sexta-feira, 1 de maio de 2009

Senado suspende operações de crédito consignado com Cruzeiro do Sul após denúncias


O presidente do Senado Federal, senador José Sarney (PMDB-AP), anunciou na quinta-feira a suspensão das operações de crédito consignado com o banco Cruzeiro do Sul. Segundo ele, as operações ficarão suspensas até a conclusão da investigação sobre um esquema de desvio de recursos do Senado chefiado pelo ex-diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi. De acordo com a denúncia, Zoghbi participava de um esquema que desviava recursos do Senado para empresas de fachada registradas em nomes de laranjas. O ex-diretor ocupava cargos de chefia no Senado desde 1984. Segundo reportagem da revista "Época" desta semana, Zoghbi abriu no nome de uma ex-babá, Maria Izabel Gomes, de 83 anos, que ele chama de “minha mãe preta”, a qual mora na casa dele, três empresas, DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros Ltda e Contact Assessoria de Crédito Ltda. A suspeita é de que parte do faturamento dos últimos anos dessas empresas, cerca de R$ 3 milhões, teria como origem contratos assinados pelo Senado. Uma das possíveis fontes de desvio seria um contrato com o Banco Cruzeiro do Sul, no qual a instituição oferecia crédito consignado aos servidores da Casa. Zoghbi diz na reportagem que as empresas pertencem à sua família. Ele admitiu que colocou os filhos como sócios porque "é proibido a servidores públicos ser donos de empresas que negociam com órgãos públicos". Esta não é a primeira vez que Zoghbi e sua família são alvo de acusações. Ele pediu demissão do cargo de diretor em março em meio às denúncias de que utilizava apartamento funcional da Casa para acomodar parte da sua família. Ele mora em uma mansão localizada num bairro nobre de Brasília. Apesar de ter perdido o cargo de diretor, Zoghbi continua como funcionário do Senado. A família Zoghbi fez 42 viagens com cotas de passagens da Câmara. Dez foram viagens ao Exterior.

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