quinta-feira, 29 de abril de 2010

Terroristas do EPP e das Farc se reuniram em território brasileiro

Arquivos do computador de Raúl Reyes, um dos terroristas máximos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, organização terrorista e traficante de cocaína) morto em 2008, em um ataque militar do Exército colombiano no Equador, indicam que a organização terrorista colombiana e o Exército do Povo Paraguaio (EPP) usaram o território brasileiro para reuniões e para esconder dinheiro proveniente de sequestros promovidos em território paraguaio. Os arquivos fazem menção a pagamentos do EPP para as Farc, no Brasil, como contrapartida pelos serviços prestados pelos colombianos as atividades terroristas paraguaias. Autoridades do Paraguai e da Colômbia afirmam que as Farc deram treinamento militar e ensinaram táticas de sequestro aos membros do EPP. O conjunto de papéis é o fato novo com o qual o governo de Assunção espera convencer o Brasil a rever o refúgio político concedido aos militantes esquerdóides J.F.A, A.M.M e V.A.C.O. Acusados pelo Paraguai de liderar as ações do EPP, os três ganharam do governo brasileiro o status de refugiados políticos. O Paraguai contesta a decisão, tomada em 2003 pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça. Os arquivos do computador de Reyes foram enviados às autoridades paraguaias pelo governo da Colômbia a partir de um acordo de cooperação judicial firmado em 2009. Em e-mails trocados com representantes do terrorismo dentro e fora da Colômbia, brasileiros aparecem como intermediários da relação entre as Farc e o EPP. Um deles é o ex-vereador de Guarulhos, Edson Antônio Albertão, do Psol, a quem o documento colombiano se refere como integrante do “Comitê das Farc no Brasil”. Uma das mensagens anexadas ao relatório de 51 páginas, com timbre da Polícia Judiciária da Colômbia, diz que Albertão foi “designado” pelas Farc para guardar em sua casa, em Guarulhos, uma remessa de dinheiro feita pelo EPP para a organização terrorista colombiana. O dinheiro, de acordo com o documento, era produto de “sequestros no Paraguai”. A mesma mensagem faz referência a outro personagem que ganhou refúgio político do governo brasileiro e causou problemas diplomáticos com um país vizinho. Diz o texto que parte do dinheiro guardado na casa de Albertão era destinada a financiar atividades, no Brasil, do padre colombiano Olivério Medina. Medina, ou “Cura Camilo”, atuou como representante das Farc no Brasil durante anos. Condenado na Colômbia por homicídio, sequestro e terrorismo, ele ganhou status de refugiado em 2006. Nos e-mails, alguns enviados a Rodrigo Granda, tido como “embaixador das Farc”, Raúl Reyes se referia à organização terrorista paraguaia como “Los Cuenta Chistes” (Os Contadores de Piada, em espanhol). Numa das mensagens atribuídas pela Colômbia a Reyes e enviada num momento em que o EPP enfrentava uma cisão em seu comando, o então chefe das Farc diz: “Espero que (a briga) não afete nossas relações e nossos negócios com eles".

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