quinta-feira, 15 de julho de 2010

Veja o video depoimento de Peña Esclusa, o adversário que o ditador Chavez mandou prender

Agentes do serviço de inteligência venezuelano detiveram na noite da última segunda-feira o opositor Alejandro Peña Esclusa em seu apartamento, em Caracas. Ex-candidato presidencial e diretor das ONGs UnoAmérica e Fuerza Solidária, Peña Esclusa é acusado de relacionamento com o salvadorenho Francisco Chávez Abarca, preso no aeroporto de Caracas há duas semanas e deportado para Cuba, onde é procurado por "atos terroristas". De acordo com o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), a policia política fascista de Chavez, Peña teria sido mencionado em um depoimento do próprio Chávez Abarca, no qual ele teria confessado que viajou para a Venezuela para promover "atos violentos" durante as eleições legislativas de setembro. David Colmenares, diretor de contrainteligência da polícia venezuelana, disse que, na busca, teriam sido encontrados diversos explosivos e detonadores no apartamento de Peña. Em um relato publicado no site da Fuerza Solidária, porém, a mulher de Aleandre Peña Esclusa, Indira de Peña, afirmou que os explosivos foram "plantados" no local pelos agentes de inteligência.
Um desses explosivos, inclusive, foi "encontrado" na gaveta da escrivaninha de sua filha de 8 anos. Além disso, o advogado de Peña, Alfredo Romero, denuncia que os agentes venezuelanos não permitiram que ele entrasse no apartamento no momento da busca, feita por ordem de um tribunal bolivariano, um tribunal da ditadura, aos moldes dos tribunais nazistas. A prisão de Peña dá impulso às críticas da oposição venezuelana, que acusa o governo do ditador Hugo Chávez de perseguir seus críticos. Nos últimos anos, vários opositores foram presos, foram obrigados a partir para o exílio em países como o Peru e os Estados Unidos ou estão sendo processados (o Judiciário do país é totalmente dependente do ditador Chávez). Peña já foi preso temporariamente em setembro de 2002, acusado de relação com um grupo de militares que participou da tentativa frustrada de golpe contra Chávez. Ele é acusado pelo governo de uma série de crimes. O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, por exemplo, disse no ano passado que Chávez teve de cancelar sua visita a El Salvador para a posse do presidente Mauricio Funes porque a polícia política de seu país teria descoberto um plano para matá-lo orquestrado por Peña e pelo cubano Luis Posada Carriles, acusado de terrorismo. Antes de ser preso, Peña deixou em seu site uma mensagem na qual nega essas acusações e alerta para o risco de o governo levá-lo para a cadeia: "Estão querendo criar uma matriz de opinião contra mim para que um dia possam me incriminar", afirma. No vídeo, Peña afirma que "não acredita na violência", mas é a favor de um "movimento de opinião intenso" para "derrotar Chávez" por vias pacíficas. "É preciso conseguir uma mudança de governo por vias pacíficas, democráticas ou constitucionais, mediante o que pode ser a renúncia ou destituição de Chávez, porque ele não está apto para governar e viola a Constituição todos os dias", defende.

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