segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cineasta italiano Ettore Scola dá adeus ao cinema

O cineasta italiano Ettore Scola anunciou que está dando adeus ao cinema, após mais de 40 anos de atividade e 30 filmes produzidos. "É o momento de dizer basta sem arrependimentos", declarou à revista "Il Tempo", após a projeção de sua curta-metragem "1943-1997", (1997) em Pesaro. O filme trata das detenções nazistas no gueto de Roma, em 1943. O cineasta disse que não quer fazer "como aquelas velhas senhoras que colocam saltos altos e batom para estar com os jovens" e que, por isso, decidiu se aposentar. Scola contou que estava planejando rodar um filme com o ator francês Gerard Depardieu e quando estava quase tudo pronto, percebeu que não queria mais fazer. "Tudo começou de uma forma casual e foi uma decisão natural", colocou. O italiano, que dirigiu os premiados "Feios, sujos e malvados" (1976), "Nós que nos amávamos tanto" (1974), "O Baile" (1983), "Concorrência desleal" (2001), criticou o atual mundo da produção cinematográfica. "Há lógicas de produção e distribuição que não me dizem respeito mais. Para mim é fundamental ter liberdade de escolher e desistir. Comecei a sentir-me obrigado a respeitar objetivos que não me faziam sentir livre", relatou. "Hoje é só o mercado que faz as escolhas. Não que antes não fosse importante, mas havia mais espaço de autonomia e de exceções. Os produtores também estavam prontos para arriscar e experimentar. Claramente a crise econômica que estamos vivendo piorou ultimamente as coisas", observou Scola. Ex-militante do Partido Comunista Italiano (PCI), Scola iniciou sua carreira como diretor em 1964 e tem boa parte de suas obras marcadas pela temática social e política.

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