quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Procura de mulheres pela proteção da Lei Maria da Penha aumentou 1.074% em quatro anos

Um levantamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, divulgado nesta quarta-feira, mostra que nos últimos quatro anos aumentou em 1.074% o número de mulheres que procuram informações na Central de Atendimento à Mulher, o Disque 180, sobre o que fazer em caso de agressão por parte dos maridos. Ao todo, o serviço registrou 791.407 atendimentos. Segundo a pesquisa, a maior parte dos telefonemas envolve dúvidas sobre a aplicação da Lei Maria da Penha, que instituiu penas específicas para quem agride mulheres e leva o agressor à prisão. Neste período, foram 293,8 mil, sendo que 86.844 foram relatos de violência. Os números mostram 53.120 casos de violência física, 23.878 de ameaças, 6.525 de xingamentos, 1.226 de violência patrimonial, 1.645 de violência sexual, 389 de cárcere privado, entre outros. Na maioria das denúncias, as mulheres revelam que as agressões são diárias. Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a pesquisa mostra ainda a continuidade de uma cultura machista. De acordo com o estudo, o perfil das mulheres que procuram o serviço identifica que 43,3% são negras, têm entre 20 e 40 anos, estudaram até o ensino médio e estão casadas ou possuem união estável. Segundo a ministra Nilcéa Freire, da secretaria, 1 em cada 3 mulheres já sofreu algum tipo de violência. Esse é o tipo de situação que não escolhe meio social ou posição na vida dos personagens envolvidos. Quem se der ao trabalho de fazer uma pesquisa nas ocorrências da Delegacia da Mulher, no Palácio de Polícia, em Porto Alegre, encontrará casos envolvendo figuras expressivas da política gaúcha, por exemplo, dirigente de empresas estatais. E neste mundo informatizado, mesmos esses homens públicos demonstram grande ignorância, porque desconhecem a Lei Maria da Penha, e depois redobram as ameaças à parceira porque querem escapar do processo criminal. No caso da Lei Maria da Penha, não há redução de pena, ou troca desta por serviços comunitários ou doação de cestas básicas. É cana dura. Logo haverá dirigente partidário gaúcho cumprindo pena por bater na mulher e praticar violência patrimonial.

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