quarta-feira, 21 de abril de 2010

Uruguai condena ex-chanceler durante a ditadura a 20 anos de prisão

O ex-chanceler uruguaio Juan Carlos Blanco, que exerceu o cargo durante parte da ditadura militar (1973-1985), foi condenado a 20 anos de prisão pelo desaparecimento e morte, em 1976, da professora Elena Quinteros. O juiz penal de primeiro turno Juan Carlos Fernández Lecchini atribuiu a Blanco o delito de "homicídio especialmente agravado". O ex-ministro das Relações Exteriores está preso desde 2006 por outros casos de violações aos direitos humanos. O magistrado deu seguimento a ação solicitado pela promotora do caso, Mirtha Guianze, mas mudou o processo de "desaparecimento forçado", denúncia solicitada por Mirtha Guianze, para "homicídio especialmente agravado". Elena Quinteros desapareceu no dia 28 de junho de 1976 após ser detida por forças de segurança nos jardins da embaixada da Venezuela em Montevidéu, onde tentava pedir asilo. O caso culminou na ruptura de relações diplomáticas entre a Venezuela e o Uruguai, reatadas no dia 1º de março de 1985, com o retorno da democracia. Blanco está preso desde 2006 pelos assassinatos do senador uruguaio Zelmar Michelini e do presidente da Câmara dos Deputados, Héctor Gutiérrez Ruiz, ocorridos em maio de 1976 em Buenos Aires. O ex-presidente do Uruguai, Juan María Bordaberry, que chegou democraticamente ao poder em 1971 e se transformou em ditador após o golpe de Estado de 1973, também foi processado junto com Blanco em 2006. Bordaberry cumpre pena atualmente, sob prisão domiciliar devido a seu estado de saúde, por outros dez homicídios e pelo delito de atentado contra a Constituição, que em fevereiro deste ano lhe custou uma pena de 30 anos.

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