sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Noruega acusa Irã de confiscar medalha de vencedora do Nobel da Paz

O governo da Noruega denunciou nesta quinta-feira que autoridades fascistas islâmicas iranianas confiscaram o Prêmio Nobel da Paz concedido, em 2003, à advogada Shirin Ebadi, acrescentando que convocou o representante iraniano em Oslo para transmitir-lhe seu protesto. "Estamos indignados e nos distanciamos de semelhantes ações", declarou o ministro norueguês de Relações Exteriores, Jonas Gahr Stoere, em comunicado. Segundo ele, foi "a primeira vez que um Prêmio Nobel da Paz foi confiscado por autoridades nacionais." A medalha e o diploma Nobel de Shirin Ebadi, assim como outros objetos pessoais, foram retirados de um cofre bancário. Ela enfrenta há muito tempo a repressão das autoridades iranianas às suas atividades, incluindo uma incursão em seu escritório no ano passado em que arquivos foram confiscados. Vários colaboradores de Shirin Ebadi, assim como seu marido, foram detidos e às vezes sofreram maus-tratos nos últimos meses no Irã. O Nobel da Paz foi concedido à advogada iraniana "por seus esforços em favor da democracia e dos direitos humanos" na República fascista islâmica. O confisco da medalha é uma expressão da abordagem cada vez mais dura do governo iraniano em relação a todos que considera como adversários, particularmente desde que grandes protestos eclodiram após a contestada eleição presidencial de 12 de junho, que contestaram a legitimidade do governo. Ebadi estava fora do país no momento da votação e não retornou até hoje, dizendo viver "em um estado efetivo de exílio". Ebadi pediu à comunidade internacional para que rejeite o resultado e apelou para que houvesse uma nova votação, monitorada pela ONU. A ativista tem criticado fortemente a repressão pós-eleitoral sancionada pelo sistema clerical xiita. Durante os últimos meses, centenas de ativistas pró-reforma foram presos, e um julgamento em massa condenou dezenas de pessoas à prisão e algumas à morte.

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