sábado, 27 de novembro de 2010

Ministério Público recorre para aumentar a condenação do médico Roger Abdelmassih

O Ministério Público apresentou à Justiça, na sexta-feira, recurso contra a sentença que condenou o médico Roger Abdelmassih, um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do País, a 278 anos de reclusão por ter abusado de pacientes de sua clínica de reprodução, em São Paulo. A condenação foi dada na última terça-feira. Para os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que acompanharam as investigações da Delegacia da Defesa da Mulher e ofereceram a denúncia contra Abdelmassih, a pena de 278 anos de reclusão não é alta, uma vez que foi aplicado o tempo mínimo legal para cada tipo de crime praticado. Formalmente, Abdelmassih foi acusado de estupro contra 39 ex-pacientes, mas como algumas relataram mais de um crime, há 56 acusações contra ele. Desde que foi acusado pela primeira vez, Abdelmassih negou por diversas vezes ter praticado crimes sexuais contra ex-pacientes. A sentença considerou que o médico cometeu 48 crimes, consumados ou tentados. Segundo o Ministério Público, os 278 anos de reclusão foram sentenciados pela conduta do médico. A sentença não teria considerado a possibilidade legal da aplicação da pena acima do mínimo previsto no Código Penal. Como o médico está próximo de completar 70 anos, então essas penas individualizadas mínimas que ele recebeu cairiam pela metade. Dessa forma, em pouco tempo todos os crimes cometidos por ele estariam prescritos, e assim Abdemassih escaparia da prisão. Aliás, o quase certo mesmo é que ele não prestaria um dia sequer de cadeia pelos seus crimes. E, como se vê, aquela história dos 278 anos de pena não passa de mera ficção. Assim é a Justiça brasileira.

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