segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CNMP instaura processo disciplinar contra procurador Bandarra e promotora Deborah Guerner

Leonardo Bandarra
O Conselho Nacional do Ministério Público instaurou nesta segunda-feira, por unanimidade, processo administrativo disciplinar contra o procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, e a promotora Deborah Guerner, por faltas disciplinares. O corregedor-geral do conselho, Sandro Neis, foi derrotado, por sete votos a cinco, no pedido de afastar Leonardo Bandarra e Deborah Guerner de todos os cargos que ocupam no Ministério Público "até que as suspeitas das graves faltas que pesam contra eles sejam elucidadas". A maioria dos conselheiros decidiu condicionar a medida ao aparecimento de provas no processo que vai aprofundar a sindicância interna sobre o envolvimento de ambos no esquema de corrupção investigado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Indicada para o conselho pelo Ministério Público do Distrito Federal, a conselheira Cláudia Chagas não votou, alegando suspeição. Ela foi Secretária Nacional de Justiça, no Ministério da Justiça, durante o governo Lula. E é irmã da jornalista petista Helena Chagas, já indicada por Dilma Rousseff para chefia a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A operação investigou a cobrança de propina de empresas contratadas pelo governo do Distrito Federal, do então governador José Roberto Arruda, e a distribuição de mesada a aliados políticos. Até agora, foram atingidos pelo esquema, além de Arruda e seu vice, Paulo Octavio, que renunciaram ao mandato, um conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, oito deputados distritais, entre eles, o ex-presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, secretários e outros membros do governo. O procurador Leonardo Bandarra e a promotora Débora Guerner foram acusados pelo ex-secretário de Relações Institucionais, o delator Durval Barbosa, de vazar informações sobre a operação de busca e apreensão da Operação Megabyte, da Polícia Federal, realizada na sua casa e de parentes e nas empresas de informática contratadas pelo governo. Principal delator da operação Caixa de Pandora, Durval Barbosa repetiu no depoimento à corregedora geral do Ministério Público, Lenir de Azevedo, que entregou à promotora R$ 1,6 milhão em troca do vazamento da informação. Segundo ele, todas as negociações foram feitas em nome do procurador Leonardo Bandarra. O ex-secretário revelou ainda que ouviu o ex-governador Arruda afirmar que pagava mesada mensal a Bandarra de R$ 150 mil. No meio da história está a empresa de lixo Qualix e contratos emergenciais de lixo.

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