Polícia Federal diz que há indícios de trabalho ilegal na plataforma da Chevron

O delegado Fábio Scliar, da Delegacia do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal do Rio de Janeiro, afirmou nesta segunda-feira que há "fortes indícios" de que a empresa norte-americana Chevron contaria com trabalhadores ilegais na plataforma do Campo de Frade, na bacia de Campos (litoral norte do Estado), onde há 14 dias ocorre um vazamento de petróleo. "Nós pegamos os nomes que a empresa apresentou de trabalhadores da plataforma e batemos com os sistemas da Polícia Federal e da Receita Federal e achamos incongruências, pessoas que sequer têm CPF no Brasil, por exemplo. Então, há fortes indícios de que eles receberiam salários fora do País, o que configura crimes de evasão de divisa e sonegação fiscal", afirmou o delegado. A Polícia Federal investiga se a petroleira tentou atingir irregularmente a camada pré-sal no Campo de Frade, quando houve a ruptura de alguma estrutura do poço perfurado, o que ocasionou o vazamento de petróleo. "Nenhuma hipótese está descartada. A empresa já admite que houve um erro de cálculo na perfuração. Eu não sei se o objetivo era achar a camada de pré-sal, não tenho como afirmar isso, mas a minha equipe de fato ouviu que alguém perfurou 500 metros além do que era previsto", afirmou o delegado. Segundo Scliar, sete funcionários da empresa foram intimados a prestar esclarecimentos a partir de quarta-feira. Entre os convocados há cinco engenheiros e duas pessoas da administração da Chevron.