quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Empresária confessa que deu ajuda a grupo de espionagem da campanha de Dilma

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, conhecido como Bené, confirmou à Polícia Federal, na última sexta-feira, que deu no primeiro semestre uma "ajuda" à casa onde funcionou a coordenação de comunicação da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT), dirigida pelo jornalista Luiz Lanzetta. Benedito contou que frequentava a casa, no Lago Sul, duas vezes por semana. O local, segundo ele, também era frequentado por petistas. Lanzetta deixou a campanha em junho após vir à tona o escândalo da quebra do sigilo fiscal dos tucanos. O empresário Benedito de Oliveira é sócio de empresas que têm contratos com o governo federal, entre elas Dialog Eventos e Gráfica Brasil. Juntas, faturaram mais de R$ 214 milhões desde 2004. As empresas são alvos de investigação do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União por suspeitas de irregularidades em licitação e prestação de serviços. Benedito bancou os custos de uma casa no Lago Sul da pré-campanha de Dilma. "Era apenas uma ajuda na questão administrativa para a empresa de Lanzetta", afirmou, em depoimento prestado na sexta-feira sobre a violação do sigilo fiscal de tucanos. "Que por conta dessa ajuda frequentava a casa onde estaria instalada a empresa de Lanzetta e que a imprensa chamava de comitê de campanha", afirmou. Ele disse que, embora não fosse um comitê oficial, era "comum a presença de membros do partido do PT na referida casa". No local, funcionou o bunker de comunicação então comandado por Lanzetta. O empresário e o jornalista participaram do encontro em Brasília no restaurante Fritz, em abril deste ano, com o jornalista Amaury Ribeiro Jr. e mais duas pessoas. Naquele dia, teriam discutido o dossiê que Amaury preparou contra pessoas ligadas a José Serra (PSDB), então candidato a presidente contra Dilma Rousseff. O jornalista foi indiciado pela Polícia Federal por ter encomendado e financiado a violação do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha e do genro de Serra e outros tucanos.

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