domingo, 3 de julho de 2011

Justiça quer regime próprio de Previdência

O governo Dilma ainda não conseguiu aprovar a reforma da Previdência do funcionalismo público nem na primeira comissão do Congresso Nacional e já enfrenta uma resistência importante: o Judiciário não aceita entrar na vala comum dos servidores. O Conselho Nacional de Justiça está concluindo uma proposta, que será levada ao Executivo, pedindo a criação de Previdência específica para os magistrados e funcionários do Judiciário. Há duas opções: criar uma entidade para gerir só as aposentadorias de juízes e servidores, ou um fundo próprio do Judiciário administrado por uma instituição única para todo o funcionalismo. No primeiro caso, a maior dificuldade seria o alto custo de manter uma estrutura para gerenciar os recursos de menos de 150 mil servidores, entre ativos e inativos. Esses gastos seriam diluídos se a gestão coubesse a uma só entidade para todo o funcionalismo, que teria mais de dois milhões de beneficiários. Na segunda alternativa, porém, os magistrados querem que cada Poder tenha o mesmo peso na gestão dos fundos, que poderiam ter contribuições e rentabilidade diferente para Executivo, Legislativo e Judiciário. Estuda-se fixar uma contribuição de 8% a 9% para os servidores da Justiça e a mesma contrapartida para o governo. Seria definida uma rentabilidade mínima; a considerada até agora é de 5% mais a inflação do período. Ivo Hohn Junior, diretor da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), disse que a condição para que os juízes apóiem mudanças na Previdência é a garantia de que seja mantida a aposentadoria integral e que não haja aumento na contribuição. O projeto de reforma do regime próprio de Previdência está no Congresso Nacional desde 2007, mas a discussão foi retomada com o novo governo, que elegeu a reforma como uma das prioridades. O texto prevê a aposentadoria dos servidores pelo teto do INSS, hoje em R$ 3.467,40 a partir de junho, e a criação de um fundo para complementar as aposentadorias. Segundo a Previdência, em 2010 o déficit do regime próprio foi de R$ 51,2 bilhões. O regime previdenciário dos empregados do setor privado teve déficit de R$ 44 bilhões.

Um comentário:

Léo Manso Ribeiro disse...

Que governo incompetente!