terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Agronegócio ajudou a aprofundar processo de interiorização do País, aponta IBGE

Lançado nesta terça-feira pelo IBGE, o Atlas Nacional do Brasil Milton Santos revela que o Brasil teve "sua geografia alterada na última década no sentido de aprofundar o processo de interiorização", segundo o instituto. Os mapas e textos do Altas sustentam que tal fenômeno ocorreu em decorrência da expansão das cadeias produtivas de carne, grãos e algodão em direção ao Centro-Oeste e ao Norte. Cita como exemplo os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde, ambos em Mato Grosso. No Centro-Oeste, diz o IBGE, "a expansão de uma agropecuária caracterizada pelo emprego de máquinas e insumos explica que sua expansão econômica tem reforçado um processo de urbanização que cresce em apoio a essa atividade pouco absorvedora de mão de obra". Esse novo cenário da estrutura econômico-produtiva permitiu "uma modificação na geografia brasileira ocorrida na última década, aprofundando o processo de interiorização e alterando o traçado da rede urbana nacional, a densidade e mobilidade populacional, a articulação do espaço econômico e a intensificação do uso de recursos naturais". Paralelamente, houve também uma revalorização do litoral, que tradicionalmente sempre concentrou mais população no País. Isso ocorreu, segundo o IBGE, "graças à expansão de atividades econômicas como o turismo, a exploração do petróleo e a logística portuária e aérea que, além do adensamento da população e dos centros urbanos situados próximos ao mar, reforçam um processo histórico de litoralização do território". Entre os exemplos, o IBGE menciona os casos de cidades como Macaé e Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, ligado ao crescimento das atividades de extração de petróleo; a expansão demográfica do litoral do Espírito Santo, em função do aumento das atividades industriais e portuárias, e do litoral de Santa Catarina, ligado ao turismo. "Os fluxos de migração interestaduais também servem de exemplo da força das grandes cidades e áreas próximas ao litoral na comparação com os fluxos destinados ao interior do País. A grande exceção constitui a área no entorno de Brasília, que continua a apresentar enorme capacidade de atração migratória", afirma o IBGE.

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