quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Setor sucroalcooleiro do Brasil tem pausa após grande expansão

O setor sucroalcooleiro do Brasil fez uma pausa na sua forte expansão dos últimos tempos. O setor, que acumulou enormes dívidas nos últimos anos, foi atingido em cheio pela crise do crédito. Além disso, neste ano os canaviais sofreram chuvas excepcionais, o que prejudicou a produção de açúcar e etanol e impediu as usinas de aproveitarem a alta nos preços internacionais do açúcar. Cerca de 70 novas usinas previstas antes da crise, jamais sairão do papel, mesmo que alguns grupos consigam recuperar o acesso ao crédito, disse Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, que realizou na segunda-feira uma conferência sobre o açúcar e álcool. "A produção brasileira de cana cresceu em média 13,5% ao ano entre 2006 e 2008, o que é muito mais do que a taxa que consideramos sustentável em médio prazo, de 7,5% a 8%", disse Nastari: "Embora os preços atuais já sejam suficientes para cobrir os custos de produção, não devemos ver novamente o ritmo de crescimento na capacidade instalada do setor que vimos entre 2005 e 2008”. Ele disse que as restrições ao crédito no final de 2008 e começo de 2009 devem afetar a atividade mais duramente do que crises anteriores, contribuindo para uma maior consolidação do setor. Isso abriria caminho para a entrada de novos atores e para uma "mudança estrutural". Estima-se que quase metade do setor tenha ficado próximo da falência, especialmente as empresas que já estavam muito endividadas e que sofriam com os preços baixos do açúcar e do etanol nos anos anteriores. Na atual temporada, 23 novas usinas entrarão em funcionamento, e outras 15 estão previstas para 2010/11. Em 2008/09, 30 usinas entraram em operação. O Brasil tem cerca de 300 usinas, a maior parte delas antigas, ineficientes e ligadas a empresas familiares.

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