabalho é o quanto o salário do trabalhador compõe a renda nacional. Em 1995, o rendimento do trabalho representava 48% da renda nacional, em 2002 passou para 42,4%, e voltou a subir, para 43,4%, em 2009. O Sudeste foi a região onde a participação na renda do trabalho mais decresceu, enquanto as demais melhoraram suas posições relativas na parcela nacional do rendimento do trabalho durante a estabilização monetária. A evolução da parcela salarial no Brasil também registrou trajetórias diferenciadas entre as grandes regiões geográficas durante o período. No ano de 2009, por exemplo, as regiões Norte (6%) e Centro-Oeste (9,3%) apresentaram os menores indicadores de contribuição na parcela nacional do rendimento do trabalho, enquanto as regiões Sudeste (50,8%) e Sul (17,8%) registraram os maiores índices de participação relativa. "Com isso, a diferença que separa a posição relativa de cada grande região reduziu-se, embora sozinha a região Sudeste representasse, em 2009, um pouco mais da metade de toda a participação relativa do rendimento do trabalho na renda nacional", analisa o Ipea. O Estado de São Paulo também registrou perda acima da média, com redução de 18,9% em sua participação relativa no rendimento do trabalho. Sozinho, o Estado de São Paulo respondeu, em 2009, por 28,5% de toda a parcela da renda laboral do País.

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