segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Empresas fantasmas remeteram R$ 800 milhões para o Exterior

Um grupo de 40 empresas criadas com o uso de laranjas para remeter dólares para fora do País mandou ao menos R$ 800 milhões entre 2005 e 2008, de acordo com investigação da Polícia Civil de São Paulo. A apuração, ainda não concluída, aponta que essas empresas são usadas por doleiros e por empresários que fazem importação por valores subfaturados para sonegar impostos. O esquema é simples. Pega-se a documentação de pessoas com pouca ou nenhuma renda, abre-se empresa e simula-se contrato de importação. Com os papéis, assina-se um contrato de câmbio com um banco e o valor pode ser enviado, com registro legal no Banco Central. A polícia enviou relatório com as empresas suspeitas ao Banco Central, o qual diz que repassou a lista para o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). A lei brasileira contra lavagem de dinheiro obriga os bancos a avisar o Coaf de operações suspeitas. Segundo a legislação, os bancos deveriam conhecer os clientes antes de fazer a operação. Nada disso foi feito, de acordo com a polícia. Se o bancos fossem conhecer os clientes, como manda a lei, levariam um susto. A empresa recordista em remessas chama-se Celmix e enviou US$ 120 milhões. Ela tinha a sua suposta sede em uma pequena rua no centro de São Paulo, em um prédio no qual o aluguel de uma sala não passa de R$ 300,00. A Receita Federal também tentou descobrir que tipo de importação a Flórida S.A. fazia para remeter o equivalente a R$ 153 milhões em cinco anos e descobriu que a empresa tinha um único funcionário e que em vários dias da semana a suposta sede nem abria.

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