quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dissidentes dizem já na Espanha que libertação dos presos políticos é sinal de "novo período" em Cuba

A libertação do primeiro grupo de um total de 52 presos políticos representa "o começo de um novo período para o futuro de Cuba", país onde a palavra "mudança" está na ordem do dia, declararam os sete dissidentes em comunicado conjunto após chegarem à Espanha. Julio Cesar Galvez, Lester Gonzalez, Omar Ruiz, Antonio Villarreal, Jose Luis Garcia Paneque, Pablo Pacheco e Ricardo Gonzalez Alfonso integram o grupo de sete ex-presos a serem libertados pelo regime comunista. "Nós esperamos que aqueles que continuam em Cuba possam gozar das mesmas liberdades que nós temos neste momento. Nossa chegada sinaliza o começo de um novo período para o futuro de Cuba", disse o grupo em comunicado lido por Galvez. O grupo foi cumprimentado pelo secretário espanhol para Assuntos Iberoamericanos, Juan Pablo de Laiglesia, que salientou a importância do diálogo entre a chancelaria da Espanha, o governo de Cuba e a Igreja Católica cubana. "A Espanha espera que este diálogo encontre seu porto com segurança e produza muitos resultados", disse. O governo dos Estados Unidos também ressaltou a libertação dos presos políticos como um avanço. "Nós aplaudimos os esforços da Igreja Católica cubana, da Espanha e de todos os outros que trabalharam para a libertação dos prisioneiros políticos em Cuba", disse o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley. "Apesar de os Estados Unidos continuarem a pedir que todos os presos sejam libertados de forma incondicional e imediata, este é um desdobramento positivo que esperamos que represente um passo em direção a um maior respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais em Cuba", acrescentou. Apesar do momento positivo que a libertação representa, críticos do regime manifestaram sua posição com relação à operação. "São deportações", já que "das prisões os dissidentes foram obrigados a voar para a Espanha", disse o jornalista Alejandro González Raga, parte de um grupo de presos políticos libertados em 2008. "Estão fazendo alguns movimentos táticos, lavando um pouco a imagem para que no fundo não precisem fazer mudanças no que é essencial: o sistema jurídico, o repressivo e o policial", denunciou. Para o presidente do partido União Liberal Cubana (ULC), não há muito o que comemorar. "Não há sintoma algum de que haja uma verdadeira abertura. Temos que ser cautelosos", alertou o jornalista e escritor Carlos Alberto Montaner. O grupo não acredita que seja parte de uma estratégia de propaganda do governo cubano. "Nós não nos consideramos manipulados", disse Gonzalez Alfonso. "Somos parte de um caminho", reiterou.

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